sexta-feira, 27 de abril de 2018

Marcados por Deus - Santa Catarina

A magia que chega ao casamento depois do ninho vazio


Por: Luz Ivonne Ream

COUPLE

Esta fase pode ser até uma segunda lua de mel para o casal que sempre investiu no amor

Definitivamente, o ninho vazio é uma prova de fogo para os casamentos. É quando comprovaremos se realmente investimos no nosso amor como casal ou se, simplesmente, fomos pais (e não companheiros).

Alguns matrimônios não sobrevivem a esta fase, já que os casais “sentem” que não há amor entre eles. Isso porque, ao longo da vida e durante os anos em que construíram a família, eles não alimentaram o vínculo mais importante: o de marido e mulher.

Eles deixaram de se cuidar e agora “sentem” que não há nada mais que os una. Então, decidem se separar, porque se veem como dois desconhecidos dividindo cama e teto.

Por isso, muito cuidado! Lembre-se de que o amor não pertence ao plano das emoções, mas ao plano da vontade.

Quando o último filho abandonar o ninho, apesar da dor que sentimos, temos que mudar nosso chip interior de tristeza por gratidão, e o de dor por satisfação.

A solidão, esse vazio interior que sentimos, deverá ser resolvida com paciência e amor (e, muitas vezes, regada a lágrimas). Temos que enfrentar juntos, marido e mulher, e respeitarmos nossos momentos de sofrimento. Nem que seja apenas com um olhar, o silêncio ou um aperto de mão.

Quando nos sentirmos cabisbaixos, vamos lembrar o quanto nos filhos ficariam felizes se tivessem voado do ninho e deixado seus pais se amando como uma família unida.

Tudo muda quando você sente a humilde satisfação de saber que os filhos não se vão porque estão fartos do ambiente familiar, mas porque precisam seguir os sonhos e as missões deles. Tudo isso nos ajuda como casais, para crescermos em mútua admiração e reconhecimento.

A minha sensação de vazio já passou. E, apesar de sentirmos saudade de nossos filhos, atualmente estamos vivendo uma segunda lua de mel. A diferença é que, agora, a relação está mais madura. É um amor que nasce de uma decisão consciente e madura de querer amar.

E como o amor maduro do casal pode crescer? Vou falar como acontece comigo e com meu marido.

Para começar, toda manhã, quando eu acordo, meu coração emana um profundo suspiro de gratidão por saber que haverá um novo dia para eu continuar amando meu marido. Sou muito feliz pelo simples fato de ele existir e estar ao meu lado. Nosso dia começa e termina com um beijo e com um “eu te amo, obrigado por me fazer tão feliz”.

Diariamente, nós dois trabalhamos para construir e alimentar nossa relação, levando em conta nossas mútuas necessidades e fazendo de tudo para que elas sejam satisfeitas.

Nós também enviamos mensagens de texto um para o outro para nos fazermos presentes e recordarmos o nosso amor.

Sempre damos risadas das coisas mais simples e vivemos um dia de cada vez. Já não nos preocupamos tanto com o amanhã. Queremos viver o hoje, amando-nos e cuidando de nós.

Nos dias de folga, vamos ao cinema à meia noite ou ficamos até altas horas da madrugada assistindo filmes.

Também rezamos e ajudamos na comunidade juntos.

Enfim, fazemos de tudo para nos conquistarmos todos os dias como homem e mulher. Ele faz mágica na minha vida e eu na dele.

Nossa relação se tornou mais sólida, mágica e maravilhosa graças a esses detalhes. Parecemos recém-casados, pois o tempo é todo nosso. Além de querermos ser pais exemplares para nossos filhos, também queremos ser felizes.

Nós dois continuamos com nossos deveres profissionais, mas a nossa autêntica realização é a pessoal. Ele é a prioridade da minha vida e eu a dele.

Portanto, se você está passando pela experiência do ninho vazio, lembre-se de alimentar seu amor por meio de detalhes diários. Maridos e esposas, aproveitem essa fase da vida e cresçam no amor. E, quando estiverem diante de Deus, digam: “Não poderia ter amado mais meu esposo (ou minha esposa)”.

A CNBB ARREGOU! CHEGA DE DESCONVERSA.

Basta Uma Palavra: 3º Dia – Deus Olha para Você


Por: Pe. Antonio José

30 Dias Meditando Com a Palavra de Deus

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“Os olhos do Senhor estão fixo sobre aqueles que o amam: possante proteção, sustentáculo cheio de força, abrigo contra o vento do deserto, sombra contra o ardor do meio-dia, proteção contra os obstáculos, socorro contra as quedas. Ele eleva a alma, ilumina os olhos, dando saúde, vida e benção”.
                                                               (Eclo 34,19 19-20)


Você seria capaz de imaginar para direção estão voltados os olhos do Senhor altíssimo exatamente agora? Que criatura, grande ou pequena, forte ou frágil, viva ou inanimada, estaria chamando a atenção dos olhos de Deus nesse exato momento? A escrituras diz que os olhos cheios de ternura do nosso Pai celestial estão fios, bem atentos, sobre o coração daqueles que o amam. Se seu coração, mesmo ferido e cansado, encontra-se ainda apaixonado pelo Deus que pode as coisas, então, certamente, Ele está olhando para você agora, admirado sua alma e tocando o mais íntimo do seu ser. 

A Palavra nos diz quantas coisas maravilhosas o Senhor é na vida daqueles que o amam: possante proteção (é Ele quem nos defende com valentia e precisão); sustentáculo (se nos apoiamos nele, jamais sentiremos o chão sair debaixo do nosso pés); abrigo contra o vento do deserto ( as tempestades da vida não serão capazes de cegar a visão da nossa fé); sombra no calor ( não desfalecemos no meio do caminho); proteção contra todo obstáculo ( com sua ajuda, conseguimos pular todas as muralhas); socorro nas quedas (quão suave é cair apoiado em suas mãos paternas!).

Além de ser nosso socorro e proteção, o Senhor ainda nos promete graças para o corpo e a alma: saúde, vida e benção.

Saúde, na linguagem da bíblia, quer dizer salvação: equilíbrio, reconciliação, um suprimento para todas as necessidades. Deus nos promete tudo isso, agora e para sempre. É saudável quem permanece na presença de Deus e é por Ele refeito no corpo, na mente e no espirito. A Bíblia nos ensina que o remédio de Deus para recobrarmos saúde e salvação é a sua Palavra. O salmos 106 nos diz que quando Deus viu que seu povo jazia às portas da morte, enviou a Palavra para curá-lo. A Palavra do Altíssimo revigora as forças da alma, faz renascer a esperança e arranca da morte aquele que estava se destruindo pelo pecado. Ela é o veículo pelo qual, na fé, somos banhados no sangue de Jesus. Este sangue é a certeza de salvação e cura para todos os que o aceitam.

Vida, segundo a promessa do Senhor, é algo abundante, uma participação na própria natureza divina, ou seja: vida verdadeira é ter comunhão com Deus.

A maior de todas as bênçãos, segundo o evangelho de João, é o Espirito Santo, Deus vivendo em nós, portanto, para aqueles que o amam, o Senhor promete: o poder do sangue curador e salvador de Jesus, comunhão de amor com Seu coração paterno e a alegre presença do Seu Espirito.

Você não desejaria receber todo esse manancial de graças agora? Então, vamos orar:

 Meu Pai amado, apresento a Ti o meu coração. Tu o conheces, pois todos os dias o tens presente sob Teu olhar de bondade. Sabes como tenho estado ferido, abatido e atribulado por tantas provações. Contudo, Pai, as dificuldades da vida não roubaram o amor que tenho por Ti. Meu coração, mesmo machucado, ainda sabe amar e confiar. Olha agora para mim, mais uma vez, ó Pai. Sede o meu protetor, meu apoio, meu abrigo e amparo. Concede-me, pois preciso tanto, o poder do Teu Espirito Santo e o perdão que está no Sangue de Jesus. Quero ser livre agora, ó pai Recebo de Ti todo amor e aceitação que tenho desejado. Sinto-me seguro em Ti. Obrigado, pai, por poder te amar como um filho. Obrigado também porque sei do Teu amor por mim. Abençoa-me, em Nome de Jesus. Amém.

sexta-feira, 20 de abril de 2018

Basta Uma Palavra: 2º Dia - Vencendo a Tribulação do Dia de Hoje


Por: Pe. Antonio José

30 Dias Meditando Com a Palavra de Deus

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“É por isso que não desfalecemos. Ainda que exteriormente se desconjunte nosso interior se renova de dia para dia. A nossa presente tribulação, momentânea e ligeira, nos proporciona um peso eterno de gloria incomensurável”
                                                                     (2Cor 4, 16-17)


Quem de nós, diante de um grande problema, nunca se pegou dizendo palavra como: “Esse problema parece que não vai acabar!”; “Quanto mais eu rezo, mais a sombração me aparece...”? Certamente você deve se lembrar de ter dito alguma dessas frases. Mas a palavra de Deus tem algo bem diferente a dizer a respeito das suas tribulações. Aliás, o Espirito Santo inspirou ao apóstolo Paulo somente duas palavras para referir aos tempos de dificuldade e provação que você vive.  A Bíblia diz que a presente tribulação, essa tribulação que hoje o desafia, é MOMENTÂNEA e LIGEIRA. Ou seja: a dificuldade que você está enfrentando tem dias contados; ela não vai durar nem um dia além daquilo que é permitido pelo Senhor; ela é momentânea. E, mais ainda, essa tribulação já está sendo trabalhada por Deus, ela já está indo embora, pois ela é ligeira.

Em tempos de aflição, que maravilha poder acreditar que as dificuldades que vivemos não são eternas, não vão durar para sempre. Essa certeza, que renova nossas forças, faz o apóstolo Paulo exclamar: “por isso não desfalecemos”! não perdemos as forças, não desistimos de nossas lutas, pois o Senhor está no controle e tem uma hora certa para nos abençoar. Paulo dá então a receita para não desfalecemos, para não nos deixarmos confundir pelas aparentes demoras de Deus:

 “Ainda que exteriormente nosso homem exterior se desconjunte, nosso interior se renova de dia para dia”

Quando enfrentamos uma daquelas marés de problemas que, vez por outra, se abate sobre nossa vida, é comum que nosso exterior se ressinta, nossa saúde se fragilize e nossa mente se canse. Contudo, isso não deve ser para nós motivos de temor se, cuidando do nosso interior, nos deixamos conduzir por Deus. Aos poucos, depois do primeiro impacto, vamos recobrando saúde e equilíbrio, contando que nosso interior se remove de dia para dia. Se não deixamos as coisas envelhecerem dentro do nosso coração, nossa capacidade de resistir aos tempos de tribulação é grande. Acumulo rancores, ressentimentos, desejos de vingança, nosso interior se desgasta e torna-se fraco para as batalhas. Se permitimos, em oração, que o espirito santo nos renove e recolha para si, ao final de cada dia, a cruz que já carregamos, iniciaremos a próxima manhã como um presente, mais uma chance vinda de Deus.

Querido irmão, a atual tribulação pode deixar um saldo positivo em sua vida se for suportada na intimidade com o Senhor na entrega aos cuidados dele. A Bíblia diz que as tribulações momentânea e ligeiras nos preparam para suportar um peso de glória incomensurável, as dificuldades que você enfrenta hoje têm dias contados, mas a gloria que você receberá por ser fiel ao Senhor em meio às suas dores não pode ser medida, pois é eterna. Aleluia!

Você está sendo moldado por Deus, através das provações da vida, para se tornar uma coluna forte para grandes e eternas obras do Altíssimo. Não desfaleça, não perca as forças, mas permita que o Espirito de Deus o renove ainda hoje, com o poder do amor e do perdão.

Vamos orar:

Querido Pai, eu te agradeço por entender que minhas tribulações e dificuldades são momentâneas e ligeiras. Agradeço porque elas um dia vão passar, deixando-me mais próximo da gloria que o Senhor preparou para mim. Pai, eu Te peço, em Nome de Jesus, que o teu Espirito Santo me renove neste dia (nesta noite, nesta manhã). Não quero que coisas passadas envelheçam dentro do meu coração. Abro mão dos rancores, dos julgamentos, das vinganças, para estar inteiramente livre para receber o que o Senhor tem para minha vida a partir de agora. Enche-me, Senhor, com o Teu Espirito de amor e perdão, em Nome de Jesus. Amém!

Moisés Rocha - Geração João Batista

8 sinais da tibieza espiritual


Por: Redação da Aleteia


A doença da mediocridade da alma

Os sinais da tibieza em geral são os oito seguintes:

1. Omissão fácil das práticas de piedade. A alma fervorosa tem a sua vida de piedade toda dirigida por um regulamento particular fácil de ser observado e bem criterioso. Não omite facilmente qualquer prática de piedade. E’ de uma fidelidade extrema, sobretudo à meditação. Se graves ocupações ou verdadeira necessidade a impedem, procura, logo que seja possível, suprir a falta. A alma tíbia sob qualquer pretexto omite os exercícios de piedade, passa dias sem meditação, e até mesmo sem práticas de piedade de qualquer espécie. Ora, isto é exatamente o contrário do fervor. “Não digo que isto prove tudo, diz o Pe. Faber, mas prova muito. Seja como for, sempre que existir tibieza, existirá este sintoma”.

2. Fazer os exercícios de piedade com negligência. Na tibieza também há oração, missas, confissões, comunhões, terços, etc., mas a rotina vai inutilizando tudo. A rotina e a má vontade. Confissões e comunhões mal preparadas, orações com inúmeras distrações voluntárias. E o pior ainda a falta de generosidade e de todo esforço para se corrigir.

3. Outro sinal de tibieza é a alma sentir-se aborrecida com o pensamento de que tudo vai mal na sua vida espiritual. Não se sente inteiramente à vontade com Deus. Não sabe exatamente onde está o mal, mas tem certeza de que tudo não está em ordem. É um mal-estar, um aborrecimento interior. E, sem paz, o tíbio se agita inutilmente e vai deixando arraigar-se no coração o hábito do pecado venial. Este sinal anda sempre com os dois primeiros. Desde que faltou generosidade numa alma para ser fiel aos seus deveres de piedade, estas omissões e negligências acabam deixando-a num estado lamentável de aborrecimento das coisas santas e até de Nosso Senhor.

4. O quarto sinal é agir sem pureza de intenção, sem ordem nem método. A pureza de intenção consiste em fazermos com um fim honesto e sobrenatural todas as ações de nossa vida: práticas de piedade, deveres de estado, trabalhos de cada dia ou qualquer coisa por mínima que seja. É aquele olhar interior sempre fixo em Deus e desviado das criaturas. Tudo fazer para a glória de Deus, e ver em tudo a vontade de Deus e a ela se submeter com espírito de fé e resignação. Eis a mais pura intenção que se pode imaginar, o mais elevado princípio e o mais perfeito ideal de uma alma fervorosa. Os santos não tinham outro motivo nem visavam outro fim na terra. Santa Madalena de Pazzi sentia-se arrebatada em êxtase, ouvindo esta palavra: — A vontade de Deus! Santo Inácio legou à Companhia de Jesus, como rica herança, o seu lema: A. M. D. G. — Ad majorem Dei gloriam — Tudo para a maior glória de Deus! A pureza de intenção é a alquimia celeste que transforma em ouro de méritos para o céu todas as nossas boas obras. Sem ela, perdemos cada dia riquezas incomensuráveis. A alma tíbia faz tudo por amor próprio e capricho, seguindo em tudo a natureza. É a leviandade, a preocupação da vontade própria, os cálculos muito humanos, a vaidade quando faz o bem, o desejo de agradar às criaturas e de aparecer. Anda à cata de bajulações e aborrece o sacrifício oculto, a abnegação e outras virtudes que não brilham aos olhos das criaturas e constituem o segredo do Rei! E Deus recompensa as nossas ações, diz Santa Madalena de Pazzi, a peso de pureza de intenção. Ó, como a tibieza rouba e despoja a pobre alma, quando lhe arrebata a pureza de intenção!

5. Contentar-se com a mediocridade e negligência em formar hábitos de virtude. Se a mediocridade já é desastrada na ciência, na literatura e na arte, o é em proporção verdadeiramente calamitosa quando se trata da prática da virtude. O medíocre não gosta da palavra: Santidade. Não compreende o heroísmo das almas generosas, a abnegação, o sacrifício. Para ele, a virtude heroica é o exagero! A santidade é um misticismo! E que entende por misticismo? Algo de loucura e de anormal. Contenta-se com o meio termo. E assim não se esforça por adquirir hábitos de uma virtude sólida.

6. O desprezo das pequenas coisas. Os santos fugiam das menores imperfeições, e se purificavam cada dia das pequeninas faltas. O tíbio, não. Ri-se do que ele chama escrúpulo das almas fervorosas: — a fidelidade nas pequenas coisas. E não nos esqueçamos destas grandes verdades: primeira — os santos se tornaram santos pela repetição contínua duma multidão de ações insignificantes, pelo cuidado infatigável das pequeninas coisas. E segunda: — só fizeram eles grandes coisas quando chegaram à santidade. Os pequeninos sacrifícios ocultos, as pequeninas cruzes, as pequeninas virtudes, as pequeninas mortificações, tudo isto a cada dia, a cada minuto, aceito com generosidade, como santifica uma alma! E’ o caminho batido de S. Teresinha, a pequenina via da Infância espiritual. Que fonte riquíssima de graças! A tibieza, porém, seca esta fonte, esteriliza a vida espiritual, sonha com êxtases e comete cada dia o pecado quase sem remorso. E os pecados veniais, sob o disfarce de pequeninas faltas inevitáveis à fraqueza humana, vão se multiplicando assustadoramente na alma e alimentando a tibieza até ao pecado mortal e, sabe Deus, até ao endurecimento do coração! É muito grave desprezar habitualmente as pequeninas coisas. São Gregório chega a dizer que se deve ter mais receio das pequenas faltas que das grandes. Porque estas provocam logo o arrependimento e causam horror; aquelas não assustam, e vão preparando surdamente a ruína espiritual. E, o que é pior, sem remorso da consciência, e até sob a capa da virtude.

7. É pensar mais no bem já feito do que no bem que ainda resta a fazer. É uma presunção que leva a descansar e afrouxar no caminho do sacrifício e da virtude, porque julga ter feito alguma coisa no passado para a salvação. Nada de esforço e generosidade. Nosso Senhor dizia no seu Evangelho que, depois de termos feito muito, deveríamos dizer: — somos servos inúteis. E prosseguir na luta, porque o ideal da perfeição é o Infinito: “Sede perfeitos como vosso Pai Celeste é perfeito”. A tibieza, como já dissemos, contenta- se com a mediocridade. Julga ter feito muito a alma tíbia, porque no passado foi bem fervorosa e trabalhou pela sua santificação, lutou, praticou boas obras de zelo e de caridade, sacrificou-se na luta do bem. Agora, quer repouso. Descansa, não luta mais, deixa-se ficar na indolência e faz de seu coração o campo do preguiçoso. São Paulo pensava justamente o contrário: “Irmãos meus, não considero que alcancei o prêmio, mas uma coisa eu faço: esquecendo o que está atrás de mim, esforçando-me por alcançar o que está na minha frente, prossigo até ao alvo, para alcançar o prêmio para o qual me chamou do Alto por Cristo Jesus. Sejamos nós, quantos queremos ser perfeitos, do mesmo espírito” (Fl 3, 13). O tíbio não se compara aos mais santos e fervorosos, mas sempre se julga melhor do que tantos outros piores do que ele. E é assim que adormece tranquilamente. Não quer progredir na virtude. São Gregório compara a vida cristã a uma barca em que se navega contra a corrente. Quem sobe, há de remar sempre, ou é arrastado pela correnteza. Santo Agostinho, no seu estilo incisivo e claro, assim fala: — “se dizes: basta, estás perdido!” Sim, no dia em que se cruzam os braços na luta pela santificação da alma, tudo está perdido! Adeus, santificação, e talvez: Adeus, salvação eterna! São Bernardo pergunta: — Não quereis adiantar? Dizeis: — quero ficar e viver onde cheguei? Quereis o impossível! O demônio, diz Santa Teresa, conserva muitas almas no pecado ou na tibieza, fazendo-as crer que é orgulho aspirar à santidade. Que perigosa ilusão! Lembrem-se os tíbios, sobretudo se já receberam graças de Nosso Senhor, como por exemplo sacerdotes, religiosos e almas consagradas a Deus, oh! lembrem-se de que é terrível abusar da graça e muitas almas chamadas à santidade, diz o Pe. Desurmont, baseado em Santo Afonso, ou se salvam como santos ou arriscam a sua eterna salvação. Escreveu o Santo Doutor: Se alguém na vida religiosa (e poderíamos acrescentar: na vida de piedade) quer se salvar, mas não como santo, corre o risco de se perder.
Todos estes sinais de tibieza andam em geral com este último e infalível:

8. Pecado venial voluntário e habitual. Os outros sinais podem ser atenuados ou alguns falham, mas este é infalível. Onde existe o hábito do pecado venial, existe a tibieza com todo o cortejo de males e desgraças que ela acarreta à vida espiritual.

quinta-feira, 19 de abril de 2018

Basta Uma Palavra: 1º Dia - Você não Está mais Sozinho


Por: Pe. Antonio José

30 dias Meditando com a palavra de Deus 



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Naquele tempo um leproso chegou perto de Jesus, e de joelho pediu: “Se queres tenso poder para cure-me”. Jesus cheio de compaixão, estendeu a mão, tocou nele e disse: “Eu quero: Fica curado!” No mesmo instante, a lepra desapareceu, e ele ficou curado. Então Jesus o mandou logo embora, falando com firmeza: “Não contes nada disse a ninguém! Vai, mostra-te ao sacerdote e oferece, pela tua purificação, o que Moisés ordenou, como prova para eles!”. Ele foi e começou a contar e divulgar muito o fato. Por isso Jesus não podia mais entrar publicamente numa cidade: ficava fora, em lugares desertos. E de toda parte vinham procurá-lo”.   
                                                                                                              (Mc 1,40-45)


A lepra era uma das doenças mais temidas no tempo de Jesus. Não só por não ter cura e causar deformidade, mas, principalmente, porque o doente era obrigado a abandonar sua casa, sua família e sua terra, para vagar por lugares desertos. A lepra gerava solidão: o enfermo não podia ser tocado, abraçado e devia manter-se à distância de cem passos de qualquer pessoa sadia.

Mas, um dia, um leproso quebra todas as regras e chega porto de Jesus. Pela primeira vez em anos, ao invés de ser afastado, aquele homem é tocado por alguém cujo coração está cheio de compaixão. Jesus não se contamina com a lepra e ainda é capaz de curá-lo com seu toque de amor, porque seu coração repleto de compaixão assim o quer.

Em nossos dias a lepra não é considerada mais incurável, graças a Deus, mas um outro tipo de enfermidade continua ferindo de morte muitos corações:  a solidão que corrói por dentro, a sensação de abandono, que gera carências de toda espécie. Jesus não se assusta com nossos sentimentos de solidão, nem com as consequências doidas que eles acarretam em nós. Ao contrário, Ele deseja tocar-nos, ouvir-nos, cura-nos. Ele um dia nos prometeu: “Jamais vos deixarei órfãos” (Jo 14, 18) e deseja cumprir suas palavras, criando conosco uma amizades verdadeira e profunda, capaz de nos restaurar por dentro.

Fique a tento a todos os sinais que Jesus lhe dará de Sua presença. Experimente a sensação de não estar só em nenhum momento. E, de alguma maneira, seja também um sinal da presença do Senhor na vida de alguém. Talvez alguma pessoa muito próxima precise de sua atenção. De seu toque de amizade e de amor. Talvez algum leproso da alma se aproxime de você precisando que alguém compreenda o seu sofrimento; isso é ter compaixão: você não precisa ter todas as respostas, basta acolher e mar.

Oremos agora para que Jesus preencha todos espaços de seu coração, a fim de que a dor da solidão não fira você:

Amado Jesus, meu Senhor e amigo, agradeço porque não sou órfão. Não estou indefeso diante das tribulações da vida porque tu estás comigo. Agradeço porque posso falar contigo a todo instante, tocar-Te e ser tocado por Ti. Peço-Te perdão, Senhor, porque em momentos de dor e solidão, acabei me ferindo na mágoa e no pecado. Mas agora sei que posso sempre contar contigo e que terei sempre o poder do Teu Espirito agindo em mim. Obrigado, Senhor Jesus, pois Tua presença jamais se a fasta de mim. Glória a Ti.

Exercícios de oração para o dia de hoje:

Há uma antiga prática de vida cristã chamada “exercício da presença de Deus”. Através dela aprendemos a manter o nosso interior sempre atento à presença do Senhor, que nos acompanha a cada passo. Durante o dia de hoje, pratique esse exercício. Nos mais diversos momentos do dia, nos mais diversos lugares, lembre-se de que o Deus vivo está ali com você. Adore-o em seu íntimo, fale com Ele e entre em comunhão com o Senhor. Mergulhe assim na intimidade com Deus, que cerca você por todos os lados.




Pe. PENHA SE DESPEDE DA TERRA DO BITURY



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Bitury terra formosa
Florescente e radiosa
Orgulho do meu sertão
Eu me vou para a Bahia
E vou sem ter alegria
No meu pobre coração
No correr da minha vida
Levarei da despedida
Imortal recordação
Desta gente tão bondosa
Do jardim pleno de rosa
Da Virgem da Conceição

Vou deixar a formosura
Desta natureza pura
Que reveste o meu sertão
E vou sem ter a certeza
De encontrar outra beleza
Muito além noutro rincão
Vou transportando saudade
De São Pedro e da cidade
E de São Sebastião
Minha gratidão primeira
Dedicando a padroeira
Da Matriz da conceição

A meu povo hospitaleiro
Delicado a prazenteiro
Desejo felicidade
Sei que vou sentir tristeza
Comoção na natureza
Ao deixar esta cidade
Ao lado desta riqueza
Vou deixar tanta pobreza
Chorando com saudade
Vou me lembrar em Tucano
Do povo pernambucano
Onde achei fraternidade

A Dona Mocinha Moura
E Dona Ester bemfeitora
Agradeço a caridade
Professor Ulisses Lima
Que merece a nossa estima
Vai ficar nesta cidade
Diplomata inteligente
Musicista competente
Homem de capacidade
Nunca foi politiqueiro
É amigo verdadeiro
E tem personalidade

Quando descambo estas serras
Sinto amor a minha terra
Êste sertão altaneiro
Meu pensamento descança
Lá no alto da Balança
Terra que me viu primeiro
Levo da Serra do Vento
Um profundo sentimento
Meu coração Brasileiro
Levo gratidão do povo
Do Araçá e Campo Novo
Que sempre foi pioneiro

Quando pensando percorro
Sítios Pelada e Socorro
Sinto profunda saudade
Boa Vista e Bananeira
Caiana e Carrapateira
Terras de fecundidade...
Subindo a serra formosa
Do Caboclo a Santa Rosa
Eu sinto felicidade
Não sei onde achar de novo
Outra terra e outro povo
De tanta simplicidade

Vou suportar o martírio
Da saudade do Profírio
Que me foi primordial
Sítios Muquêm e Jacinta
Vão fazer com que eu sinta
Uma aflição cordial
Vou deixar mui pesaroso
O meu sacristão zeloso
Tão bom que não tem igual
Bernadete e Terezinha
Bem perto da Igrejinha
Na casa Paroquial

Olha! Meu Pe. Assis querido!...
Meu coração vai ferido
Min’alma vai pezarosa
Vou p’ra onde já conheço
Pelo que muito padeço
Prevendo espinhos sem rosa
Enquanto assim me despeço
Dão Marinho lhe peço
Uma bênção poderosa
Pois no sertão da Bahia a luta de cada dia
Sei que vai ser perigosa

Deixo Paulinho e Clemente
Na viola e no repente
Cantando com vibração
Aza branca e Zé da silva
Versando com voz ativa
Causando satisfação
Na cidade e pelas serras
Valorizam minha terra
Cantando com perfeição
Sentirei constantemente
A viola do Clemente
Tocando em meu coração

Deixando a família Penha
É natural que eu tenha
Uma tristeza de morte!...
De volta para Tucano
Levo o triste desengano
De quem já perdeu a sorte
Deixando êste povo amigo
Que sempre foi bom comigo
Permita Deus que suporte?...
Na ordem da natureza
Não existe uma grandeza
Que nesta dor me conforte

Regressando à minha terra
Estendi por estas serras
Um grande contentamento
E deixei lá na Bahia
O povo que me queria
Chorando com sentimento
Hoje vou deixar de novo
Minha terra e meu bom povo
Chorando com desalento
O que Deus faz é bem feito
Levo amor dentro do peito
Lembrança no pensamento
                

Data deste Poema 03 de Março de 1969








terça-feira, 17 de abril de 2018

Padre Paulo Ricardo aos homens: parem de ficar “caçando” mulheres na rua!

8 grandes santos que tiveram depressão, mas nunca se renderam a ela


Por: Redação da Aleteia

LONELY MAN,BEACH

Você pode se surpreender com vários dos nomes nesta lista!

Até mesmo santos da estatura moral da Madre Teresa de Calcutá, admirada por crentes e descrentes, dão testemunho de ter sofrido algo que soa surpreendente e talvez chocante para quem acha que os santos viveram numa bolha de perfeição à parte das cotidianidades que afetam os seres humanos “comuns”: o conceito da “noite escura da alma“.

A mais famosa abordagem do tema e do termo é, provavelmente, a do místico espanhol São João da Cruz, reconhecido como nada menos que Doutor da Igreja. Ele descreve essa profunda espécie de crise espiritual na jornada rumo à união com Deus em seu célebre poema intitulado, precisamente, “La noche oscura del alma” (século XVI).

É fato que Deus permite, e com frequência, a drástica provação da aridez espiritual, da completa falta de fervor sensível, da dúvida espessa a respeito da Sua existência, da revolta perante os injustíssimos reveses da vida, do desespero diante da tragédia ou mesmo da rotina que, dias depois de dias, meses depois de meses, se reveste daquela insuportável e amorfa ausência de sentido…

Se o próprio Cristo experimentou o drama do silêncio do Pai na mais negra de todas as noites, a ponto de Lhe suplicar que afastasse d’Ele esse cálice durante a Sua oração no Jardim das Oliveiras, à espera da Paixão, por que presumir que Deus fosse poupar-nos de experimentar a dúvida radical? Por que imaginar que Ele nos privasse da oportunidade de escolher, livre e voluntariamente, abraçar a fé ou rejeitá-la, confiar n’Ele ou refutá-Lo, purificar o amor ou mantê-lo morno, frágil, apoiado em incentivos cômodos e débeis?

Nem a vocação à vida religiosa isenta um cristão da provação espiritual.

É claro que nem sempre essa provação é propriamente a doença física e psíquica que hoje conhecemos como depressão. No entanto, há santos que, pelos sintomas descritos por eles próprios ou por outros biógrafos, muito provavelmente enfrentaram esse quadro que atualmente é visto como “o mal do século”.

Alguns dos santos que possivelmente enfrentaram a depressão:

1 – Santo Agostinho

Século IV.


Pois é! Uma das mais icônicas e sublimes figuras representativas da intensidade da conversão cristã e do poder extraordinário da graça santificante; uma das personalidades mais admiradas da história da civilização ocidental, inclusive por não católicos e até por não cristãos: até ele enfrentou, muito provavelmente, os altos e baixos dos neurotransmissores e a instabilidade psíquica e física que hoje a medicina denomina depressão.

Sua mãe, Santa Mônica, suportou com paciência quase inacreditável a imprevisibilidade do filho brilhante, mas de temperamento terrível. Agostinho procurava com intensa sinceridade a verdade e o sentido da existência, mas, em suas andanças desnorteadas e segundo os seus próprios termos, ele a buscava na aparência das coisas criadas, nas volúpias e prazeres dos sentidos, longe de Deus e cada vez mais longe de si mesmo. “Eis que estavas dentro de mim, mas eu estava fora, e fora Te buscava, e nas coisas formosas que criaste, deforme eu me lançava“, declarará ele nas “Confissões”, obra-prima da espiritualidade não apenas cristã, mas universal.

A teimosia da graça, porém, foi mais irredutível ainda que a dele mesmo, e, encontrando canal nas “indesanimáveis” orações de sua mãe e na admirável influência do grande bispo Santo Ambrósio, levou o rebelde e angustiado Agostinho a finalmente se render a Deus e acolher o batismo. Mais ainda: ele se consagrou a Deus e chegou também ele a ser bispo.

Depois que a mãe morreu, no entanto, e durante os mais de quarenta anos que a isto se seguiram, a sua personalidade poderosa ainda se manifestaria com frequência na propensão à raiva implacável e à… depressão severa. Santo Agostinho se levantava desses abismos por meio da oração, do sacrifício e do trabalho. Ocupar-se foi um grande remédio, tanto nas muitas responsabilidades de bispo quanto nas muitas horas de reflexão, estudo e oração que o transformaram em grande defensor da doutrina da Igreja.

2 – Santa Flora de Beaulieu

Século XIV.

Sta Flora de Beaulieu

Sta Flora de Beaulieu
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Ela teve uma infância normal, mas, quando seus pais começaram a buscar marido para ela, se recusou e anunciou que ia dedicar a vida a Deus entrando num convento. No entanto, essa decisão, tomada num contexto turbulento, desencadeou uma fase intensa e prolongada de depressão que afetava de tal modo o seu comportamento que mesmo para as outras irmãs era uma provação conviver com ela. Com a graça de Deus, o tempo e a ajuda de um confessor compreensivo, Flora fez grande progresso espiritual precisamente por causa do desafio da depressão, que ela enfrentou com empenho.

3 – Santo Inácio de Loyola

Século XVI.


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A personalidade poderosa do grande santo fundador dos padres jesuítas também era dada a sentimentos de profunda inquietação e sofrimento. O senso de certeza e convicção que ele demonstra em sua autobiografia (escrita em terceira pessoa) não vieram com facilidade. Depois de se converter, Inácio teve de lutar contra um feroz período de escrupulosidade, termo que, na ascese cristã, se refere à tentação de sentir-se sempre em grave pecado por cada mínima falha pessoal no cumprimento de deveres e na vivência das virtudes. Essa provação veio seguida de uma depressão tão séria que ele chegou a pensar em suicídio. Deus o retirou do abismo de trevas e sofrimento interior inspirando-lhe grandes coisas a realizar na vida em nome de Cristo e da Sua Igreja.

O próprio Inácio define como “desolação” a experiência que enfrentou em seus exercícios espirituais: um estado de grande inquietação, irritabilidade, desconforto, insegurança quanto a si mesmo e às próprias decisões, dúvidas assustadoras, grande dificuldade de perseverar nas boas intenções… De acordo com Inácio, Deus não causa a desolação, mas a permite para nos “abalar” como pecadores e nos chamar à conversão.

A partir da sua experiência, Santo Inácio dá três conselhos para reagir à desolação: não desistir nem alterar uma boa resolução anterior; intensificar a conversa com Deus, a meditação e as boas ações; e perseverar com paciência, pois a provação é estritamente limitada por Deus, que dará o alívio no momento oportuno. Ele descobriu, em suma, que a depressão pode ser um grande desafio espiritual e uma ótima oportunidade de crescimento.

Estes conselhos continuam perfeitamente válidos, mas, hoje, é de importância crucial acrescentar um quarto conselho: procurar a ajuda médica adequada. Os avanços da medicina deixam claro que, na maioria dos quadros verdadeiramente depressivos, a medicação psiquiátrica é indispensável para reequilibrar os neurotransmissores, pois se trata de uma doença propriamente dita e não apenas de uma “fase de tristeza”. O tratamento da depressão clínica tem duas vertentes interdependentes: o trabalho interior pessoal, que pode ser acompanhado por um bom psicólogo ou orientador qualificado, e o trabalho da medicina, acompanhado por um psiquiatra sério e bem atualizado.

4 – Santa Joana Francisca de Chantal

Século XVI.


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Durante oito anos, ela viveu feliz o seu casamento com o Barão de Chantal. Mas, quando o marido morreu, seu sogro, vaidoso e teimoso, forçou Joana e seus três filhos a irem morar com ele, provocando uma rotina de contínuos dissabores, duras provas de paciência e… depressão. Em vez de se escorar na vitimização, como infelizmente é comum desde sempre e até hoje, Santa Joana fez a escolha de manter a alegria e de responder às crueldades do sogro com caridade e compreensão.

Mesmo depois de estabelecer uma cordial e santa amizade com o grande bispo São Francisco de Sales e de trabalhar com ele na criação de uma ordem religiosa para mulheres de mais idade, Joana continuava experimentando momentos de grande sofrimento e injusto julgamento – e continuava, também, a responder com alegria, trabalho esforçado e espírito voltado a Deus.

A propósito, São Francisco de Sales tem um relevante conselho para quem sofre dessa provação:

“Refresque-se com músicas espirituais, que muitas vezes provocaram o demônio a cessar as suas artimanhas, como no caso de Saul, cujo espírito maligno se afastou dele quando Davi tocou sua harpa perante o rei. Também é útil trabalhar ativamente, e com toda a variedade possível, de modo a desviar a mente da causa de sua tristeza”.

5 – São Noel Chabanel

Século XVII.

São Noel Chabanel

São Noel Chabanel
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Padre jesuíta, mártir norte-americano, trabalhou entre os índios huron com São Charles Garnier. Os missionários, no geral, desenvolvem grande empatia por aqueles a quem evangelizam; no entanto, não foi o caso do pe. Noel: ele sentia repugnância pelos índios e pelos seus costumes, além de imensa dificuldade para aprender a sua língua, completamente diferente de qualquer idioma europeu, sem falar nos brutais desafios que a vida em ambiente quase selvagem envolvia. Todo esse conjunto de provações gerou nele um sentimento duradouro de sufocamento espiritual. Como ele respondeu? Fazendo um voto solene de jamais desistir nem abandonar a sua missão. E esse voto ele manteve até o dia do seu martírio.

6 – Santa Elizabeth Ann Seton

Século XVIII.

ELIZABETH

ELIZABETH
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A primeira santa nascida em solo estadunidense sofria com a contínua sensação de solidão e melancolia, tão profunda que ela pensou várias vezes em se matar. Ela teve muitos problemas em sua vida, especialmente relacionados à sua família. Leituras, música e o mar a ajudaram a ser mais alegre. Quando se converteu, a Eucaristia e a caridade passaram a ser sua grande força diária!

7 – São João Maria Vianney

Século XIX.

Cura d'Ars


Cura d'Ars
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Conhecido como o Cura D’Ars, ele é um dos sacerdotes mais queridos da história da Igreja, modelo de pároco zeloso e de pastor que superou as muitas e graves limitações intelectuais próprias para guiar as almas com maestria pelo caminho da vida de graça. Apesar de todo o bem que fazia, ele não conseguia enxergar a própria relevância diante de Deus e convivia persistentemente com um forte complexo de inutilidade pessoal, sintoma da depressão que o acompanhou durante toda a vida.

Nos momentos mais difíceis, ele recorria ao Senhor e, apesar do sofrimento, renovava a determinação de perseverar no seu trabalho com confiança, fé e amor a Deus e ao próximo.

8 – Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein)

Século XX.

 

A santa carmelita descalça que havia nascido judia e crescido ateia sofreu com a depressão durante longo período. Chegou a escrever:

“Encontrei-me gradualmente em profundo desespero… Eu não podia atravessar a rua sem querer que um carro me atropelasse e eu não saísse viva dali”.

Desde antes de se converter, principalmente nas muitas ocasiões em que foi desprezada e humilhada por ser mulher e de origem judia, Edith sofreu intensamente a depressão. Intelectual, filósofa, discípula e até assistente de Edmund Husserl, o fundador da fenomenologia, ela finalmente encontrou em Deus a Verdade que tanto buscava, a partir da leitura da obra de Santa Teresa de Jesus. Abraçou então a graça com tamanha sede que dela arrancava as forças para lidar não apenas com os seus dolorosos sofrimentos interiores, mas também com as trevas mortíferas do nazismo.

Edith Stein, que adotou no convento carmelita o nome religioso de Teresa Benedita da Cruz após se converter e se consagrar a Deus radicalmente, foi capaz de perseverar até o martírio, mantendo a lucidez, a fé, a esperança e o amor inclusive na prisão e na execução a que foi submetida covardemente no campo de concentração de Auschwitz-Birkenau. Esse final de vida terrena parece particularmente deprimente? Pois ele é, mesmo. No entanto, como tudo nesta vida tem mais do que apenas um lado, ela enfrentou esse cenário extremo com a serenidade e a paz de espírito de quem aprendeu a lidar com os altos e baixos da depressão, enxergando além do imediato e abraçando uma vida que não acaba porque é eterna – e que é capaz de brilhar até mesmo nas trevas mais densas da morte num campo de concentração.