terça-feira, 28 de janeiro de 2020

You Music - Anunciação | Mariana Nolasco

Como atingir a maturidade de fé


Padre Reginaldo Manzotti

YOUNG WOMAN PRAYING

Uma pessoa madura na fé consegue integrar e trabalhar a sua vida psíquica, afetiva, emocional, social e espiritual

Assim como em nossa vida profissional e afetiva, a maturidade é importante também na vida espiritual. A maturidade de fé é colocada de forma muito frequente nos escritos de São Paulo. Ele próprio passou de infantil, imaturo na fé, para um maduro na fé. Jeremias também passou por esse processo, de espiritualidade infantil, para uma maturidade na fé. E, a Bíblia está repleta de exemplos.

Não podemos achar que já estamos prontos e nos colocarmos numa atitude imutável. Frases como: “Eu fui sempre assim, eu não mudo”, ou “Desde criança sou assim e na minha idade já não há muito que mudar” estão erradas. O itinerário e a maturidade cristã são etapas próprias da virtude da prudência que é fruto da maturidade psíquica, afetiva, física e espiritual.

Uma pessoa madura na fé, que constitui maturidade na vida cristã, consegue integrar, consegue trabalhar a sua vida psíquica, afetiva, emocional, social, e espiritual. Negar um desses aspectos é forjar uma falsa maturidade.

Existem pessoas que carregam neuroses afetivas, por exemplo: de um pai de uma mãe que marcaram negativamente e causaram traumas. Se essa neurose não curada é transferida para a religião, é transferida para Deus, essa neurose que é afetiva, se torna uma neurose espiritual. A neurose que é transferida para Deus acaba gerando uma imagem distorcida do Deus verdadeiro para um Deus punitivo, vingativo ou justiceiro.

Pessoas fanáticas são exemplo de uma neurose espiritual. Pessoas que não conseguem conviver em paz dentro de um ambiente religioso. Pessoas que não conseguem somar numa pastoral podem sofrer de neurose espiritual.

Há pessoas que são excelentes trabalhando sozinhas. Capazes de levar um caminhão carregado de toras, mas se pedirmos que carreguem junto com os demais, não sabem dividir o peso. Essas características que herdamos, traumas que trazemos são obstáculos para a maturidade da fé.

Um dos elementos da maturidade da espiritualidade é colocar a razão sobre a paixão. O texto da Carta aos Efésios nos ajudará a entender. São Paulo fala:

 “Até que todos nós cheguemos à unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, até atingirmos o estado de homens feitos, de acordo com a idade madura da plenitude de Cristo a estatura da maturidade de Cristo” (Ef 4,13).

Portanto, a meta de todo o cristão é chegar à maturidade da pessoa em Cristo.

A força dinâmica e o amadurecimento da vida espiritual estão  na Primeira Carta aos Tessalonicenses:

“Com efeito, diante de Deus, nosso Pai, pensamos continuamente nas obras de vossa fé, nos sacrifícios de vossa caridade e na firmeza de vossa esperança em nosso Senhor Jesus Cristo, sob o olhar de Deus, nosso Pai” (1Tes 1,3).

Temos neste trecho palavras importantes: maturidade espiritual e obras de fé. Quem é maduro transforma a fé em obras. A fé descomprometida é uma fé mágica, supersticiosa e a superstição é sinal de imaturidade.

sábado, 18 de janeiro de 2020

Cine D+ - O melhor de mim




SINOPSE E DETALHES

Não recomendado para menores de 14 anos

Adolescentes, Amanda (Liana Liberato) e Dawson (Luke Bracey) se apaixonam. O pai da garota não aprova o relacionamento e, com o passar do tempo, os jovens acabam se afastando e tomando rumos diferentes. Duas décadas mais tarde um funeral faz com que os dois (Michelle Monaghan e James Marsden) voltem à cidade natal e se reencontrem. É o momento de ver se os sentimentos persistem e avaliar as decisões que tomaram na vida.

Jota Clipe - Projota - Numa Esquina Do Universo (Clipe Oficial)

Médico católico funda hospital e atende 500 pessoas por dia em região de guerra e fome



Conheça a história de Tom Catena, um médico que trocou os Estados Unidos pelo Sudão e fez jus ao verdadeiro sentido de sua profissão

Se há no coração o desejo de ajudar os que vivem no desespero e são ignorados, pode-se perder o coração pela África. Aconteceu a um jovem médico estadunidense. Nascido e crescido com esta ideia na cabeça em Nova Iorque, o diploma de médico de Tom Catena na Duke Univesity Medical College tinha apenas um significado. Prestar serviço aos mais necessitados em um ambiente rural. Não importava qual seria este lugar no mapa mundi. Depois de um breve período como médico na Marinha dos Estados Unidos, chegou finalmente o momento de partir para uma missão. Missão que coloca-o em confronto com experiências dramáticas: a de um médico que tenta fazer funcionar as coisas entre perigos e frustrações que se concentram nos Montes Nuba na parte sul do Sudão, onde até agora somente a fé mantém a coragem.

Embora inicialmente a meta deveria ser o Quênia, o destino indicou o Sudão como seu porto final. Na última década, o doutor Tom Catena tornou-se um nome famoso nas colinas Nuba e não apenas pelo seu serviço desinteressado aos pobres. Fundou e administra a “Mãe da Misericórdia”, um hospital de 430 leitos que se destaca numa área deserta. Esta estrutura hospitalar permitiu a sobrevivência de muitas vítimas das violentas campanhas pelo poder do ex-presidente do Sudão Omar al Bashir. Tom concentra grande parte dos seus esforços também no aspecto humanitário e sonha deixar as Colinas Nuba em situação melhor do que era na sua chegada

Viver na África, confidencia o médico foi uma escolha sua. Ele gosta a da ideia de estar em um lugar e começar a fazer parte da comunidade. Porém, como as dificuldades não faltam na África, a pergunta é o que o levou a deixar a comodidade da sua casa de Nova Iorque para viver nos Montes Nuba.

Para o médico, o motivo é bastante simples. “Quando eu estava na universidade, ainda antes de ser médico, sempre quis ser um missionário e este desejo foi o que me levou a estudar medicina”. Conta que depois da formatura em medicina, e depois de 4 anos na Marinha dos Estados Unidos, começou a fazer parte do “Catholic Medical Mission Board” de Nova Iorque que na realidade foi a passagem para trabalhar em uma zona rural.

“Então escolhi o Quênia, em uma localidade chamada Mutomo, onde há um hospital administrado pelas irmãs irlandesas da Misericórdia”. Depois de algum tempo transferiu-se para a capital Nairobi onde trabalhou por cinco anos. “Enquanto estava no Quênia – recorda – ouvi falar do Sudão, do fato que a guerra civil destruía o país e não contava com estruturas sanitárias”. E acrescentou: “Ouvi falar que havia algumas ONGs que trabalhavam ali, mas que estavam saindo por causa do conflito, Parecia-me uma situação muito desesperada!”

Apesar das notícias provenientes dos Montes Nuba, aquela realidade que se ouvia falar atraia-o a ponto de buscar todas as informações possíveis. Dom Macram Max Gassis, hoje bispo emérito de El Obeid, na época estava construindo um hospital nos Montes Nuba. “Fui em busca de seu contato. Falei com ele e juntos abrimos o hospital. Iniciamos a trabalhar em 2008”.

Enquanto conta a sua história, transparece toda a fé de Tom Catena. “Sou um daqueles que se pode definir de berço católico” diz. E explica: “Cresci como católico romano. Os meus pais são praticantes muito devotos. Meu pai foi um grande exemplo para mim. Ia à Missa todos os dias e nos educou realmente na fé, assim como minha mãe. Eles tinham uma fé muito sólida e creio que cresci com essa ideia”. O médico recorda alguns momentos na universidade quando tinha amigos evangélicos e alguns temiam que se convertesse. Mas afirma que aquelas amizades foram importantes porque “através deles, creio que eu tenha amadurecido a ideia de ser missionário”. Depois da faculdade, prossegue, “voltei a um catolicismo mais ortodoxo. Penso então que tive muita sorte ao longo da minha vida, de sempre ter ao meu lado pessoas fortes na fé, capazes de me guiar, me orientar”.

Desde que se transferiu para os Montes Nuba dedica-se aos mais necessitados fazendo disso a coisa mais importante da sua vida. Sua jornada típica, é trabalho e montanha. “Geralmente levanto-me as 5h30 da manhã e tendo a sorte de ter um sacerdote conosco vou a missa todos os dias. Tom reza o Terço ao longo do caminho que o leva à Missa, que inicia às 6h30 e termina as 7h. Depois de uma breve refeição em casa, vai ao hospital onde começa a trabalhar as 7h30.

Das 7h30 em diante, doutor Tom trabalha do ambulatório à sala de cirurgia, da administração aos serviços gerais hospitalares todos básicos para o atendimento dos pacientes. Em dias intensos, chega a consultar até 500 pacientes antes de ir à sala operatórias para os casos mais graves… “E também atendo casos urgentes durante a noite, voltando ao hospital. As jornadas são cheias e o trabalho é bem cansativo”, conta. É extenuante física e emotivamente, principalmente quando o êxito das intervenções não são positivos ou os casos são muito difíceis. Realmente é um trabalho duro”.

Mesmo sendo um trabalho que requer muita concentração, o doutor Tom fala de momentos nos quais incursões militares interromperam a rotina hospitalar. “Houve momentos nos quais estávamos na sala operatória, com pacientes deitados para serem operados, ouvíamos os aviões chegando. Depois começava o bombardeio devíamos tomar uma decisão. Algumas vezes continuávamos fazendo a cirurgia, ou o atendimento. Outras íamos para o chão da sala esperando o fim do bombardeio”.

O doutor Tom diz que o mais frustrante para um médico que trabalha nos Montes Nuba não é tanto o medo de perder a própria vida, quando “estar longe de tudo e não ter instrumentos necessários para o trabalho, tendo que enfrentar os limites do nosso conhecimento”. “Somente a fé”, admite, “nos permite ir adiante, sabendo que Deus está conosco apesar das dificuldades e dos problemas”.

Comenta que a queda de Omar al Bashir foi uma bênção para o povo Nuba, acrescentando que o governo de transição comunicou que “agora, depois de 30 anos, pela primeira vez no Sudão há alguma esperança de encontrar uma solução pacífica aos conflitos, o de Darfur e em outros lugares do Sudão”.

Alguns acontecimentos interessantes marcaram profundamente a vida de Tom. O médico que ajuda os corações feridos a reconstruir suas vidas, perdeu seu coração por uma nubiana, nascida nas montanhas e que frequentava a escola. “Casamos em 2016 e isso foi algo maravilhoso. Foi uma grande mudança na minha vida. Tornou meu trabalho mais fácil, sabendo que há alguém com quem compartilhar as dificuldades”, conta Tom.

Agora o maior sonho do médico dos Montes Nuba é o de deixar o lugarejo em melhores condições do que encontrara. Com o esforço pessoal e de pessoas que boa vontade com recursos, Tom Catena conseguiu o seu objetivo que é o da formação profissional das pessoas locais na área médica em vários setores.

Hoje, o Hospital Mãe da Misericórdia pode contar com uma equipe de profissionais qualificada, entre os quais 27 enfermeiros, médicos e farmacêuticos. Em breve tempo o hospital receberá quatro médicos nubianos especializados. Os primeiros formados com doações privadas.

Na realidade, a profissionalização das pessoas, ou melhor o “capacity building” é algo que está no coração do doutor Tom. “Para mim é muito importante  para todos os que trabalham no mundo em desenvolvimento. Deve-se trabalhar com as pessoas locais. Portanto, se as pessoas não são treinadas para isso, essa será a primeira providência”.

Em outubro deste ano, Tom Catena foi convidado a participar do “World Health Summit” na Alemanha. O crescimento das competências foi uma das preocupações apresentadas naquele encontro. “A chave de sucesso com o pessoal – diz com certeza – é a possibilidade de formar gente local para lhes permitir de alcançar o seu mesmo nível e até mesmo superá-lo, de modo que quando se vai embora, deixe tudo funcionando”. Porque, acrescenta, “esta é uma parte importante do trabalho que fazemos nos Montes Nuba e queria apresentá-la à cúpula do mundo da medicina”.

Em 2017, o doutor Catena recebeu o “Prêmio Aurora” pelo despertar da humanidade. A recompensa em dinheiro, obtida com o prêmio foi útil para levar adiante seu trabalho nos Montes Nuba, especialmente para a formação. Em 2018 doutor Tom foi nomeado presidente da iniciativa humanitária “World Wide Aurora”, papel que faz em concomitância com sua atividade no sul do Sudão.

A sua principal preocupação é a de sensibilizar e envolver as pessoas no trabalho humanitário. “Todos podem ser envolvidos nisso, não importa o que se faz, não importa seu trabalho, seu nível de retribuição. Qualquer coisa que você faça, pode ser envolvido, mesmo apenas em sentir-se sensibilizado”.

Por Godfrey B. Kampamba, do Vatican News

sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

Documentário - Os Primeiros Cristãos

3 de janeiro, o dia do Santíssimo Nome de Jesus


Redação da Aleteia

JEZUS

A “Oração a Jesus“ ou “Invocação ao Nome de Jesus“ é uma prece antiquíssima, cuja popularização contou com grande influência dos Padres do Deserto

AIgreja celebra hoje, 3 de janeiro, o Santíssimo Nome de Jesus, que, obviamente, foi honrado e venerado na Igreja desde os primeiros tempos (cf. Fp 2,10), mas em cuja honra só se formalizou um culto litúrgico a partir do século XIV.

O grande propagador desta devoção foi o franciscano São Bernardino de Siena (1380-1444), que costumava divulgar uma imagem da Eucaristia emitindo raios de luz, sob o monograma “IHS“, abreviação do Nome de Jesus em grego. Mais adiante, a piedade popular daria a esta mesma sigla uma nova interpretação: “Iésus Hóminum Salvátor“, que, em latim, quer dizer “Jesus Salvador dos Homens“. Santo Inácio de Loyola, aliás, faria deste monograma o emblema dos padres jesuítas.

O nome Jesus vem do hebraico “Jeshua“, “Joshua” ou “Jehoshua”, que significa “Javé é Salvação“.

O Santíssimo Nome de Jesus foi dado pelo céu. São Lucas nos diz em seu Evangelho:

“Completados que foram os oito dias para ser circuncidado o menino, foi-lhe posto o Nome de Jesus, como lhe tinha chamado o anjo, antes de ser concebido no seio materno” (Lc 2, 21).

E o Novo Testamento afirma:

“Por isso Deus o exaltou soberanamente e lhe outorgou o Nome que está acima de todos os nomes, para que ao Nome de Jesus se dobre todo joelho no céu, na terra e nos infernos. E toda língua confesse, para a glória de Deus Pai, que Jesus Cristo é Senhor” (Fil 2, 9-11).

A Invocação ao Nome de Jesus

A “Oração a Jesus“ ou “Invocação ao Nome de Jesus“ é uma prece antiquíssima, cuja popularização contou com grande influência dos Padres do Deserto. Uma primeira forma desta oração foi mencionada por São Diádoco de Foticeia, monge asceta da Grécia no início do século V. A prece foi depois inserida na coletânea de textos espirituais conhecida como Filocalia (ou Philokalia), que veio a se tornar um livro básico da tradição cristã oriental, tornando-se muito popular nas igrejas ortodoxas, particularmente na Rússia, onde foi ainda mais difundida por outro clássico da literatura espiritual: Relatos de um Peregrino Russo, do século XIX.

É uma simples e riquíssima tradição, focada em Jesus e na Sua misericórdia. Estas são algumas das várias formas diferentes de fazer a mesma prece:

Senhor Jesus Cristo, tende piedade de mim!

Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, tende piedade de mim, pecador!

Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, tende piedade de nós, pecadores!

Jesus Cristo, Filho de Deus, Senhor, tende piedade de nós, pecadores!

Senhor Jesus, misericórdia!

Alguns frutos da confiante invocação do Nome de Jesus


Oferece ajuda nas necessidades corporais, segundo a promessa de Cristo: “Estes milagres acompanharão os que crerem: expulsarão os demônios em meu nome, falarão novas línguas, manusearão serpentes e, se beberem algum veneno mortal, não lhes fará mal; imporão as mãos aos enfermos e eles ficarão curados” (Mc 16,17-18).

No Nome de Jesus, os Apóstolos deram força aos aleijados (At 3,6; 9,34) e vida aos mortos (At 9,40).

Dá confiança nas provações espirituais. O Nome de Jesus recorda ao pecador o “pai do filho pródigo” e o bom samaritano; ao justo, recorda o sofrimento e a morte do inocente Cordeiro de Deus.
Protege-nos de Satanás e de suas artimanhas, pois o diabo teme ao Nome de Jesus, quem o venceu na Cruz.

No Nome de Jesus, obtemos toda bênção e graça no tempo e na eternidade, pois Cristo disse: “O que pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo dará” (Jo 16,23). A Igreja costuma terminar as suas orações com as palavras “Por Jesus Cristo, nosso Senhor”, cumprindo assim o que escreveu São Paulo: “Para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho no céu, na terra e nos infernos” (Fl 2,10).