sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Como funciona o processo de construção dos pensamentos da Mente Humana | Augusto Cury

Pesquisa brasileira: vida sexual precoce pode levar a baixa autoestima e depressão


Aleteia Brasil

Resultado de imagem para adolescência"

“Há uma lacuna deixada pela família no campo afetivo desses jovens. Infelizmente, muitos adolescentes não têm certeza de que são amados por seus pais”

Uma pesquisa que envolveu mais de 6 mil adolescentes de 12 a 15 anos, publicada em dezembro de 2019 pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), aponta que os estudantes cujos pais são permissivos ou negligentes têm o dobro de probabilidade de uma iniciação sexual precoce, o que tem relação com a percepção de desinteresse dos pais pela sua rotina e a consequente busca de atenção e carinho em parceiros sexuais.

A mesma pesquisa também indica, porém, que, em vez de preencherem o vazio emocional, esses adolescentes tendem a desenvolver novos problemas emocionais, como ansiedade, depressão e transtornos alimentares – sem falar no risco de gravidez, já que não existe método contraceptivo 100% eficaz, e no de contrair alguma doença sexualmente transmissível (DST).

A psicóloga e orientadora familiar Lélia Bueno de Melo, consultada pela reportagem do site Sempre Família, do jornal paranaense Gazeta do Povo, comenta:

“Há uma lacuna deixada pela família no campo afetivo desses jovens. Infelizmente, muitos adolescentes não têm certeza de que são amados por seus pais”.

Ela acrescenta que essas experiências sexuais imaturas afetam a autoestima do adolescente e a sua capacidade de estabelecer relacionamentos sólidos, porque os momentos íntimos sem compromisso levam o adolescente, ainda em fase de conhecimento do próprio corpo e de organização dos próprios pensamentos, a buscar relações românticas superficiais e, por conseguinte, a sentir maior dificuldade em estabelecer vínculos sólidos.

A coordenadora do estudo é a doutora em psicobiologia Zila Sanchez, que também coordena o Núcleo de Pesquisa em Prevenção ao Uso de Álcool e Outras Drogas da Unifesp. Ela observou, ainda, que os adolescentes com vida sexual ativa têm mais chance de usar substâncias ilícitas, além de tabaco e álcool, que reduzem a percepção de risco e os fazem sentir-se “corajosos” para experimentar comportamentos perigosos.

Lélia ressalta a importância da tarefa dos pais de desenvolver uma boa autoestima dos filhos, o que envolve explicar com naturalidade que a atividade sexual está ligada ao conceito que eles têm de si mesmos:

“É preciso valorizar a sua dignidade como pessoa. Nós nascemos para ser amados profunda e inteiramente, então precisamos disso em nossos relacionamentos. Pais afetivos, fortes e atuantes favorecem o desenvolvimento normal da saúde afetiva e sexual do adolescente. Quem é amado não se vende barato”.

Não custa lembrar que a televisão, o cinema e muitos portais na internet apresentam o sexo na adolescência como parte da rotina dessa fase da vida, induzindo os adolescentes a buscarem experiências precoces também na tentativa de se sentirem parte do rebanho. Este é outro aspecto recorrente da baixa autoestima.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Cine D+ - O Preço do Amanhã





SINOPSE E DETALHES

Em um futuro próximo, o envelhecimento passou a ser controlado para evitar a superpopulação, tornando o tempo a principal moeda de troca para sobreviver e também obter luxos. Assim, os ricos vivem mais que os pobres, que precisam negociar sua existência, normalmente limitada aos 25 anos de vida. Quando Will Salas (Justin Timberlake) recebe uma misteriosa doação, passa a ser perseguido pelos guardiões do tempo por um crime que não cometeu, mas ele sequestra Sylvia (Amanda Seyfried), filha de um magnata, e do novo relacionamento entre vítima e algoz surge uma poderosa arma com o sistema e organização que comanda o futuro das pessoas.

Jonathan Pryce: o que aprendi ao interpretar o Papa Francisco


Redação da Aleteia

JONATHAN PRYCE I PAPIEŻ FRANCISZEK

“Ele foi o primeiro papa da minha vida que eu senti que falava comigo”, disse o protagonista do filme Os Dois Papas, indicado ao Oscar, à Aleteia

Em Roma, a Aleteia entrevistou o ator galês Jonathan Pryce (72 anos), reconhecido por sua semelhança física e interpretação de Jorge Mario Bergoglio no filme ‘Os Dois Papas’, produzido pela Netflix.

O filme dirigido por Fernando Mereilles foi indicado ao Oscar nas categorias de melhor “roteiro adaptado” e “ator coadjuvante”, pela atuação de Anthony Hopkins (personagem fictício de Bento XVI).

No entanto, Pryce já foi recompensado pelo público e pela crítica, reconhecendo que ele encarna a imagem mais fiel do Papa Francisco no nível cinematográfico, cuja aparência física lhe daria a possibilidade de interpretá-la em novas produções.

Nesta entrevista, o ator revela detalhes inéditos de sua busca espiritual, entrelaçados com as emoções de uma experiência única vivida durante as filmagens, que exigia até que ele usasse os sapatos ortopédicos, empoeirados e gastos do arcebispo Bergoglio.

Pryce parece muito satisfeito ao comentar sobre as experiências de filmagem que emocionaram seu coração, por exemplo, ao gravar a cena da missa com pessoas que realmente moram na Villa 21 em Buenos Aires, as mesmas pessoas que ouviam as homilias de Bergoglio.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

O guia definitivo para vencer a solidão


Dolors Massot

ERASMUS RELIGIJNY

Como vencer a solidão? Se você esta se sentindo mais só do que gostaria, este artigo é para você: um roteiro simples e definitivo para vencer a solidão

Ficar um pouco sozinho(a) pode renovar as energias. Mas a solidão em si é muito difícil de lidar. Por motivos profissionais ou pessoais, podemos nos desconectar de outras pessoas com o passar dos anos.

Se isso acontecer, podemos de repente nos ver com algumas poucas pessoas à nossa volta, à medida que envelhecemos, o que pode levar à solidão. Como podemos superar esse isolamento? O que podemos fazer para parar de nos sentir sozinhos? Aqui estão 11 sugestões.

1. Decida não ficar sozinho

A solidão não é um destino inevitável. Nunca é tarde para fazer amigos. Se você não quer mais ficar sozinho e busca amizades, o primeiro passo é convencer-se de que pode encontrar amigos: Sim, em qualquer idade. Sim, em qualquer situação. Sim, mesmo com suas limitações. Sim, mesmo na cidade onde você mora.

2. Coloque seus óculos de “ver amigos”

Mude as “lentes” através das quais você vê o mundo ao seu redor e descobrirá possíveis amigos nas pessoas que encontra todos os dias, sejam elas já conhecidas ou não. Todos os dias podem ser uma surpresa feliz, mas tudo depende da sua perspectiva.

3. Cultive seus laços familiares

Se você se afastou de seus parentes, é hora de fortalecer seus laços familiares novamente. Pense em termos de círculos concêntricos, dos seus parentes mais próximos aos mais distantes. Seus pais, tios e tias, irmãos, primos. Procure ocasiões para se reconectar com eles, começando com uma mensagem de felicitação pelo aniversário, por exemplo. Convide-os a sair para tomar um café ou para uma refeição. Converse, pergunte por sua saúde e suas questões.

4. Viaje em grupo

Em vez de viajar sozinho(a), viaje em grupo com desconhecidos. Você pode participar de uma viagem organizada por uma igreja ou um grupo através das redes sociais ou de um agente de turismo. Alguns dias em outra cidade ou país, em um ambiente mais descontraído, cria a oportunidade de uma conversa casual com companheiros de viagem. Você pode aprender como eles são e encontrar coisas que você tem em comum, que podem formar a base para criar uma amizade.

5. Esteja atento(a) aos roteiros e atividades em sua cidade

Em muitas cidades, existem rotas de diferentes tipos que levam a pontos de interesse, geralmente com visitas guiadas. Também pode haver passeios fotográficos em grupo ou aulas ou sessões de desenho e pintura ao ar livre. Tais atividades facilitam fazer conexões e a troca de ideias com outras pessoas.

6. Aprenda um novo idioma

Participe de um grupo de conversação em um idioma que você estudou no passado e deseja praticar; ou simplesmente decida aprender um novo idioma. Você crescerá intelectualmente e se envolverá em atividades de aprendizagem que o aproximarão de pessoas com interesses semelhantes. Muitas vezes existem grupos que se reúnem em cafés ou restaurantes, por exemplo; você não precisa necessariamente frequentar uma escola de idiomas, embora não seja uma má ideia.

7. Participe de esportes, como jogador ou espectador

Para fazer amigos, você precisa gastar algum tempo procurando por eles. Esse tempo pode ser orientado para a prática de um esporte como correr ou andar de bicicleta. Nos parques e nas ruas, muitas pessoas praticam esportes, e é natural conhecer quem faz o mesmo percurso e a mesma programação. Você também pode frequentar uma academia.

Mesmo se você não pratica esportes, provavelmente é fã de um ou mais times (futebol ou basquete, por exemplo). Lá você pode se juntar a outros fãs, tanto pelas redes sociais quanto fisicamente, participando de jogos. E você já pensou em ingressar ou colaborar com uma fundação de caridade promovida pelo seu time favorito?

8. Voluntariado

Se você deseja dedicar tempo para ajudar as pessoas carentes, existem muitas organizações que procuram voluntários. O voluntariado costuma ser organizado em equipes, para que você possa se conectar com outras pessoas e fazer amigos imediatamente. Você estará unido por sua preocupação com os outros, e esse é um ótimo lugar para começar.

9. Procure por grupos do Facebook que pensam da mesma forma

Nas redes sociais, você pode conhecer pessoas de todo o mundo. Se você procura grupos dedicados aos seus interesses e hobbies, é muito fácil iniciar uma conversa. Se nenhum tópico vier à mente imediatamente, pense em algo que lhe interessa sobre história, natureza, ecologia, sua profissão, arte, moda, arqueologia, animais de estimação ou esportes, por exemplo.

10. Ofereça aulas ou workshops

No que você é bom? Culinária, idiomas, artesanato, jardinagem, mecânica? Por que não compartilhar esse talento? A maioria das cidades tem espaços públicos ou privados que seriam mais do que felizes em saber que você está disponível para ensinar. Você conhecerá todo tipo de gente nova. É também uma maneira de se tornar conhecido no bairro.

11. Descubra o seu lado literário

Você gosta de escrever poesia, histórias, drama? Você tem alguns manuscritos esquecidos em uma gaveta? É hora de compartilhar essa tentativa poética, narrativa ou dramática com outras pessoas. Junte-se a um clube de literatura! Se você nunca escreveu, mas gosta de livros, entre em um clube do livro. Lá, você pode compartilhar opiniões, e as conversas sempre acabam indo além do assunto do livro selecionado. A leitura também tem a vantagem de aproximar pessoas de todas as idades.

terça-feira, 28 de janeiro de 2020

You Music - Anunciação | Mariana Nolasco

Como atingir a maturidade de fé


Padre Reginaldo Manzotti

YOUNG WOMAN PRAYING

Uma pessoa madura na fé consegue integrar e trabalhar a sua vida psíquica, afetiva, emocional, social e espiritual

Assim como em nossa vida profissional e afetiva, a maturidade é importante também na vida espiritual. A maturidade de fé é colocada de forma muito frequente nos escritos de São Paulo. Ele próprio passou de infantil, imaturo na fé, para um maduro na fé. Jeremias também passou por esse processo, de espiritualidade infantil, para uma maturidade na fé. E, a Bíblia está repleta de exemplos.

Não podemos achar que já estamos prontos e nos colocarmos numa atitude imutável. Frases como: “Eu fui sempre assim, eu não mudo”, ou “Desde criança sou assim e na minha idade já não há muito que mudar” estão erradas. O itinerário e a maturidade cristã são etapas próprias da virtude da prudência que é fruto da maturidade psíquica, afetiva, física e espiritual.

Uma pessoa madura na fé, que constitui maturidade na vida cristã, consegue integrar, consegue trabalhar a sua vida psíquica, afetiva, emocional, social, e espiritual. Negar um desses aspectos é forjar uma falsa maturidade.

Existem pessoas que carregam neuroses afetivas, por exemplo: de um pai de uma mãe que marcaram negativamente e causaram traumas. Se essa neurose não curada é transferida para a religião, é transferida para Deus, essa neurose que é afetiva, se torna uma neurose espiritual. A neurose que é transferida para Deus acaba gerando uma imagem distorcida do Deus verdadeiro para um Deus punitivo, vingativo ou justiceiro.

Pessoas fanáticas são exemplo de uma neurose espiritual. Pessoas que não conseguem conviver em paz dentro de um ambiente religioso. Pessoas que não conseguem somar numa pastoral podem sofrer de neurose espiritual.

Há pessoas que são excelentes trabalhando sozinhas. Capazes de levar um caminhão carregado de toras, mas se pedirmos que carreguem junto com os demais, não sabem dividir o peso. Essas características que herdamos, traumas que trazemos são obstáculos para a maturidade da fé.

Um dos elementos da maturidade da espiritualidade é colocar a razão sobre a paixão. O texto da Carta aos Efésios nos ajudará a entender. São Paulo fala:

 “Até que todos nós cheguemos à unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, até atingirmos o estado de homens feitos, de acordo com a idade madura da plenitude de Cristo a estatura da maturidade de Cristo” (Ef 4,13).

Portanto, a meta de todo o cristão é chegar à maturidade da pessoa em Cristo.

A força dinâmica e o amadurecimento da vida espiritual estão  na Primeira Carta aos Tessalonicenses:

“Com efeito, diante de Deus, nosso Pai, pensamos continuamente nas obras de vossa fé, nos sacrifícios de vossa caridade e na firmeza de vossa esperança em nosso Senhor Jesus Cristo, sob o olhar de Deus, nosso Pai” (1Tes 1,3).

Temos neste trecho palavras importantes: maturidade espiritual e obras de fé. Quem é maduro transforma a fé em obras. A fé descomprometida é uma fé mágica, supersticiosa e a superstição é sinal de imaturidade.

sábado, 18 de janeiro de 2020

Cine D+ - O melhor de mim




SINOPSE E DETALHES

Não recomendado para menores de 14 anos

Adolescentes, Amanda (Liana Liberato) e Dawson (Luke Bracey) se apaixonam. O pai da garota não aprova o relacionamento e, com o passar do tempo, os jovens acabam se afastando e tomando rumos diferentes. Duas décadas mais tarde um funeral faz com que os dois (Michelle Monaghan e James Marsden) voltem à cidade natal e se reencontrem. É o momento de ver se os sentimentos persistem e avaliar as decisões que tomaram na vida.

Jota Clipe - Projota - Numa Esquina Do Universo (Clipe Oficial)

Médico católico funda hospital e atende 500 pessoas por dia em região de guerra e fome



Conheça a história de Tom Catena, um médico que trocou os Estados Unidos pelo Sudão e fez jus ao verdadeiro sentido de sua profissão

Se há no coração o desejo de ajudar os que vivem no desespero e são ignorados, pode-se perder o coração pela África. Aconteceu a um jovem médico estadunidense. Nascido e crescido com esta ideia na cabeça em Nova Iorque, o diploma de médico de Tom Catena na Duke Univesity Medical College tinha apenas um significado. Prestar serviço aos mais necessitados em um ambiente rural. Não importava qual seria este lugar no mapa mundi. Depois de um breve período como médico na Marinha dos Estados Unidos, chegou finalmente o momento de partir para uma missão. Missão que coloca-o em confronto com experiências dramáticas: a de um médico que tenta fazer funcionar as coisas entre perigos e frustrações que se concentram nos Montes Nuba na parte sul do Sudão, onde até agora somente a fé mantém a coragem.

Embora inicialmente a meta deveria ser o Quênia, o destino indicou o Sudão como seu porto final. Na última década, o doutor Tom Catena tornou-se um nome famoso nas colinas Nuba e não apenas pelo seu serviço desinteressado aos pobres. Fundou e administra a “Mãe da Misericórdia”, um hospital de 430 leitos que se destaca numa área deserta. Esta estrutura hospitalar permitiu a sobrevivência de muitas vítimas das violentas campanhas pelo poder do ex-presidente do Sudão Omar al Bashir. Tom concentra grande parte dos seus esforços também no aspecto humanitário e sonha deixar as Colinas Nuba em situação melhor do que era na sua chegada

Viver na África, confidencia o médico foi uma escolha sua. Ele gosta a da ideia de estar em um lugar e começar a fazer parte da comunidade. Porém, como as dificuldades não faltam na África, a pergunta é o que o levou a deixar a comodidade da sua casa de Nova Iorque para viver nos Montes Nuba.

Para o médico, o motivo é bastante simples. “Quando eu estava na universidade, ainda antes de ser médico, sempre quis ser um missionário e este desejo foi o que me levou a estudar medicina”. Conta que depois da formatura em medicina, e depois de 4 anos na Marinha dos Estados Unidos, começou a fazer parte do “Catholic Medical Mission Board” de Nova Iorque que na realidade foi a passagem para trabalhar em uma zona rural.

“Então escolhi o Quênia, em uma localidade chamada Mutomo, onde há um hospital administrado pelas irmãs irlandesas da Misericórdia”. Depois de algum tempo transferiu-se para a capital Nairobi onde trabalhou por cinco anos. “Enquanto estava no Quênia – recorda – ouvi falar do Sudão, do fato que a guerra civil destruía o país e não contava com estruturas sanitárias”. E acrescentou: “Ouvi falar que havia algumas ONGs que trabalhavam ali, mas que estavam saindo por causa do conflito, Parecia-me uma situação muito desesperada!”

Apesar das notícias provenientes dos Montes Nuba, aquela realidade que se ouvia falar atraia-o a ponto de buscar todas as informações possíveis. Dom Macram Max Gassis, hoje bispo emérito de El Obeid, na época estava construindo um hospital nos Montes Nuba. “Fui em busca de seu contato. Falei com ele e juntos abrimos o hospital. Iniciamos a trabalhar em 2008”.

Enquanto conta a sua história, transparece toda a fé de Tom Catena. “Sou um daqueles que se pode definir de berço católico” diz. E explica: “Cresci como católico romano. Os meus pais são praticantes muito devotos. Meu pai foi um grande exemplo para mim. Ia à Missa todos os dias e nos educou realmente na fé, assim como minha mãe. Eles tinham uma fé muito sólida e creio que cresci com essa ideia”. O médico recorda alguns momentos na universidade quando tinha amigos evangélicos e alguns temiam que se convertesse. Mas afirma que aquelas amizades foram importantes porque “através deles, creio que eu tenha amadurecido a ideia de ser missionário”. Depois da faculdade, prossegue, “voltei a um catolicismo mais ortodoxo. Penso então que tive muita sorte ao longo da minha vida, de sempre ter ao meu lado pessoas fortes na fé, capazes de me guiar, me orientar”.

Desde que se transferiu para os Montes Nuba dedica-se aos mais necessitados fazendo disso a coisa mais importante da sua vida. Sua jornada típica, é trabalho e montanha. “Geralmente levanto-me as 5h30 da manhã e tendo a sorte de ter um sacerdote conosco vou a missa todos os dias. Tom reza o Terço ao longo do caminho que o leva à Missa, que inicia às 6h30 e termina as 7h. Depois de uma breve refeição em casa, vai ao hospital onde começa a trabalhar as 7h30.

Das 7h30 em diante, doutor Tom trabalha do ambulatório à sala de cirurgia, da administração aos serviços gerais hospitalares todos básicos para o atendimento dos pacientes. Em dias intensos, chega a consultar até 500 pacientes antes de ir à sala operatórias para os casos mais graves… “E também atendo casos urgentes durante a noite, voltando ao hospital. As jornadas são cheias e o trabalho é bem cansativo”, conta. É extenuante física e emotivamente, principalmente quando o êxito das intervenções não são positivos ou os casos são muito difíceis. Realmente é um trabalho duro”.

Mesmo sendo um trabalho que requer muita concentração, o doutor Tom fala de momentos nos quais incursões militares interromperam a rotina hospitalar. “Houve momentos nos quais estávamos na sala operatória, com pacientes deitados para serem operados, ouvíamos os aviões chegando. Depois começava o bombardeio devíamos tomar uma decisão. Algumas vezes continuávamos fazendo a cirurgia, ou o atendimento. Outras íamos para o chão da sala esperando o fim do bombardeio”.

O doutor Tom diz que o mais frustrante para um médico que trabalha nos Montes Nuba não é tanto o medo de perder a própria vida, quando “estar longe de tudo e não ter instrumentos necessários para o trabalho, tendo que enfrentar os limites do nosso conhecimento”. “Somente a fé”, admite, “nos permite ir adiante, sabendo que Deus está conosco apesar das dificuldades e dos problemas”.

Comenta que a queda de Omar al Bashir foi uma bênção para o povo Nuba, acrescentando que o governo de transição comunicou que “agora, depois de 30 anos, pela primeira vez no Sudão há alguma esperança de encontrar uma solução pacífica aos conflitos, o de Darfur e em outros lugares do Sudão”.

Alguns acontecimentos interessantes marcaram profundamente a vida de Tom. O médico que ajuda os corações feridos a reconstruir suas vidas, perdeu seu coração por uma nubiana, nascida nas montanhas e que frequentava a escola. “Casamos em 2016 e isso foi algo maravilhoso. Foi uma grande mudança na minha vida. Tornou meu trabalho mais fácil, sabendo que há alguém com quem compartilhar as dificuldades”, conta Tom.

Agora o maior sonho do médico dos Montes Nuba é o de deixar o lugarejo em melhores condições do que encontrara. Com o esforço pessoal e de pessoas que boa vontade com recursos, Tom Catena conseguiu o seu objetivo que é o da formação profissional das pessoas locais na área médica em vários setores.

Hoje, o Hospital Mãe da Misericórdia pode contar com uma equipe de profissionais qualificada, entre os quais 27 enfermeiros, médicos e farmacêuticos. Em breve tempo o hospital receberá quatro médicos nubianos especializados. Os primeiros formados com doações privadas.

Na realidade, a profissionalização das pessoas, ou melhor o “capacity building” é algo que está no coração do doutor Tom. “Para mim é muito importante  para todos os que trabalham no mundo em desenvolvimento. Deve-se trabalhar com as pessoas locais. Portanto, se as pessoas não são treinadas para isso, essa será a primeira providência”.

Em outubro deste ano, Tom Catena foi convidado a participar do “World Health Summit” na Alemanha. O crescimento das competências foi uma das preocupações apresentadas naquele encontro. “A chave de sucesso com o pessoal – diz com certeza – é a possibilidade de formar gente local para lhes permitir de alcançar o seu mesmo nível e até mesmo superá-lo, de modo que quando se vai embora, deixe tudo funcionando”. Porque, acrescenta, “esta é uma parte importante do trabalho que fazemos nos Montes Nuba e queria apresentá-la à cúpula do mundo da medicina”.

Em 2017, o doutor Catena recebeu o “Prêmio Aurora” pelo despertar da humanidade. A recompensa em dinheiro, obtida com o prêmio foi útil para levar adiante seu trabalho nos Montes Nuba, especialmente para a formação. Em 2018 doutor Tom foi nomeado presidente da iniciativa humanitária “World Wide Aurora”, papel que faz em concomitância com sua atividade no sul do Sudão.

A sua principal preocupação é a de sensibilizar e envolver as pessoas no trabalho humanitário. “Todos podem ser envolvidos nisso, não importa o que se faz, não importa seu trabalho, seu nível de retribuição. Qualquer coisa que você faça, pode ser envolvido, mesmo apenas em sentir-se sensibilizado”.

Por Godfrey B. Kampamba, do Vatican News

sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

Documentário - Os Primeiros Cristãos

3 de janeiro, o dia do Santíssimo Nome de Jesus


Redação da Aleteia

JEZUS

A “Oração a Jesus“ ou “Invocação ao Nome de Jesus“ é uma prece antiquíssima, cuja popularização contou com grande influência dos Padres do Deserto

AIgreja celebra hoje, 3 de janeiro, o Santíssimo Nome de Jesus, que, obviamente, foi honrado e venerado na Igreja desde os primeiros tempos (cf. Fp 2,10), mas em cuja honra só se formalizou um culto litúrgico a partir do século XIV.

O grande propagador desta devoção foi o franciscano São Bernardino de Siena (1380-1444), que costumava divulgar uma imagem da Eucaristia emitindo raios de luz, sob o monograma “IHS“, abreviação do Nome de Jesus em grego. Mais adiante, a piedade popular daria a esta mesma sigla uma nova interpretação: “Iésus Hóminum Salvátor“, que, em latim, quer dizer “Jesus Salvador dos Homens“. Santo Inácio de Loyola, aliás, faria deste monograma o emblema dos padres jesuítas.

O nome Jesus vem do hebraico “Jeshua“, “Joshua” ou “Jehoshua”, que significa “Javé é Salvação“.

O Santíssimo Nome de Jesus foi dado pelo céu. São Lucas nos diz em seu Evangelho:

“Completados que foram os oito dias para ser circuncidado o menino, foi-lhe posto o Nome de Jesus, como lhe tinha chamado o anjo, antes de ser concebido no seio materno” (Lc 2, 21).

E o Novo Testamento afirma:

“Por isso Deus o exaltou soberanamente e lhe outorgou o Nome que está acima de todos os nomes, para que ao Nome de Jesus se dobre todo joelho no céu, na terra e nos infernos. E toda língua confesse, para a glória de Deus Pai, que Jesus Cristo é Senhor” (Fil 2, 9-11).

A Invocação ao Nome de Jesus

A “Oração a Jesus“ ou “Invocação ao Nome de Jesus“ é uma prece antiquíssima, cuja popularização contou com grande influência dos Padres do Deserto. Uma primeira forma desta oração foi mencionada por São Diádoco de Foticeia, monge asceta da Grécia no início do século V. A prece foi depois inserida na coletânea de textos espirituais conhecida como Filocalia (ou Philokalia), que veio a se tornar um livro básico da tradição cristã oriental, tornando-se muito popular nas igrejas ortodoxas, particularmente na Rússia, onde foi ainda mais difundida por outro clássico da literatura espiritual: Relatos de um Peregrino Russo, do século XIX.

É uma simples e riquíssima tradição, focada em Jesus e na Sua misericórdia. Estas são algumas das várias formas diferentes de fazer a mesma prece:

Senhor Jesus Cristo, tende piedade de mim!

Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, tende piedade de mim, pecador!

Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, tende piedade de nós, pecadores!

Jesus Cristo, Filho de Deus, Senhor, tende piedade de nós, pecadores!

Senhor Jesus, misericórdia!

Alguns frutos da confiante invocação do Nome de Jesus


Oferece ajuda nas necessidades corporais, segundo a promessa de Cristo: “Estes milagres acompanharão os que crerem: expulsarão os demônios em meu nome, falarão novas línguas, manusearão serpentes e, se beberem algum veneno mortal, não lhes fará mal; imporão as mãos aos enfermos e eles ficarão curados” (Mc 16,17-18).

No Nome de Jesus, os Apóstolos deram força aos aleijados (At 3,6; 9,34) e vida aos mortos (At 9,40).

Dá confiança nas provações espirituais. O Nome de Jesus recorda ao pecador o “pai do filho pródigo” e o bom samaritano; ao justo, recorda o sofrimento e a morte do inocente Cordeiro de Deus.
Protege-nos de Satanás e de suas artimanhas, pois o diabo teme ao Nome de Jesus, quem o venceu na Cruz.

No Nome de Jesus, obtemos toda bênção e graça no tempo e na eternidade, pois Cristo disse: “O que pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo dará” (Jo 16,23). A Igreja costuma terminar as suas orações com as palavras “Por Jesus Cristo, nosso Senhor”, cumprindo assim o que escreveu São Paulo: “Para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho no céu, na terra e nos infernos” (Fl 2,10).