Por: Francisco Vêneto
A cultura do descarte
não é "retórica de sacristia", mas um fato inegável que precisa de
respostas - respostas que a própria cultura do descarte não pode dar
Ocanal de TV
norte-americano WBTW 13 divulgou que a youtuber e blogueira de maquiagem Alyssa
Anne Dayvault, de 30 anos, foi presa sob a acusação de matar dois filhos
recém-nascidos, em duas gestações diferentes, e jogá-los no lixo para manter
escondidas essas duas ocasiões em que havia ficado grávida.
Pela gravidade dos dois
crimes, ela aguarda julgamento no estado da Carolina do Sul sem possibilidade
de fiança.
De acordo com a
imprensa, Alyssa chegou com sangramento vaginal a um hospital de North Myrtle Beach,
onde os médicos constataram a presença de um cordão umbilical e de placenta e
acionaram a polícia para esclarecer o paradeiro do bebê.
Alyssa confessou que
tinha dado à luz e que o bebê havia nascido vivo, mas morreu por falta do
atendimento médico necessário e das medidas mínimas para a preservação da sua
vida. A blogueira de moda ainda admitiu que jogou o corpo numa lixeira e que
não informou às autoridades nem sobre o nascimento nem sobre o óbito de seu
bebê.
O caso ganhou
proporções ainda mais impactantes quando Alyssa assumiu que já tinha feito a
mesma coisa com um filho anterior, nascido em novembro de 2017. As autoridades
conseguiram registros médicos de um ultrassom feito por Alyssa no início do ano
passado, no qual se comprovava uma gravidez saudável.
Cultura do descarte –
literalmente
Alguns comentários de
internautas postados em redes sociais e em sites de notícias que repercutiram o
caso internacionalmente vão além do enviesado debate sobre o inexistente
“direito” a matar bebês e tocam o real assunto a ser discutido: o valor de uma
vida.
Tratou-se de um
infanticídio no mínimo culposo.
Quando se chega ao
ponto de deixar morrer culposamente não só um (o que já seria terrível), mas
dois filhos recém-nascidos, e de jogar os seus corpos no lixo como um gesto de
literal descarte do respeito à vida, fica claro, ou deveria, que a cultura do
descarte, assim denunciada pelo Papa Francisco, não é “retórica de sacristia”,
mas um fato inegável que precisa com urgência de respostas – e respostas que a
própria cultura do descarte não é capaz de dar.
O infanticídio, assim
como o aborto livre apresentado como suposto “direito” e até como “progresso”,
é um sintoma. A verdadeira doença é uma só e a mesma: a cultura do descarte.
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