Por: Philip Kosloski
O Papa Francisco é um
dos principais promotores dessa antiga devoção
Ao longo dos séculos,
consolidou-se entre os cristãos uma poderosa devoção às Cinco Chagas de Cristo,
que representam as Suas principais feridas durante a Paixão e Morte. Muitos
santos praticaram esta devoção, que é uma das favoritas do Papa Francisco.
A primeira carta de São
Pedro diz:
“Carregou os nossos
pecados em seu corpo sobre o madeiro para que, mortos aos nossos pecados,
vivamos para a justiça. Por fim, por suas chagas fomos curados” (1 Pedro 2,24).
Alicerçada nesta
passagem bíblica, a devoção às Chagas de Cristo tomou força especial nos
séculos XII e XIII, quando os cristãos começaram a redescobrir a Terra Santa e
a meditar com ainda mais vivacidade sobre a Paixão de Jesus.
Uma célebre homilia de
São Bernardo de Claraval, destacando as Chagas de Cristo, se tornou um dos
textos mais relevantes a respeito desta devoção. Em uma das passagens, ele
pergunta aos fiéis:
“Onde podem os fracos
encontrar firme segurança e paz a não ser nas chagas do Salvador?”
As Chagas de Cristo,
obviamente, eram numerosas, devido à brutal violência dos açoites, da coroação
de espinhos, dos golpes que os soldados Lhe deram, das feridas e quedas durante
a subida rumo ao Calvário e da própria crucificação e retirada da cruz, mas,
com o tempo, a devoção passou a representar a totalidade das feridas de Jesus
mediante as cinco principais: as das duas mãos, as dos dois pés e a do lado
perfurado. As Cinco Chagas de Cristo passaram a ser rememoradas na liturgia
durante a Vigília Pascal, quando o sacerdote colocava cinco grãos de incenso no
Círio Pascal. Mesmo o rosário dominicano tem traços desta devoção, com os cinco
pais-nossos intercalados entre as demais orações.
Santa Gertrudes foi
outra promotora da devoção às Cinco Chagas de Cristo. Após meditar sobre as
feridas que o Redentor sofreu por nós, ela teve uma visão do próprio Jesus, que
lhe dizia:
“Percebe com quanta
glória Eu te apareço agora. De igual maneira te aparecerei à hora de morreres;
cobrirei todas as manchas dos teus pecados e também as daqueles que saudarem as
minhas chagas com a mesma devoção”.
O Papa Francisco, no
ângelus de 18 de março deste ano, fez a seguinte reflexão:
“Não se esqueçam disto:
olhem para o crucifixo, mas para dentro dele. Existe a linda devoção de rezar
um pai-nosso para cada uma das cinco chagas: enquanto rezamos esse pai-nosso,
procuramos ir entrando pelas feridas de Jesus até bem profundamente no Seu
coração. E lá conheceremos a grande sabedoria do mistério de Cristo, a grande
sabedoria da cruz”.
Pela devoção às Cinco
Chagas de Cristo, reconhecemos a grande dor que Ele sofreu por cada um de nós e
invocamos a Sua misericórdia para lavar os nossos pecados.
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