Claudio de Castro
Os bandidos chegaram a
colocar a pistola na nunca do motorista, que começou a rezar…
Sexta-feira, três horas
da manhã. Sentiu em sua nunca o metal frio da boca da pistola. O ladrão estava
com o dedo no gatilho e a ponto de disparar. Sua morte era iminente.
Minutos antes, ele
tinha pegado o casal de namorados em uma rua escura. Teve dúvidas antes de
parar seu táxi, mas decidiu pegar os passageiros. Foi um grande erro. Poucos
minutos depois, o assaltaram.
– Passe tudo o que você
tem.
– Tive poucas corridas
– respondeu o motorista, e lhes entregou o dinheiro que tinha.
A mulher, indignada com
a pouca quantia, ficou brava e começou a gritar com o noivo:
– Mate-o. Dê logo um
tiro na cabeça dele.
O ladrão, então,
colocou a pistola na nuca do taxista e o obrigou a parar o táxi.
Muito assustado, o
taxista começou a rezar em voz alta:
“O Senhor é meu pastor,
nada me faltará.
Em verdes prados ele me
faz repousar.
Conduz-me junto às
águas refrescantes,
restaura as forças de
minha alma.
Pelos caminhos retos
ele me leva, por amor do seu nome. Ainda que eu atravesse o vale escuro,
nada temerei, pois
estais comigo.
Vosso bordão e vosso
báculo são o meu amparo.”
O motorista ainda
repetia:
– Perdoe-os, Senhor,
eles não sabem o que fazem.
Quanto mais a mulher
pedia para o homem matá-lo, o motorista rezava ainda mais alto. Tanto que,
inesperadamente, o ladrão baixou a arma e, consternadamente, a guardou.
– Deixe-nos aqui. Vamos
descer aqui, disse o ladrão, que acrescentou à mulher:
– Não podemos tocá-lo.
Ele é um homem de Deus.
O casal desceu
rapidamente do carro e o taxista seguiu sua corrida, agradecendo a Deus por
tanta bondade e por ter salvado sua vida.
Essa história me fez
lembrar das palavras de Isaías:
“Nada temas, porque
estou contigo, não lances olhares desesperados, pois eu sou teu Deus; eu te
fortaleço e venho em teu socorro, eu te amparo com minha destra vitoriosa. Vão
ficar envergonhados e confusos todos aqueles que se revoltaram contra ti; serão
aniquilados e destruídos aqueles que te contradizem” (Isaías 41, 10).
Nós nunca estamos
sozinhos, embora às vezes nos sintamos sós. E não há motivos para temer,
sabendo que Deus nos acompanha e cuida de nós.
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