terça-feira, 31 de julho de 2018

O AMBIENTE SÓCIO-POLÍTICO E RELIGIOSO DO TEMPO DE SÃO JOSÉ (CURSO DE JOSEFOLOGIA - PARTE 1 - CAPÍTULO 03 )


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O ambiente sócio-político-religioso do tempo de São José propiciava não só uma diversificação efetiva, mas também uma forte discriminação disseminada pelas diferentes camadas da sociedade.

Assim, o grupo dos fariseus, além de primar pela busca da ostentação religiosa com uma série de práticas marcadas por orações, purificações, normas de comportamento e pela observância estrita da lei em todas as situações da vida pessoal, era particularmente inimigo dos romanos e evitava todo e qualquer contato com aqueles que não conheciam a lei ou não eram judeus. Uma sociedade dominada por estrangeiros como esta caracterizava-se por um certo pluralismo partidário assim, um outro grupo, formado pelos chamados zelotas, distinguia-se particularmente pela luta contra os dominadores e, guerrilheiros como eram, não deixavam evidentemente de sempre carregar armas nas mãos. Era um grupo isolado. O seu "apartheid" era constituído sobretudo pelas grutas das montanhas na região da Galiléia. Outro grupo que contribuía bastante para acentuar esta fisionomia, secionada do povo judeu era formado pelos monges essênios, os quais, deste o século II a.C., se constituíram em comunidade, vivendo nas margens ocidentais do mar Morto, numa localidade que hoje conhecemos como Quamram. Esse grupo levava a vida ascética, acompanhada por uma disciplina muito rígida. Basta dizer que o membro da comunidade que proferisse uma blasfêmia era automaticamente expulso do seu meio. Esses monges solitários cultivavam o solo, consagravam o tempo ao estudo e, sobretudo, empenhavam-se em levar uma vida muito ascética.


Não bastasse tudo isso, ocorreu no meio deste povo um grande "racha", que fomentou uma divisão profunda deste século X antes de Cristo, e que continua até os nossos dias, entre os judeus e os samaritanos. Esta ferida aberta e ainda não cicatrizada ocasionou um grande impasse na unidade desse povo. Dali por diante, a Samaria passou a ser considerada pelos judeus uma terra maldita e seus habitantes começaram a ser tratados como estrangeiros e pagãos, odiados e indignos de pertencer ao povo de Israel. Para os judeus, os Samaritanos eram tidos desde então como heréticos e impuros, pois não aceitavam mais o monte Sião como um monte santo, mas ao contrário, escolheram o monte Guarizim como lugar santo, onde construíram um templo, e que não deixou de representar para os judeus uma grande afronta a Deus e, portanto, uma idolatria.


Dominados pelas autoridades de Roma, os cidadãos hebreus, entre eles São José, tinham como líder político Herodes, um caudilho imposto pelo poder real de Roma. Herodes foi nomeado rei dos judeus pelo Senado romano no ano 46 a. C. Esse indumeu de mau caráter e muito autoritário espalhou no meio do povo sofrido e desolado inúmeras confusões e perseguições. Mandou matar todos aqueles que se mostravam contrários à sua política, inclusive sua esposa, sua sogra e seus dois filhos. Apesar dessas atrocidades e das inúmeras injustiças que cometeu arbitrariamente, os anos de seu governo transcorreram num clima de relativa estabilidade política e de prosperidade, o que fez com que lhe fosse atribuído o título de político astuto e administrador hábil.


Era justamente nesse ambiente instável, hostil e opressor que São José, alimentado por sua religião e fé inabalável em seu Deus, esperava, como os demais cidadãos deste povo , a libertação através de um grande acontecimento, prometido por Deus ao longo dos séculos e anunciado pela boca dos profetas, na pessoa do Messias.


Embora fosse desconhecido e ignorado nesse ambiente tenso, São José não passava desapercebido aos olhos de Deus, pois se fazia mister que a estada do Messias prometido no meio desse povo tivesse os préstimos de um homem magnânimo como ele, a tal ponto que o Filho de Deus o preferisse entre todos os grandes da terra, para revestir-se da sua filiação e assumir a sua condição humana e social.


Considerando toda a problemática latente na sociedade de José, podemos concluir que havia poucas possibilidades de desenvolvimento para seus membros, com exceção é claro, de alguns poucos privilegiados. Além do mais, este povo não se distinguia por riquezas de bens materiais, levando em consideração que era explorado pelos dominadores romanos e o solo onde habitava era pobre, como o é até hoje, e desprovido de recursos naturais. A escassez de chuvas resultante das condições climáticas, a técnica agrícola rudimentar e a dependência de muitas coisas, aliada a outros fatores, influíam profundamente na precariedade das condições econômicas e sócio-políticas do povo. A classe rica da Palestina, devido às suas possibilidades, tinha uma abertura acentuada para a civilização: conhecia e apreciava o teatro, o belo e a literatura, e também conhecia e praticava esportes como o lançamento de dardos, a corrida, a maratona, a luta etc. À classe pobre, da qual José fazia parte, não restava outra alternativa senão trabalhar e sofrer privações, explorada pela exorbitância dos impostos cobrados pelos romanos.


O regime alimentar da classe pobre era muito simples, como era, aliás as normas alimentares dos antigos hebreus. Eles faziam duas refeições por dia, uma de manhã e outra , a principal, bem a tardezinha.


O pão era o alimento da segunda refeição, pois devia constituir um luxo na mesa de José, assim como na de todos os pobres, na primeira refeição. Quase não comiam carne, mas em compensação, não lhes faltavam frutas como tâmaras, muito comum naquele clima, e também romãs e figos. Não faltavam óleo e vinho, leite, ovos e peixes pescados no lago de Genesaré. Aliás, a existência desse lago, também conhecido pelos judeus como mar da Galiléia devido à sua extensão e profundidade, é elemento que propicia uma beleza indescritível para quem o visita. A presença desse lago, tornou toda aquela religião um solo fértil, onde a planta cresce e permite qualquer tipo de vegetal, porque o clima é favorável. O historiador Flávio Josefo, encantado com essa beleza rara, já se expressava: "Até mesmo a noz, que aprecia terras frias, cresce ali em abundância, ao lado da palmeira, que prefere o calor, da figueira e da oliveira, às quais convém uma temperatura mais amena. Dir-se-ia que ali a natureza se divertiu, colocando os contrastes lado a lado."


Não havia nada de luxuoso ou aparatoso na casa de um judeu pobre. Com exceção de Jerusalém e de alguns outros pontos estratégicos para os romanos na Palestina, não havia moradias luxuosas. As casas eram muito simples, construídas com paredes de pedras calcárias ou com tijolos de barro cozido ao sol e cobertas com tetos de barro amassado. Os moradores dormiam no chão ou em esteiras feitas especialmente para esse fim. Por isso, uma das primeiras coisas que a dona-de-casa fazia logo de manhã era desocupar as dependências da casa das esteiras ou das cobertas usadas para dormir.


Como salientamos, o povo simples vivia num ambiente marginalizador e classista. As mulheres eram as que mais sofriam com esse tipo de opressão. Nesse contexto social, os homens eram tudo e as mulheres não tinham voz nem vez. Eram consideradas inferiores aos homens, limitando-se ao trabalho caseiro: cozinhavam, faziam limpeza, iam buscar água na fonte, lavavam a roupa e nada mais. As mulheres podiam participar das funções nas sinagogas, porém tinham lugares à parte. O mesmo acontecia no Templo de Jerusalém, onde ocupavam os lugares situados atrás do espaço reservado aos homens, bem próximo da praça comum, aberta ao comércio de animais destinados ao sacrifício no próprio Templo. Nas cerimônias não lhes era permitido usar a palavra nem tinham autoridades para ler a Lei, a "Torá". Por esse motivo, o testemunho de uma mulher não era levado em consideração por ninguém, e em público nenhum homem "de boa reputação" cumprimentava uma mulher (Enquanto a mulher hebréia era restringida neste ambiente marginalizador, só podendo sair à rua com muita cautela, a mulher romana gozava de ampla liberdade, freqüentava lugares públicos, ia aos jogos e aos circos, assistia aos espetáculos dos gladiadores, estudava, sabia ler e escrever poesias, podia escolher o marido e pedir-lhe sem inibição o divórcio, e até administrava os seus próprios bens.)

Questões para o aprofundamento pessoal

1. Descreva o ambiente sócio-político e religioso do tempo de José.

2. Descreva o regime alimentar e a situação da mulher no tempo de José.


Sobre este Curso de Josefologia:

 Autor: Pe. José Antônio Bertloin, OSJ
 Contatos com autor: pebertolin@net21.com.br
 Organização do Curso e Publicação: Centro de Espiritualidade Josefino-Marelliana (Pastoral Josefina)

A PROCEDÊNCIA DE JOSÉ (CURSO DE JOSEFOLOGIA - PARTE 1 - CAPÍTULO 02)


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De São José, na verdade, sabemos muito pouco. Não temos referência sobre o ano nem sobre o lugar do seu nascimento, não sabemos o nome da sua mãe. E existem controvérsias a respeito do nome do seu pai. Os evangelistas Mateus e Lucas o apresentam como descendente do rei Davi (Mt 1, 1-16,20. Lc 1, 27; 2, 4 ; 3,23-31).

No entanto, há uma divergência na genealogia que ambos os evangelistas trazem, pois Mateus percorre, todo o caminho da sua ascendência chegando a Jacó (Mt 1.16), enquanto Lucas diz que ele é filho de Levi (Lc 3.23). Esta questão não chegou até hoje a uma solução satisfatória por parte dos exegetas. Em todos os casos a função da genealogia é justamente fazer Jesus entrar na história humana e documentar que o Verbo se fez carne na linhagem davídica. O intuito do evangelista Mateus é fazer ver a sucessão legal, respeitando os direitos messiânicos de Davi a Jesus . Lucas, do seu lado, quer indicar a sucessão natural de Jesus. O melhor esclarecimento a respeito dessas duas posições podemos fazer, levando em conta a Lei do Levirato expressa no livro do Deuteronômio (Dt 25, 5-10) ela estabelece que a mulher que ficasse viúva devia tornar-se esposa do irmão do esposo falecido, e o primeiro filho desse casamento era considerado filho legal do primeiro marido e filho natural do segundo marido. Com isso, podemos salvar tanto a sucessão legal como a natural de Jesus.


Além das referências sobre a sua pessoa, podemos ainda afirmar que José era esposo de Maria (Lc 1, 27), que era justo (Mt 1,9) e que era conhecido como carpinteiro (Mt 13,55 ; Jo 1,15). Sobre a sua família possuímos ainda uma referência de Egesipo, o qual afirma que ele tinha um irmão chamado Cléofas (Eusébio, Hist. Eccl 3.11, em PG XX, col. 248) . Pertencente à antiga dinastia de Davi, como afirmamos, José viveu em Nazaré (Lc 1, 26; Mt 2,23) durante toda a sua vida, menos, é claro no breve período que passou exilado no Egito, para garantir a segurança da sua família (Mt 2, 13-21).


Não sabemos se nasceu em Nazaré, porém achamos com grande probabilidade que sim, pois ali viveu toda a sua vida.

Contudo, podemos afirmar com segurança que, segundo o costume da época, foi circuncidado no oitavo dia depois do nascimento e recebeu o nome de José, que significa "crescimento, aumento" , e ainda criança aprendeu a ler o hebraico da Torá.

Seu país, a Palestina, onde hoje se situa o território de Israel, localiza-se na parte oriental do mar Mediterrâneo, e é formado por uma longa faixa de terra de 240 por 150 quilômetros quadrados.
Possui uma planície de terras ricas e férteis, montanhosa e de caminhos sinuosos, com desertos desoladores em contraste com colinas verdejantes e oásis exuberantes, marcados pela presença imponente do rio Jordão e do lago de Genesaré, a cuja beleza se opõe o inóspito mar Morto. Sua área montanhosa com colinas de 500 a 900 metros, espalha-se pelas suas três regiões características, denominadas Galiléia, Samaria e Judéia.

O rio Jordão, que forma no seu percurso o lago de Genesaré, também conhecido como mar da Galiléia pela sua profundidade de até 45 metros com 2 quilômetros de comprimento por 11 de largura, é um rio muito importante na vida do povo hebreu, pois foi palco de inúmeros e relevantes acontecimentos na vida desse povo. Basta lembrar que em suas margens o profeta João Batista pregava a conversão e batizava, em suas águas o próprio Jesus foi batizado.

Após percorrer 350 quilômetros, ele deságua no mar Morto, o qual possui uma extensão de 85 quilômetros com aproximadamente 16 quilômetros de largura, atingindo uma profundidade de até 400 metros. Suas águas são densas de sal, o que não permite nenhum tipo de vida.

A Palestina de José é herdeira de uma história de muitos séculos antes do nascimento de Jesus, marcada por lutas, conquistas, derrotas, monarquias, deportações e exílios. Esteve envolvida por uma densa atmosfera política. E por uma ânsia de libertação, e alimentou sempre uma fé intensa em Javé, embora freqüentemente contaminada por idolatrias e infidelidades.

São José nasceu na época da dominação romana. De fato, desde o ano 63 antes de Cristo, o seu povo vivia sob o jugo dos romanos, que introduziram na Palestina muitas novidades e progresso, particularmente construções imponentes, assim como os seus ídolos e templos profanos para cultuar seus deuses, o que constituía uma afronta ao povo de José, que se julgava o único conhecedor do Deus verdadeiro. Esse comportamento dos dominadores romanos, bastante eclético e incompatível com as aspirações dos hebreus, gerou muitas revoltas, guerrilhas e revoluções armadas por parte de facções do povo, sempre com o intuito de libertar-se da dominação estrangeira.

Mas, se tantas adversidades contrastavam na vida deste povo, algo muito especial os unia: o Templo de Jerusalém. Era em volta dele que girava a vida religiosa, social e política dos hebreus. Foi construído pelo rei Salomão no século X antes de Cristo, destruído por Nabucodonosor em 516 antes de Cristo, reconstruído por Zorobabel, e depois novamente destruído por Herodes por volta do ano 20. a.C., quando José já era adolescente, para que outro mais suntuoso e rico ocupasse o seu lugar. Esse último só ficou pronto no ano 64 a. C.

José, fruto do seu tempo, estava envolvido por esta atmosfera mística e ao mesmo tempo tensa. Conhecia bem o Templo e, como hebreu, oferecia os seus sacrifícios a Deus. O átrio do edifício sagrado era palco todos os dias, desde manhã bem cedo, de sacrifícios e imolações de animais, que ocupavam todos os altares, construídos em grande blocos de pedra. Como bom hebreu, José pagava 10% de imposto ao Templo, taxa que era destinada a sustentar os 20 mil funcionários, do mais alto grau sacerdotal ao empregado mais humilde, que ali prestava serviços. José tinha consciência das distinções de classe e do modo de pensar da sua sociedade. Percebia a existência de uma hierarquia e sabia que no topo da pirâmide social se encontrava a classe dos saduceus, um grupo poderoso, constituído pelas pessoas mais influentes e ricas, que eram sacerdotes e administradores do Templo. Esse grupo era intransigente na observância da Lei Mosaica e contrário às mudanças, sobretudo aquelas que pudessem afetar a sua posição na sociedade. Gozava de privilégios, pois colaborava com os romanos. Apreciava a ordem externa e zelava pela conservação do Templo e pelo funcionamento ritualista dos sacrifícios.

Questões para o aprofundamento pessoal

1. Qual era sua nacionalidade e seu país?

2. O que significa a palavra José?

3. Descreva o país de José?


Sobre este Curso de Josefologia:

 Autor: Pe. José Antônio Bertloin, OSJ
 Contatos com autor: pebertolin@net21.com.br
 Organização do Curso e Publicação: Centro de Espiritualidade Josefino-Marelliana (Pastoral  Josefina)

PARTE 1. SÃO JOSÉ NA SAGRADA ESCRITURA: QUEM É SÃO JOSÉ? (CURSO DE JOSEFOLOGIA - CAPÍTULO 01)


Quem é São José?

Quais são as suas características?

Qual é o modelo de santidade que ele representa para os cristãos?

Estas são interrogações, entre muitas outras, que temos o direito de fazer.

Tentaremos mostrar tudo isso neste Curso, sem esgotar o assunto.

Aliás, diante desta personalidade rica e ao mesmo tempo poliédrica percebemos que, quanto mais descobrimos, mais temos para encontrar.


De São José, na verdade, sabemos muito pouco. O seu nome é citado nos evangelhos apenas quatorze vezes, e os evangelistas lhe dedicam apenas vinte e seis versículos, mas não mencionam nenhuma palavra dele. Claro que isso não nos deve parecer estranho, pois os evangelistas estavam preocupados em narrar a vida de Jesus e o seu ministério. Não possuímos nem mesmo referências sobre o ano nem sobre o lugar onde nasceu. Não sabemos o nome da sua mãe e existem controvérsias a respeito do nome do seu pai (Para os que pensam que a genealogia de Lucas (3,23) dá a linhagem de Maria, e a de Mateus (1,16), dá a de José, Jacó seria o pai de José e Heli o seu sogro. O uso da palavra "pai" no hebraico e no grego, permitiriam que esta fosse usada no lugar de sogro. Para os que pensam que ambas as genealogias dão a linhagem de José, Jacó e Heli seriam irmãos, e segundo o costume, quando Heli morreu, Jacó teria tomado a sua viúva como esposa, e José seria filho de Jacó no sentido literal, e de Heli no sentido legal. Segundo a lei dos Judeus ( Dt 25,5), o irmão deveria continuar a descendência de um irmão morto casando-se com a viúva deste. É possível que José tenha sido filho de Jacó por nascimento, mas filho de Heli por adoção).


Entrou em cena quase desapercebidamente. Não há nenhuma menção sobre a sua vida nem sobre a sua morte, e esse silêncio permanecerá por muitos séculos. Entretanto, foi a ele que Jesus submeteu-se como filho, e foi com ele e nele que Maria encontrou um grande amor e força para desempenhar com perfeição a sua missão sublime.

Na verdade, o mistério de São José está na eloqüência do seu silêncio e no primado do seu amor, sendo assim, a imagem terrestre da bondade de Deus. O seu silêncio é impressionante. Ele é o mais escondido de todos os santos. Talvez por isso tenha exercido e continue exercendo um fascínio na alma de incontáveis devotos. O seu abandono aos desígnios de Deus é total, não pede explicações, não contesta e, mesmo quando entra em cena, aparece quase que de modo obscuro. Se é verdade que, ao referir-se a ele, os evangelhos não usam muitas palavras, é indiscutível que a sua pessoa está envolvida por um halo de luz tão cristalino, que resume a essência do que ele representava, quando afirmam que "era um homem justo" (Mt 1.9).

Era justo com Deus, depositando nele a mais profunda confiança em toda a sua vida. Era justo com o próximo, pois vivia com Jesus e Maria na mais perfeita caridade. Era justo consigo mesmo, pois foi sempre fiel à vocação que recebeu.

São José é um santo no sentido mais amplo da palavra, afirmava um grande devoto josefino. Foi um homem à parte, reservado, retirado, separado. Um homem em quem se diria que tudo é interior. Um homem de Deus, todo de Deus, todo em Deus. Admirado com a extrema simplicidade e os traços de santidade com que José se apresenta, outro grande devoto do nosso santo, Olier, assim se expressou em suas considerações sobre ele:
José "foi dado à humanidade para exprimir visivelmente as adoráveis perfeições do Pai, para ser a sua imagem aos olhos do Filho de Deus". Então. como deve ser excelsa a sua santidade, a beleza desse grande santo que Deus Pai criou com suas mãos para representar a si mesmo ao Filho unigênito.
São José é, no dizer do Papa Paulo VI, "a luz que difunde os seus raios benéficos na casa de Deus que é a Igreja: preenche-a com profundas e inefáveis recordações da vida à cena deste mundo do Verbo de Deus, feito homem por nós e para nós, e que viveu sob a proteção, a guia e a autoridade do artesão pobre de Nazaré" (Paulo VI , Alocução de 19 de março de 1966). Deus, para realizar o seu grande desígnio de amor, quis servir-se de suas criaturas, entre as quais escolheu duas de seu especial agrado, Maria e José, como testemunhas conscientes e agentes livres e responsáveis. Por isso a participação desses dois astros de primeira grandeza na história da salvação os coloca no centro da história do mundo.

Deus procurou, em todas as gerações, quem pudesse ser escolhido e dado como companheiro àquela que escolhera como mãe do seu Filho eterno. Considerou a fé inabalável de Abraão, a pureza de alma de Isaac, a infatigável paciência e resignação de Jacó, a mansidão e a santidade de Davi, mas o seu olhar divino não repousou em nenhum deles. Foi além, pois só em José encontrou o homem que procurava, e sobre ele recai a sua escolha. "O Senhor encontrou José segundo o seu coração e lhe confiou com plena segurança o mais misterioso e sagrado segredo do seu coração. Desvendou a ele a obscuridade e os segredos da sua sabedoria, concedendo-lhe que conhecesse o mistério desconhecido de todos os príncipes deste mundo (Hom. Super Missus est, PL 183, 70).
"São dele os pesos, as responsabilidades, os riscos e as fadigas da pequena e singular família. É dele o serviço, o trabalho, e o sacrifício, na penumbra do quadro evangélico, no qual é agradável contemplá-lo" (Paulo VI, Homilia de 19 de março de 1969).

Portanto, ninguém pode ignorar o lugar que São José ocupa na hierarquia dos Santos. Se aprofundarmos a sua vida perceberemos que imitá-lo nos parecerá fácil, pois está muito perto de nós. Ele conheceu a luta do dia-a-dia. E a amargura, sendo igual a nós. A amável e singular serenidade que se irradia deste simples leigo com uma grande missão aos olhos de Deus, nos convida afetivamente a nos aproximarmos dele com mais familiaridade, para conhecer e seguir o seu ensinamento, que nos foi transmitido com tanta discrição.

Por isso, nós, católicos, tributamos aos nossos santos um culto de veneração, considerando sempre a dignidade que lhes foi concedida por Deus e os seus exemplos que edificam a nossa vida.

São José fala pouco, mas vive intensamente aquilo que faz, não se subtraindo de nenhuma responsabilidade que a vontade do Senhor lhe impõe. Por isso ele nos oferece um exemplo de atraente disponibilidade à vontade de Deus, exemplo de calma em cada acontecimento, de confiança embebida de sobre-humana fé e caridade, assim como do grande meio da oração (João XXIII, Felicitações apresentadas ao Sacro Colégio em 17 de março de 1963). Por ter sido escolhido como esposo de Maria e pai de Jesus, e devida à abundância de graças que recebeu de Deus, a Igreja sempre lhe tributou um culto especial.

Esse é o motivo porque São José vive na alma do nosso povo, pois o povo o conhece como o carpinteiro de Nazaré, de mãos calejadas por causa do manejo do martelo e do serrote. Mediante os quais tirava o sustento para si com o suor do seu rosto. Ele é um santo que não se encontra na grande galeria dos doutores da Igreja, nem dos sábios, nem mesmo entre aqueles que se revestiram do poder de conduzir a nossa Igreja. Nos céus não o colocamos entre os querubins e os exércitos celestes. Com seu estilo silencioso e humilde de vida, quase desconhecido, ele se assemelha muito ao nosso povo.

Em síntese, os trechos da Sagrada Escritura que falam sobre o nosso Santo podem ser resumidos nos seguintes:

Descendente da casa de Davi - Mt 1,16 / Lc 1,27.
Esposo de Maria - Mt 1,18.
Pai de Jesus - Mt 1,20; 13,55 / Lc 3,23; Jo 1,45 ; 6,42.
Perplexidade diante do mistério da encarnação - Mt 1,19.
Viagem a Belém para o recenseamento ordenado por César Augusto - Lc 2,4-6.
Fuga ao Egito e volta com Maria e o Menino para Nazaré - Mt 2, 14. 19-23.
Perda e encontro de Jesus aos 12 anos no Templo de Jerusalém; em seguida o Menino desceu com eles a Nazaré, onde lhes era submisso - Lc 2,48.
Era um homem justo - Mt 1,19.
Portanto, os dados dos evangelistas sobre São José são estes: era justo, filho de Davi, esposo de Maria, pai de Jesus e carpinteiro. São poucas informações, mas de importância fundamental, como todas as da Sagrada Escritura, pois são como sementes cheias de vitalidade e de conteúdos inexauríveis.

Questões para o aprofundamento pessoal

1. Quantas vezes os evangelhos o mencionam? E qual ou quais seriam seu (s) pai (s)?
2. Como Mateus o define?
3. Dê uma síntese do que os evangelhos falam dele.

3 - APRESENTAÇÃO DO AUTOR: PE: JOSÉ ANTÔNIO BERTOLIN. OSJ


APRESENTAÇÃO PESSOAL

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“São José nos ensina o modo de cuidar dos nossos alunos, aliás, seja ele mesmo o seu Guarda” (São José Marello)

Prezados amigos,

Chamo-me José Antonio Bertolin, religioso e sacerdote, membro da Congregação dos Oblatos de São José, fundada em Asti-Itália por São José Marello em 1879. Nesta sou sacerdote há 25 anos, mas sinto-me parte dela desde 1963, quando ingressei no Seminário Menor de Ourinhos - SP. Nasci aos 12 de julho de 1949 em Ribeirão Claro- PR. Depois de alguns anos no Seminário de Ourinhos, passei a estudar o ginásio clássico no Colégio São José de Apucarana e em seguida colegial em Curitiba, onde também cursei a Filosofia. Ainda em Curitiba fiz meu ano de Noviciado em 1973. Em seguida fui enviado à Roma onde cursei a Teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana. Ordenado sacerdote em novembro de 1976 fui designado imediatamente formador do Seminário Menor Pe. José Canale em Apucarana-Pr, cargo que exerci por 3 anos, sendo depois nomeado pároco da Igreja São José, hoje Santuário São José de Apucarana, onde desempenhei o cargo por outros 3 anos.

Em fevereiro de 1983, assumi as funções de pároco da Paróquia Senhor Bom Jesus do Portão em Curitiba por 11 anos, desempenhando paralelamente por dois triênios o cargo de vice- provincial em minha Província. Em 1994 fui nomeado Provincial, cargo que venho ocupando por três triênios consecutivos. Tenho procurado, dentro do espírito de minha Congregação, estudar a teologia Josefina e no decorrer deste tempo pude participar de 3 Simpósios Internacionais de Josefologia, um em Kalisch-Polônia, outro na cidade do México e por fim em Roma, onde também participei de um encontro 13 sobre a espiritualidade Josefina. A medida do possível tenho me dedicado a escrever algo sobre o nosso Santo Patriarca, tanto em nível interno em minha Congregação, como externo com dois pequenos livros: “São José, fiel vocacionado” (Edição Ave Maria) e “São José, imagem terrestre da bondade de Deus”, assim como duas “Novenas de São José” e uma síntese de Josefologia denominada “100 Questões de Josefologia”. Por fim, alguns escritos sobre a vida do Fundador de minha Congregação, São José Marello e algo sobre Jesus Cristo.

Pe. José Antonio Bertolin, OSJ

Por: Centro de Espiritualidade Josefino Marelliana

2 - CURSO DE JOSEFOLOGIA - APRESENTAÇÃO DO CONTEÚDO DO CURSO


Curso de Josefologia (versão impressa)


A divisão deste curso apresenta-se em quatro partes ou blocos e cada um deles procurando tocar o que de mais específico se fez no campo da Josefologia ao longo dos séculos. Na verdade vamos procurar entrar em contato, também se não de uma maneira ampla, com o que é de maior interesse no conhecimento desta matéria. Sabemos que os católicos, sobretudo tocados pela luz dos dogmas e da própria teologia, têm uma distinção um tanto quanto clara de Jesus e de Maria, mas de José não existe uma melhor definição certamente porque a respeito de sua pessoa e missão existem todavia muitas sombras, seja em consequência de uma herança das fantasias dos apócrifos, seja também de caráter manifestado pela teologia e pela arte. A primeira parte procurará abordar os fatos dentro da infância e adolescência de Jesus – Evangelho da Infânciarelatados por Mateus 1-2 e Lucas 1-2, onde procuraremos discernir e fazer considerações sobre as narrações que relatam a genealogia, as cenas da Anunciação e do nascimento de Jesus; em suma, os fatos da infância de Jesus em relação a José.

Na segunda parte tocaremos os aspectos doutrinais e as considerações teológicas na vida de São José, particularmente o seu matrimônio com Maria, a sua especial paternidade, a sua missão e santidade. Com isso, sem o medo de cair no devocionismo, porque iluminados pelos evangelhos e pelos Padres da Igreja que “desde os primeiros séculos, puseram em relevo que São José, cuidou de Maria com amor e se dedicou com empenho jubiloso à educação de Jesus Cristo”, procuraremos justificar que ele é muito mais que o homem do silêncio, ou simplesmente afirmar que ele não é o verdadeiro pai de Jesus, mas o seu simples pai putativo.

Na terceira parte abordamos um pouco da pessoa de São José valorizada pelo culto e pela arte, vendo-o não como um velho, mas como um homem forte, trabalhador e educador 10 de Jesus e objeto de fascínio pelos fiéis seus devotos e pelos artistas. Com isso, em referência às pessoas, aos lugares e os tempos, mostraremos o campo percorrido pelo culto ao nosso Santo e a valorização que ele recebeu particularmente das Congregações religiosas, das Confrarias, dos Centros de Estudos Josefológicos, do folclore, da arte, etc.

Por fim, na última parte daremos uma consideração prática sobre os pontos mais salientes da riqueza doutrinal e espiritual do Documento pontifício contido na Exortação Apostólica de João Paulo II, Redemptoris Custos, assim como algumas outras abordagens complementares na linha deste estudo Josefológico.

Evidentemente pela performance do presente curso, cada um destes blocos contém os temas relacionados aos pontos a serem abordados na teologia Josefina, temas estes condensados nos flashes mais significativos e importantes no tocante a pessoa, à figura e à missão de São José. Por se tratar de uma disciplina relativamente nova dentro do campo da teologia, esta avia-se para uma melhor concretização e estruturação de seus conteúdos, contudo um pouco do que até hoje já foi produzido em termo de reflexão teológica sobre São José é o suficiente para se ter uma idéia clara e precisa de sua pessoa e de sua importância no momento culminante da história da salvação.

Sabemos que é comum entre os teólogos a afirmação de que o conhecimento de Maria não é ainda suficiente e não será nunca demais, mas da mesma forma podemos dizer que o conhecimento de São José não atingiu ainda um grau de suficiência e também nunca este será demais. O fato é que ainda existe uma lacuna a respeito da teologia Josefina e isto por vários fatores a começar pelos estudiosos, os quais simplesmente deixaram de divulgá-lo ou até procuraram diminuí- lo como se ele fizesse sombra a Jesus e a Maria, ou até procuraram estudá-lo com estima e competência, mas sem comunicar aos devotos os frutos de seus estudos, a sua estima, veneração ou devoção por ele.

Sabemos que a devoção sem o conhecimento é como um edifício sem fundamentos, uma árvore sem raízes, enquanto que o conhecimento sem a devoção é como um tronco sem flores e frutos. É preciso, portanto que a devoção se fundamente na teologia e que a teologia floresca e se frutifique na devoção. Só assim haverá um reforço e um enriquecimento da figura de São José na Igreja e na vida dos cristãos.

Levando em consideração o que foi acima exposto, o nosso curso procurará percorrer em caminho de quatro rodas individuadas nas quatro partes ou blocos onde exporemos a matéria e no final de cada parte deixaremos um questionário com duas ou três perguntas sobre a matéria exposta, a fim de que cada participante tenha uma inteiração com o assunto, aprofundando o conhecimento sobre o tema. Não faltarão evidentemente propostas para o aprofundamento pessoal da matéria e oportunamente extensões de aprofundamento do tema conforme a viabilidade.

Em suma, o objetivo deste é segundo o desejo da Fundação Século XXI e meu, de proporcionar a todos os que disporem fazer este caminho juntos, o aprofundamento da teologia Josefina e com isso alargar os horizontes doutrinais e pastorais em relação ao Guarda do Redentor

Por: Centro de Espiritualidade Josefino Marelliana

1 - CURSO DE TEOLOGIA SOBRE SÃO JOSÉ (Curso de Josefologia) - INTRODUÇÃO


Por: Centro de Espiritualidade Josefino Marelliana

Curso de Josefologia - Versão OnLine - Índice de conteúdos.

Considerando que o nome José é ainda muito popular em muitos lugares, que muitíssimas Igrejas são dedicadas a ele no mundo inteiro, que ultrapassa o número de 200 as Congregações Religiosas que o têm como protetor e que ele é o Patrono Universal da Igreja Católica, pode-se dizer que São José não é pouco conhecido, mas sim que é mal conhecido.

Por muitos séculos foi cômodo representá-lo como um velho de barba branca com o intuito de defender com isso a Virgindade de Maria, assim como também não faltaram intenções de mostrá-lo como um viúvo que tinha filhos quando então foi escolhido para ser esposo de Maria e com ela casou-se, pensando-se, que assim se resolveria o problema dos irmãos de Jesus, mesmo se muitos se opuseram a estas conclusões erradas e injustas quanto à sua pessoa.

José de Nazaré é um homem excepcional que foi escolhido por Deus para ser o esposo da Virgem Santíssima e para servir o Verbo Encarnado, Jesus Cristo. Ele recebeu uma tarefa nobre com uma missão específica dentro do plano da salvação da humanidade e para isso foi enriquecido com uma excepcional dignidade de graças especiais.

José é um homem profundamente religioso, que vivenciou um vivo senso de Deus na sua vida acatando o primado da vontade divina a seu respeito e tudo isto ele demonstrou quando Deus se dignou entrar em sua casa e com ele conviver, dando prova de uma profunda humildade e de uma obediência incondicional.

José é uma pessoa grandemente reflexiva e isto ele o demonstrou desde quando procurava entender a divina maternidade de Maria, quando vislumbrando viu o Salvador do mundo nascer na pobreza e ser homenageado pelos pastores e magos, quando o apresentou no Templo, quando na fuga que com ele e sua esposa fez para o Egito e depois de lá voltou para a sua pátria. Em suma, ele, como descreve o evangelista Mateus, é um homem justo, alguém consumado na perfeição.

Devido a importância deste astro de primeira grandeza, embora ainda bastante escondido, a Igreja ao longo dos séculos não deixou de honrá-lo, e por isso não precisamos ficar esperando que 7 a ela apresente novidades sobre ele, como se tivesse mais o que dizer. Portanto, para nós é importante ressaltar os pontos salientes dos ensinamentos da Igreja através dos Santos Padres, dos Teólogos e dos devotos Josefinos e que se encontram disseminados ao longo dos séculos.

O objetivo deste nosso curso é de tornar São José conhecido para que também ele seja mais amado e venerado. Felizmente existem uns poucos Centros de Estudos sobre São José em alguns países, os quais têm procurado ao longo destas últimas décadas aprofundar e difundir a teologia Josefina, denominada mais precisamente de Josefologia. Infelizmente a ausência da Josefologia nos currículos dos estudos de Teologia tem contribuído significativamente para um vazio tanto nas pregações como na catequese sobre a importância do Guarda do Redentor no mistério da Redenção.

Ultimamente, mais precisamente em 15 de agosto de 1989, a Igreja proporcionou-nos reflexões preciosas sobre este a quem Deus “confiou a guarda dos seus tesouros mais preciosos, Jesus e Maria”, ao lançar, por ocasião do centenário da publicação da Carta Encíclica Quamquam Pluries de 15 de agosto de 1889, a Exortação Apostólica Redemptoris Custos de João Paulo II. Com esta a Igreja manifestou toda a importância que São José tem, o qual, ao lado de Cristo, Redentor do homem, e da Mãe do Redentor, recebeu de Deus uma sublime missão, sendo chamado a servir diretamente o, “mistério escondido desde os séculos em Deus” (Ef 3,9), quando na plenitude dos tempos ele enviou “o seu Filho, nascido de uma mulher, para resgatar aqueles que estavam sob a lei, para que recebêssemos a adoção de filhos” (Gal 4,4s).

A importância de São José dentro dos planos de Deus é indiscutível porque foi ele justamente chamado para ser o Guarda do Redentor participando do mistério de nossa salvação como nenhuma outra pessoa, com exceção de Maria e sendo justamente com ela envolvido na realidade deste evento salvífico como depositário do mesmo amor com que o Pai “nos predestinou para sermos seus filhos adotivos por Jesus Cristo” (Ef 1,5). Ele participou juntamente com sua esposa da fase culminante da auto-revelação de Deus em Jesus Cristo tendo sido colocado por primeiro pelo próprio Deus sobre o caminho de peregrinação da fé, sobre o qual Maria caminhou de modo perfeito, participando da mesma fé da Mãe de Deus 8 e sendo-lhe consequentemente o sustentáculo na fé, no evento da divina Anunciação.

Por tudo o que São José é e representa para a Igreja e para os cristãos, sinto-me contente em poder partilhar com você, caro internauta, um pouco do muito que se tem, embora não em língua portuguesa, sobre José que foi aqui na terra o “cooperador do mistério providencial de Deus”, sendo o pai de Jesus.

Como religioso e sacerdote membro de uma Congregação que tem como seu Protetor e modelo e tem além do mais, como um dos aspectos de seu carisma a finalidade de “reproduzir na vida e no apostolado o mistério cristão como o viveu São José”, e o empenho de difundir a espiritualidade de São José, espero transmitir um pouco daquilo que o nosso Centro de Espiritualidade Josefino – Marelliano tem como objetivo de aos poucos tornar-se para todo o Brasil um verdadeiro centro de irradiação e difusão da Espiritualidade Josefina.

Seja São José o nosso guia e mestre nesta diferente e nova empreitada sendo ele, como afirmou o Papa Paulo VI, “uma luz que difunde os seus raios benéficos para todos nós que a partir de agora nos pomos a percorrer nesta nova estrada denominada de Josefologia.


Pe. José Antonio Bertolin, OSJ 


quarta-feira, 25 de julho de 2018

Apresentador do 2º telejornal mais visto do Brasil faz questão de se mostrar católico


Por: Redação da Aleteia

Daniel Adjuto Instagram

O jovem Daniel Adjuto encanta as redes sociais com sua simpatia e com seus testemunhos de fé católica

Um jovem repórter promovido a apresentador do segundo telejornal mais visto no Brasil vem chamando as atenções das redes sociais pelo profissionalismo e simpatia, mas também por uma “peculiaridade”: enquanto a maioria dos seus colegas procura manter ou aparentar certa “neutralidade” no tocante às crenças pessoais, ele é abertamente e decididamente católico.

Bastante ativo nas redes sociais, o brasiliense Daniel Adjuto, de 28 anos, compartilha frequentemente mensagens e imagens da sua fé católica, além de momentos de oração e atividades que realiza com outros amigos cristãos.
Formado em Jornalismo em 2013 pela Universidade de Brasília, Daniel assumiu a bancada do telejornal “SBT Brasil” no começo deste ano, após trabalhar como repórter da emissora no Distrito Federal.

Neste último 16 de julho, dia de Nossa Senhora do Carmo, Daniel postou no seu Instagram a imagem de Maria com Jesus no colo e ambos com o santo escapulário na mão. E escreveu:

“Nossa Senhora do Carmo, mãe do escapulário, rogai por nós! Feliz dia, mãezinha! #16dejulho”


Daniel Adjuto Instagram N Sra Carmo

Em maio, ao postar uma foto em que aparece na bancada do telejornal, o texto dizia:

“Que as nossas vontades coincidam. Se não, que a Tua sempre prevaleça”

E no último dia de maio, em referência ao Corpus Christi, a imagem postada foi a do Santíssimo Sacramento da Eucaristia exposto para adoração, com a mensagem:

“Te chamam de Deus e de Senhor. Te chamam de Rei e de Salvador. E eu me atrevo a Te chamar de meu amor #corpuschristi”


Daniel Adjuto Instagram Eucaristia

Numa entrevista informal concedida à blogueira brasiliense Lídia Saraiva, Daniel Adjuto definiu assim a própria vida: “Por Ele tudo, sem ela nada“, em referência a Deus e a Nossa Senhora.

O jovem apresentador afirmou também que, se não fosse jornalista, gostaria de ser médico. Seu maior sonho, segundo ele, é formar uma família, e a pessoa a quem mais admira neste mundo é a sua mãe, “mulher batalhadora a quem devo tudo que sou e tenho“.

Mais dois destaques dessa entrevista:

P – [Diga] um fato interessante sobre você.
R – Sou muito católico.

P – Qual o maior motivo do seu sorriso?
R – Ter um Deus gigante e bondoso no comando de tudo.

E, para encerrar, um singelo lembrete de Daniel Adjuto aos seus seguidores no Instagram:

“Azar é contar com a sorte e não com Deus”


Daniel Adjuto Instagram Deus


quarta-feira, 18 de julho de 2018

Em um Mundo barulhento Precisamos do espirito Eremítico


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Com televisão, música no smartphone ou mp3 player pessoal e o barulho do som excessivo das indústrias, canteiros de obras, meios de transporte das grandes e pequenas cidades do nosso país, está cada vez mais difícil experimentarmos o silêncio. Nesse mundo que não temos tempo para contemplar a beleza da vida porque estamos tão preocupados com o amanhã, remoendo o passado e esquecendo de viver o tempo presente. Em meio ao barulho do nosso mundo exterior e interior, precisamos do espirito Eremítico em nosso dia a dia. Precisamos vivenciar o silêncio interior, se encontrar dentro de nós mesmos para suportamos esse caos sonoro do mundo exterior.

O silêncio interior é primordial para nossa saúde psicológica e para nosso crescimento espiritual. Mesmo estando em um lugar barulhento podemos nos manter silenciosos, isto significa que estamos concentrados e unidos ao nosso próprio centro. Quando a predemos a vivenciar esse silêncio interior, temos atenção, e essa atenção nos conduz o centro do nosso ser que é a plena consciência. A consciência nos transfere do passado e do futuro para o tempo presente.

Esse é o espirito Eremítico, ante que alguém se pergunte o que é um eremita? A palavra eremita significa homem do deserto. Esse espirito Eremítico é ir ao deserto para ouvir a voz do silêncio, aqui não estou me referindo ao deserto como lugar físico, me refiro ao mergulhar no mais profundo do nosso ser, entrar dentro de nós mesmos para compreendermos quem somos.

Esse silêncio interior nos leva a uma paz de espirito que mesmo nos dias de tempestades não perderemos essa paz que se renova a cada amanhecer. O silêncio é fiel, ele é a cura para ira, a ansiedade e amargura destrutiva. Silenciar é ouvir a voz de Deus que fala no silencio do  nosso interior. 

Silenciar não significa ausência de barulho, silenciar é uma atitude de quem ama, o silêncio é uma ato de adoração em Espirito e Verdade.


quinta-feira, 12 de julho de 2018

Nomeação de católico para Suprema Corte dos EUA provoca temor em abortistas


Por: ACI Digital

Brett Kavanaugh

"O lema do meu colégio jesuíta era ser ‘homem para os outros’. Tentei viver esse credo", disse Brett Kavanaugh

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na última segunda-feira a nomeação do juiz católico Brett Kavanaugh à Suprema Corte para substituir Anthony Kennedy, magistrado que comunicou a sua aposentadoria em 27 de junho.

Com a aposentadoria de Kennedy, conhecido pelo seu apoio ao casamento gay e ao aborto, e a nomeação de Kavanaugh, as instituições e ativistas que apoiam o aborto mostraram a sua preocupação e lançaram uma campanha para evitar a sua nomeação. Entre elas está a multinacional abortista Planned Parenthood e a sua ex-diretora Cecile Richards.

Por sua parte, vários líderes pró-vida têm esperanças de que no futuro seja revertida a decisão “Roe vs Wade”, que permitiu a legalização do aborto em 1973.

Caso ocorra a confirmação de Kavanaugh, seria consolidada uma maioria conservadora no maior órgão de justiça do país.

Para um presidente dos Estados Unidos, a eleição de um dos nove juízes que formam a Suprema Corte é uma decisão muito importante, porque é um cargo vitalício. Um juiz da Corte só pode ser demitido pelo Congresso através de um impeachment ou renunciando por conta própria.

Após o anúncio, Kavanaugh fez um breve discurso no qual falou sobre a importância da sua educação católica e como isso influenciou na sua carreira. Do mesmo modo, disse que se sentiu “profundamente honrado” pela nomeação.

O anúncio em 9 de julho ocorreu depois de muita especulação. Esta é a segunda vaga que Trump preencheu durante o seu mandato; anteriormente nomeou o juiz pró-vida Neil Gorsuch para a Suprema Corte.

As audiências para a confirmação de Kavanaugh devem começar em breve no Senado.

Trajetória

“O lema do meu colégio jesuíta era ser ‘homem para os outros’. Tentei viver esse credo”, disse Kavanaugh, que se formou na Escola Preparatória Georgetown, perto de Washington D.C.

Durante a sua nomeação, afirmou fazer “parte da vibrante comunidade católica na área de DC” e que, embora “os membros dessa comunidade discordem sobre muitas coisas”, também estão unidos no “compromisso de servir”.

Kavanaugh destacou o seu compromisso com o serviço tanto dentro como fora da Corte. Ele é voluntário servindo comida a pessoas desabrigadas, treinando o time de basquete da sua filha e dando aulas particulares em uma escola primária.

Em seu discurso, também se referiu a Mons. John Enzler, presidente e diretor executivo da organização de ajuda humanitária Catholic Charities, que esteve presente durante o anúncio.

“Há 40 anos, era coroinha do Pe. John”, disse, acrescentando que agora servem a pessoas sem-teto graças à Catholic Charities.

Kavanaugh serve desde 2006 na Corte de Apelações dos Estados Unidos para o Circuito do Distrito de Columbia, onde desenvolveu um amplo registro de proteção da liberdade religiosa, de expressão e aplicando restrições ao aborto. Os líderes pró-vida acreditam que faria o mesmo na Suprema Corte.

Anteriormente, trabalhou na Casa Branca com George W. Bush. Este último disse que Kavanaugh “é um brilhante advogado que aplicou fielmente a Constituição e as leis no decorrer dos seus 12 anos no Circuito de DC. É um bom esposo, pai e amigo, um homem muito íntegro”.

Embora Kavanaugh tenha sido assistente do juiz Anthony Kennedy, dizem que as suas opiniões são mais parecidas com as do falecido Antonin Scalia, um juiz mais conservador.

O juiz que poderia ser o novo membro da Suprema Corte recebeu seus títulos universitários e de Direito da Universidade de Yale. É casado com Ashley e tem duas filhas.

Aborto

Em relação ao aborto, não se sabe muito sobre as suas opiniões pessoais. Kavanaugh recentemente reformulou uma decisão que impedia que uma menor grávida sem documento sob custódia federal praticasse um aborto. A decisão foi anulada por outro tribunal.

Através de uma petição em seu site oficial, a Planned Parenthood disse que o juiz Kavanaugh “não está preparado para servir na Suprema Corte”, porque “a sua história de extremismo com relação aos direitos reprodutivos colocam em perigo o nosso direito constitucional ao aborto, e não ficaremos à margem”.

Para isso, multinacional abortista lançou uma campanha para pressionar os senadores e evitar a eleição de Kavanaugh e de “qualquer candidato que ameace os nossos direitos reprodutivos”.

Por sua parte, a ativista pró-abortista Cecile Richards mostrou a sua preocupação no Twitter: “O equilíbrio da Suprema Corte está em jogo. Não podemos permitir que se incline contra o direito constitucional ao aborto. Os direitos e a saúde das gerações de pessoas estão em jogo. Não podemos voltar”.


Líderes pró-vida saúdam a nomeação

Vários líderes pró-vida dos Estados Unidos, segundo informações de ‘Life News’, expressaram grandes esperanças em Brett Kavanaugh, que tem uma grande história na defesa das liberdades religiosas e restrições ao aborto.

“A história do juiz Kavanaugh, vista como um todo, mostra a sua intenção de defender os direitos verdadeiramente baseados no texto e na história da Constituição, enquanto deixa a formulação de políticas nas mãos dos legisladores eleitos”, disse Carol Tobias, presidente do ‘National Right to Life’.

A presidente de Susan B. Anthony List, Marjorie Dannenfelser, elogiou Kavanaugh como uma ” excelente escolha” para a maior Corte dos Estados Unidos.

“O juiz Kavanaugh é um advogado com experiência e princípios com um grande histórico de proteção da vida e dos direitos constitucionais, como evidenciam as suas opiniões em Garza vs. Hargan e Priests for Life vs. HHS”, disse Dannenfelser.

Por sua parte, Lila Rose, fundadora e presidente de ‘Live Action’, disse que encorajam Kavanaugh a “defender a Constituição e apoiar o direito humano mais básico, o direito à vida”.

“Esperamos que com Brett Kavanaugh, a Corte garanta que o nosso primeiro direito, o direito à vida, esteja protegido pelas nossas leis, em vez de sermos desrespeitados. O direito à vida é a base de todos os outros direitos humanos; sem ele, não se pode disfrutar de outros direitos”, expressou.

O presidente da Ohio Right to Life, Mike Gonidakis, comentou: “Kavanaugh tem um histórico judicial comprovado que interpretará a Constituição como está escrita e não será uma justiça ativista. Agradecemos ao presidente Trump por cumprir a sua promessa de nomear juízes pró-vida para a Corte. Ohio Right to Life espera que Roe vs. Wade seja anulado para que Ohio possa estabelecer as suas próprias políticas pró-vida”.

Por outro lado, Penny Nance, presidente e diretora executiva de Concerned Women for America, disse que a batalha para confirmar Kavanaugh será feroz.

“Realmente não é surpreendente quando este candidato poderia significar o fim de toda a indústria do aborto. Com tanto em jogo, a esquerda fará tudo o que estiver ao seu alcance para impedir este candidato, e devemos estar preparados para ajudar a impulsionar esta confirmação”, sublinhou.

segunda-feira, 9 de julho de 2018

Mãe de quíntuplos recusa aborto seletivo: “Eu já amava todos eles”


Por: Sempre Família


O que você faria se tivesse 26 anos e o médico lhe dissesse "Você está grávida de 5 bebês"?

Kim Tucci e seu marido Vaughn já tinham três filhos, um menino e duas meninas, quando decidiram que queriam um novo membro na família – quem sabe um menino, para empatar com as meninas.

Ela descobriu, porém, que o menino viria, mas muito bem acompanhado por quatro meninas!

No entanto, temendo pela saúde dos bebês e de Kim – que tinha sido diagnosticada com endometriose –, os médicos sugeriram que ela fizesse um aborto seletivo.

“Depois do primeiro ultrassom, me aconselharam a considerar o método seletivo para dar a dois dos bebês chances melhores de viver. Assisti a um vídeo no YouTube sobre o procedimento e comecei a chorar. Jamais poderia fazer isso! Eu estaria sendo egoísta por não dar a dois deles 100% de chance de sobrevivência? Tudo o que eu sabia é que eu já amava todos eles e que a cada batida dos seus corações me conectava ainda mais com eles”, relata Kim em sua página no Facebook Surprised by Five.

Com a recusa a dar fim à vida de qualquer um dos bebês, a gestação quíntupla de Kim seguiu em frente. Os cinco irmãos nasceram em uma cesárea em janeiro de 2016 – um procedimento hercúleo que contou com uma equipe médica de 50 médicos e enfermeiros.

“Meu corpo lutou a mais dura das batalhas para trazer cinco bebês a este mundo com segurança”, disse a mãe, eu tinha 26 anos na época. Keith, Penelope, Beatriz, Tiffany e Allison passaram pouco mais de dois meses na UTI neonatal antes de ir para casa.

Surpresa

No seu primeiro ultrassom, Kim recebeu a notícia de uma maneira completamente inesperada. “O médico começou a contar: um, dois, três, quatro… cinco! Eu ouvi direito? Cinco? Minhas pernas começaram a tremer incontrolavelmente e tudo que eu conseguia fazer era rir”, conta ela. “Eu podia ver o entusiasmo no rosto do meu marido, que me disse: ‘A gente consegue!’”

Kim traça a sua estima pelo valor da vida até a época em que teve o seu primeiro filho, Kurt, aos 18 anos de idade. Ele nasceu prematuro – oito semanas antes do esperado – em uma cesárea de emergência.

Embora tenha nascido com deficiência auditiva, Kurt superou bem o tempo na UTI neonatal, mas o mesmo não pode ser dito de todos os seus colegas de hospital.

“Havia várias mães adolescentes na UTI neonatal. Eu visitava Kurt várias vezes por dia e apenas sentava ao seu lado e segurava a sua mão. Uma vez, testemunhei o momento em que uma jovem mãe recebia a notícia devastadora de que os médicos não poderiam fazer mais nada por sua filha – ela tinha nascido cedo demais”, conta Kim.

“Deixei o hospital sem ver Kurt e sentei nos degraus, chorando. Passei a valorizar sempre mais a vida desde esse momento de puro sofrimento”.