Por: Aleteia Brasil
Sinal de esperança e
recomeço: se devemos atribuir a alguém a culpa pela morte de um semelhante,
certamente não é a Deus
O socorrista Rogério
Fernandes, do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), fez parte de uma
equipe que partiu de Arapongas, no Paraná, para ajudar nos trabalhos de resgate
em Brumadinho, Minas Gerais, após o rompimento da barragem da Mina do Córrego
do Feijão.
Em 28 de janeiro, ele
publicou no Facebook um vídeo em que se vê uma capelinha com a imagem de Nossa
Senhora Aparecida encontrada intacta em meio à massiva quantidade de dejetos e
rejeitos que destruiu tudo a seu passo, matando mais de 130 pessoas e deixando
quase duas centenas de desaparecidos, conforme os números parciais divulgados
até o momento.
O socorrista escreveu:
“Sei que tenho amigos
aqui que não compactuam da mesma devoção ou religião que eu. Porém, quando me
deparei com uma imagem de Nossa Senhora Aparecida que havia sido retirada de
uma casa que sumiu na lama e totalmente intacta, cheguei a me emocionar quando
vi a cena”.
O vídeo comoveu
milhares de internautas, que responderam com ofertas de orações pelas vítimas,
pelos sobreviventes atingidos diretamente e pelas heroicas pessoas engajadas
nos trabalhos de resgate:
“Que Nossa Senhora
cubra todos vocês que estão aí, lutando para salvar vidas”.
“Me tocou grandemente e
peço a Nossa Mãezinha que abençoe as famílias que estão sofrendo com essa
tragédia e a vocês que estão nesta missão”.
Sinal de esperança
É relativamente
frequente que, após catástrofes naturais, sejam encontradas imagens de Maria ou
de Jesus intactas embora dezenas de pessoas tenham perdido a vida.
Não se considera
milagrosa a descoberta dessas imagens, já que a sua preservação pode ser
explicada por diferentes razões perfeitamente naturais. Muito menos se pretende
dizer que a imagem como tal tenha mais valor que uma vida.
O que se destaca é o
caráter simbólico de uma imagem religiosa ser achada inteira no meio de
escombros, pois o fato pode ser interpretado como um sinal de encorajamento,
esperança e recomeço. Afinal, Deus pode inspirar-nos o tempo todo mediante os
acontecimentos do cotidiano – alguns deles incomuns e, por isso mesmo,
extraordinários.
Mas por que Deus não
salvou as pessoas em vez da imagem?
Quanto ao fato sempre
triste da perda de vidas, é importante compreender que Deus não mata ninguém:
Ele apenas respeita as consequências da liberdade humana e é coerente com a Sua
própria decisão de nos criar autônomos e responsáveis pelo que fazemos com a
criação, inclusive quando colocamos em risco a vida do nosso próximo. Se
devemos atribuir a alguém a culpa pela morte de um semelhante, certamente não é
a Deus.
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