quarta-feira, 22 de julho de 2015

Por que chamamos a Virgem Maria de Nossa Senhora?

O título de Senhor e Senhora, desde os primeiros séculos do Cristianismo, eram usados para os senhores de escravos, muito comum naquele tempo. Dentro desse contexto, a Virgem Maria disse ao anjo: “Eis aqui a escrava do Senhor” (Lc 1, 38).


Mas “Jesus é o Senhor”, como disse São Paulo (Fl 2,11); é o Rei dos Reis; e Sua Mãe é Rainha por consequência. Por isso, a Igreja entendeu que deveria chama-lá de Senhora. Os súditos do Rei eram também servos da Rainha. Ora, se somos súditos de Jesus, o somos também de Maria. A Ladainha Lauretana chama a Virgem Maria de Rainha dos Anjos, Rainha dos Santos, Rainha dos Apóstolos, Rainha dos Mártires, Rainha dos Confessores, Rainha da Virgens, Rainha dos Profetas. Ora, toda Rainha é Senhora em seu reino.

A Virgem Maria é aquela “cheia do Espírito Santo”, como a saudou sua prima Santa Isabel, que em alta voz disse: “Bendita és tu entre as mulheres” (Lc 1,42). Ela é “a filha predileta de Deus”, diz o Concílio Vaticano II (LG n. 53), “aquela que, na Santa Igreja, ocupa o lugar mais alto depois de Cristo e o mais perto de nós” (Lumen Gentium, n. 54).

São Bernardo, doutor da Igreja, o apaixonado cantor da Virgem Maria, no Sermão 47 diz: “Ave Maria, cheia de graça, porque é agradável a Deus, aos anjos e aos homens. Aos homens, por causa de sua fecundidade; aos anjos, por sua virgindade; a Deus por sua humildade. Ela mesma atesta que Deus olhou para ela porque viu sua humildade”.

São Tomas de Aquino afirmou: “A bem-aventurada Virgem Maria, pelo fato de ser Mãe de Deus, tem uma espécie de dignidade infinita por causa do bem infinito que é Deus”. Ela é Senhora!

“A graça que adornou a Santíssima Virgem sobrepujou não só a de cada um em particular, mas a de todos os santos reunidos”, afirma Santo Afonso de Ligório, doutor da Igreja. Por isso ela cantou no Magnificat: “Desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações, porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo…” (Lc 1,42). Ela é Senhora!

Maria é um “espelho especialíssimo de Deus”, diz São Tomás de Aquino: “Os outros santos são exemplos de virtudes particulares: um foi humilde, outro casto, outro misericordioso, e assim nos são oferecidos como exemplos de uma virtude. Mas a bem-aventurada Virgem é exemplo de todas as virtudes”, diz o santo.

São Bernardo e Santo Antônio, doutores da Igreja, afirmam que, “para ser eleita e destinada à dignidade de Mãe de Deus, devia a Santíssima Virgem possuir uma perfeição tão grande e consumada que nela excedesse todas as outras criaturas”. Ela é Nossa Senhora!

“Quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado” (Mt 23,12). Repetiu várias vezes o Senhor. Logo que Deus determinou fazer-se Homem para redimir o homem decaído e assim manifestar ao mundo Sua misericórdia infinita, certamente buscava entre todas as mulheres aquela que fosse a mais santa e humilde para ser Sua Mãe. Como diz o Livro dos Cânticos: “Há um sem número de virgens (a meu serviço), mas uma só é a minha pomba, a minha eleita” (Ct 6, 8-9).

Foi por sua imensa humildade que Deus tanto exaltou Maria e a fez Sua Mãe, Rainha e Senhora nossa. E a própria Virgem diz no seu canto: “porque olhou para a humildade de sua serva” (Lc 1,48).

Foi essa “humildade” profunda e real que tanto encantou o coração de Deus, fez com que a elegesse a “bendita entre as mulheres”, Sua Mãe, nossa Mãe e Senhora.

Fonte: Canção Nova

segunda-feira, 13 de julho de 2015

A Eucaristia e a Virgem Maria


Desde a anunciação até a cruz, Maria presente na vida do seu Filhos como Mãe, mas também como corretora. Elas, a todo momento, age juntamente com ele. Durante a quaresma e a Pascoa pudemos viver. Como em todos os anos, os maiores mistério que superam completamente a nossa capacidade de compreender. Por isso, precisamos permanecer, bem perto da nossa Mãe, como humilde, para contemplar e aprender com Ela a colaborar na nossa Redenção, e na Redenção dos nossos irmãos. Deus espera de nós que a nossa vida seja uma imitação de Cristo e por mediação de Cristo, ofereçamos a cada novo dia, instante a instante, as alegrias e sofrimentos, orações e trabalhos, tudo para Deus Pai. A intenção de oferecer a Deus o que somos e temos nasce no nosso coração quando este se deixa mover pela graça de Deus. Portanto, quando mais perto estivemos da nossa Mãe, tanto facilmente ela, com a graça divina, poderá nos conduzir até onde poderá oferecer com Cristo ao Pai nossas oferendas, especialmente no momento da santa Missa. Deus quer que com Cristo participemos da Redenção. Com tudo, como podemos participar?   Lemos no Catecismo da igreja:

“À oblação de Cristo unem-se não só os membros que estão ainda neste mundo, mas também os que já estão na glória do céus: é em comunhão com a santíssima Virgem Maria e fazendo memória Dela, assim como de todos os santos e de todas as santas, que a igreja, com Maria, está como que ao pé da cruz, unida á oblação e à intercessão de Cristo”
(CIC 1370).                  

Portanto após a ressurreição de Jesus, caminhamos com Maria até o cenáculo onde descerá o Espirito Santo, que será quem nos fará viver com plenitude de chamado que Deus nos faz para nos tornarmos oferendas eternas agradáveis a Deus. Nessa peregrinação, não devemos nunca esquecer de que estamos sempre nos braços de Maria, nunca estamos sozinhos. Ela nos precedeu no caminho, foi assunta ao céus para nos mostrar que também nós vamos ressuscitar, ela, a nossa esperança, estará conosco até nos levar ao céu.   João Paulo II na Exortação Apostólica Sacramentum Caritis  (parágrafos 33) diz-nos que Maria  nos precede no caminho da fé, do principio até ao fim  último: tudo aquilo que Deus nos deu, se realizou perfeitamente na Virgem Maria, Mãe de Deus e nossa: assunta ao céu de corpo e alma é, para nós sinal de segura esperança, enquanto aponta para nós, peregrinos no tempo, aquela meta escatológica que o sacramento da Eucaristia desde já nos fazem saborear. A assunção de Maria é para nós algo muito concreto, é uma promessa da nossa própria ressurreição porque Maria foi a primeira entre nós, e nós também vamos ressuscitar com o corpo e alma no fim dos tempos.


Na Eucaristia, a igreja com Maria, está com que ao pé da cruz, unidade à oblação e à  intercessão de Cristo.

Desde a anunciação até o pentecoste, Maria de Nazaré aparece como uma pessoa cuja liberdade está completamente disponível à vontade de Deus; a sua imaculada conceição revela-se propriamente na docilidade incondicional á palavra divina. A fé obediente é a forma que sua vida. Assume em cada instante perante a ação de Deus: Virgem á escuta, Ela vive em plena sintonia com vontade divina; conserva no seu coração as palavras que lhe chagam da parte de Deus e, dispondo-as á maneira de um mosaico, aprende a compreende-las mais a fundo ( Lc 2,19,51); Maria é grande Crente que, cheia de confiança, se coloca nas mãos de Deus, abandonando-se á sua vontade ( Exortação Apostólica  Sacramentun Caritatis, 33).

Como a vocação comum de todos os cristãos é se tornar uma oferenda eterna agradável a Deus, precisamos aprender de Maria, aos pés da Cruz, como aproveitar plenamente o momento da Eucaristia, quando Cristo se oferece por todos nós.

Desde a anunciação até á cruz, Maria é aquela que acolhe a palavra que nela se fez carne e foi até emudecer no silêncio da morte. É Ela, enfim que recebe nos seus braços o corpo imolado, já examine, Daquele que verdadeiramente amou os seus ‘até ao fim” (Jo 13,1).
Maria, sob a cruz, recebendo nos seus braços o Corpo de Jesus, recebe a palavra divina. Assim Ela também nos lembra que o melhor jeito de receber Jesus Eucaristia, é fazê-lo estando nos braços Dela, para que seja Ela quem receba a palavra divina que tornou-se Corpo no seu seio. Assim, cada vez que recebemos a comunhão, peçamos a Maria que seja Ela a receber esse Corpo divino nos seus braços. Sempre que meditando nisso, obtemos frutos, pois Maria recebe o Corpo do seu Filho como a palavra que se tornou Carne no seu seio.

Por isso, quando na liturgia eucarística nos aproximarmos do Corpo e do sangue de Cristo, dirigimo-nos também a Maria que, por toda a Igreja, acolheu o Sacrifícios de Cristo, aderindo plenamente a ele. Assim, onde se celebra a Eucaristia , está presente Maria. Quando participamos, na Eucaristia, participamos no sacrifício do Gólgota.