terça-feira, 13 de outubro de 2020

Acolhida na missa: o pecado do qual sou culpado mas nunca o confessei

 Tom Hoopes



A história desta família irá ajudá-los a entender a parábola de Jesus sobre o Juízo Final

Recentemente, ouvi uma história de um aluno que me horrorizou, porque vi o quão diabólico é este pecado comum – um pecado do qual sou cúmplice, mas nunca confessei. É o pecado da falta de acolhida na missa e da falta de hospitalidade em geral.

A família do aluno estava almoçando rapidamente em uma parada de estrada. Quando outra família os viu fazer o sinal-da-cruz, disseram que haviam “tentado ser católicos uma vez”.

“Tentou ser católico? O que você quer dizer?”

“Começamos a ler sobre a fé católica e começamos a ir à missa em uma igreja próxima todos os domingos. Estávamos pagando o dízimo e tudo mais”, disseram eles. “Fomos por cerca de dois meses. Mas ninguém nunca disse olá para nós. O padre nunca perguntou quem eram seus novos doadores. Nós apenas esperávamos um pouco após a missa todos os domingos. Então entrávamos no carro e dirigíamos para casa.”

Consequentemente, eles voltaram para a igreja protestante em que haviam começado, onde foram recebidos de braços abertos.

Ai. Eu tenho pensado muito nessa história e sobre a importância de fazer a acolhida na missa às pessoas novas que chegam na paróquia. Abaixo assinalo alguns lembretes do porquê devemos dar as boas-vindas aos estranhos em nossas vidas.

1. Faça isso porque você deve dar as boas-vindas aos estranhos se quiser ir para o céu

A história da família me ajudou a entender a parábola de Jesus sobre o juízo final.

De fato, o rei surpreende um grupo com a promessa de salvação, dizendo “eu era um estranho e você me acolheu”. E surpreende outro grupo com a maldição, dizendo “eu era um estranho e você não me acolheu”.

Assim, o que quer que eles tenham feito ao menor de seus irmãos, fizeram também a ele.

2. Aproveite a dica que a Bíblia oferece e não pense neles como estranhos

Jesus nos dá um conselho de como acolher os estranhos (ou o estrangeiro). De fato, ele diz que devemos pensar que estamos acolhendo o próprio Senhor.

A Carta aos Hebreus (13, 2) diz o mesmo:

Não vos esqueçais da hospitalidade, pela qual alguns, sem o saberem, hospedaram anjos. Lembrai-vos dos encarcerados, como se vós mesmos estivésseis presos com eles. E dos maltratados, como se habitásseis no mesmo corpo com eles.

Assim, pense da seguinte maneira: cada pessoa que você encontra é feita à imagem e semelhança de Deus.

3. Seja como minha esposa, não como eu. Não aja como se fosse uma tarefa difícil

Minha esposa é caridosa, especialmente em relação à acolhida na missa. Eu não sou. Se tivéssemos um tapete vermelho, ela o estenderia para estranhos. Na verdade, ela costuma conversar com as novas famílias depois da missa. Frequentemente, ensina nossos filhos a estarem atentos aos que não estão sendo incluídos nas situações sociais.

Praticar hospitalidade de forma gratuita requer alguma preparação. Segundo São João Crisóstomo, “toda família deve ter um quarto onde Cristo seja bem-vindo na pessoa do estrangeiro faminto e sedento”.

4. A conversa leva à conversão

Jesus disse: “Dou-vos um novo mandamento: Amai-vos uns aos outros. Como eu vos tenho amado, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.”

Como Jesus nos amou? Não apenas morrendo por nós. Ele amou os pecadores jantando com eles, e nos ama passando tempo conosco nos sacramentos. Na verdade, Ele fala às pessoas “de coração a coração”.

 Então isso é o que devemos fazer também, com uma conversa real e demonstrando preocupação verdadeira com as necessidades do outro.

 “Alegrai-vos com os que se alegram; chorai com os que choram”, diz São Paulo. “Vivei em boa harmonia uns com os outros. Não vos deixeis levar pelo gosto das grandezas; afeiçoai-vos com as coisa modestas”.

Sua salvação pode depender disso. E talvez não apenas a sua salvação.