Redação da Aleteia
“Como se não bastasse” (e não bastava mesmo), ele ainda se
ordenou padre em 1995 – o primeiro padre do seu país
Oreino budista do Butão, situado entre a Índia e a China, não
permitia a conversão a outras religiões quando Kinley Tshering se converteu ao
catolicismo, tornando-se o único católico do seu país. “Como se não bastasse”
(e não bastava mesmo), ele ainda se ordenou padre.
O Butão só permitiu legalmente a plena liberdade religiosa em
1995. Mas já em 1974, aos 15 anos, Kinley havia abraçado o catolicismo quando
estudava numa escola católica de Darjeeling, na Índia, recebendo os sacramentos
em segredo. Depois, ele estudou com os jesuítas em Bangalore e Mumbai.
“Eu sempre quis consagrar minha vida a Cristo como sacerdote. Mas meus estudos profissionais, as pressões da família e o meu estilo de vida não estavam ajudando a tomar uma decisão final”.
Foi quando ele pediu que Deus lhe desse um sinal:
“Eu me lembro que pedi a Deus: ‘Tens que me dar um sinal como aquele que deste a Teresa do Menino Jesus, de ver neve no verão. O suficiente para que eu não duvide’. Foi assim que eu rezei durante uma viagem, na Missa de domingo, perto do hotel”.
“Meu coração batia forte e estava difícil até de respirar (…) Ela ficou muito curiosa quando eu contei que era do Butão e que era católico. Expliquei que tinha me convertido e, naquele pouco tempo ao lado dela, percebeu a angústia do meu coração: o meu desejo de ser sacerdote, mas todas as tentações que eu tinha . Ela pegou a minha mão e me disse: ‘Eu não digo isso para muita gente, mas digo a você: você tem vocação. Seja generoso com Deus e Ele será generoso com você’. Os meus olhos se encheram de lágrimas e eu chorei todo o resto do voo para Calcutá, cheio de alegria. Eu tinha pedido a Deus um milagre para confirmar a minha vocação e Ele me enviou um anjo, como tinha enviado para a Virgem Maria. Eu não tinha mais nada a dizer a não ser ‘Eis-me aqui! Sou o servo do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra'”.
Kinley entrou no noviciado jesuíta em Kurseong e, após a sua ordenação sacerdotal, em 1995, foi até Calcutá para agradecer à Madre Teresa pela sua ajuda. Quando ela o viu, a primeira coisa que disse foi:
“Durante os últimos dez anos eu rezei por você”.
O pe. Kinley Tshering foi o primeiro padre católico de Butão. Depois de ter sido o superior da comunidade dos jesuítas de Darjeeling, na Índia – a mesma cidade onde havia descoberto a Cristo em sua juventude -, o pe. Kinley retornou há cerca de três anos para o seu país natal, onde é missionário. A comunidade católica do Butão é um “pequeno rebanho”, como na metáfora evangélica: são hoje cerca de 100 católicos em todo o país.
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