quarta-feira, 27 de março de 2019

Franciscano é eleito o melhor professor do mundo


Redação da Aleteia
 


 GLOBAL TEACHER PRIZE

O trabalho dele em uma comunidade carente do Quênia fez com que as matrículas na escola dobrassem; evasão escolar e casos de indisciplina diminuíram

O irmão franciscano Peter Tabichi, do Quênia, foi eleito o melhor professor do mundo pelo ‘Global Teacher Prize‘ de 2019. O prêmio é oferecido pela ‘Fundação Varkey’, uma entidade que se dedica à melhoria da educação para crianças carentes.

É indicado ao “oscar da educação” o professor cujo trabalho foi capaz de influenciar de forma positiva a comunidade na qual vive.

A cerimônia de premiação aconteceu em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Além do troféu, o religioso franciscano, que concorreu com outros dez mil indicados de 179 países, recebeu US$ 1 milhão ( cerca de R$ 3,9 milhões). O dinheiro deverá ser aplicado em atividades educacionais.

“Todos os dias, na África, viramos uma página e começamos um novo capítulo. Hoje é outro dia. Este prêmio não é um reconhecimento a mim, mas aos jovens deste grande continente. Estou aqui somente por causa do que os meus alunos alcançaram. Este prêmio dá a eles uma oportunidade, diz ao mundo que tudo é possível”, afirmou o religioso em seu discurso. Ele ainda acrescentou: “A África produzirá cientistas, engenheiros, empresários cujos nomes serão, um dia, conhecidos em todos os cantos do mundo”.

O sacerdote é professor de ciências na Escola Secundária Keriko Mixed Day, localizada em uma zona rural do Quênia, e doa 80% de sua renda mensal para ajudar aos alunos mais pobres a comprar uniformes e materiais escolares.

Muitos desses estudantes percorrem mais de 6 quilômetros diariamente para chegar até a escola. Além disso, 95% dos alunos são provenientes de famílias pobres, quase um terço são órfãos ou têm apenas um dos pais e muitos não têm comida em casa.

As classes, que deveriam ter entre 35 e 40 alunos, chegam a ter o dobro de estudantes. Além disso, por lecionar em uma escola onde há apenas um computador e uma conexão precária de internet, o irmão Peter Tabichi é obrigado a ir até um café para baixar os materiais necessários para suas aulas.

Segundo dados oficiais, o trabalho do professor Tabichi fez, em três anos, a quantidade de matrículas dobrar e os casos de indisciplina caírem de 30 por semana para apenas três. Em 2017, apenas 16 dos 59 alunos ingressaram na faculdade, enquanto em 2018, 26 alunos foram para a universidade.

Na cerimônia de premiação, que foi apresentada pelo astro do cinema australiano Hugh Jackman e contou com a presença do primeiro-ministro dos Emirados Árabes, o religioso fez questão de usar o hábito da Ordem Franciscana. A veste tem o cordão de três nós, que simbolizam a pobreza, a castidade e a obediência.

Em 2018, um brasileiro ficou entre os 10 indicados ao prêmio de melhor professor do mundo.

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