A igreja Celebra o sinal do amor
"No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem e disse-lhe: ‘Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo.’ Não temas , Maria, conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus. Maria perguntou ao anjo: ‘Como se fará isso, pois não conheço homem?’ Respondeu-lhe o anjo:’ O Espírito Santo descerá sobre ti. Então disse Maria: ‘Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra’" (cf. Lc 1,26-38).
"No início da criação, o amor de Deus foi manchado e quebrado
pela desobediência e pela rebelião do primeiro homem, que assim perde os frutos
do amor; perde a compreensão de todas as coisas, ficando assim sujeito à
ignorância; perde a liberdade por causa das paixões, da dor e da morte; perde a
felicidade. Não pode mais permanecer no
lugar em que Deus o havia posto. Tem que sair. E aí, no limiar do paraíso
terrestre, permanece o anjo com a espada flamejante, símbolo do amor e da
justiça divina (cf. Gn 3,24).
Adão e Eva baixam a cabeça, sabem que mereceram
consequências do pecado que cometeram. Dão-se conta de tudo que perderam,
porque viveram em contato com o amor de Deus, em contato com o seu Espírito que
"pairava" no paraíso terrestre e era a alegria deles.
Contudo, antes que o homem e a mulher sejam expulsos, Deus,
que é amor sem limites, quer ainda expressar esse amor e promete: "Eu
porei inimizade entre você (a serpente) e a mulher, entre a sua descendência e
os descendentes dela. Estes vão lhe esmagar a cabeça e você ferirá o calcanhar
deles" (Gn 3,15).
Diante destas palavras de Deus, o primeiro homem e a
primeira mulher erguem a cabeça e, com uma nova esperança, começam a caminhada,
a caminhada da espera do Salvador.
A "visão daquela mulher" será a força da vida
deles. O sinal da "jovem que concebeu e dará a luz um filho, e o chamará
pelo nome de Emanuel" (Is 7,14) manterá viva a esperança no povo de
Israel.
Maria, jovem de Nazaré, não sabia que era justamente Ela
sobre a qual o Amor havia falado no paraíso terrestre, aquela que devia reatar
os anéis de um único amor, o Amor que premiaria os justos do passado e que triunfará
no final dos tempos.
Maria não sabe disso todavia, através das escrituras, sabe
que deve viver o amor e se dedica de todo o seu coração a isso, para que chegue
o dia esperado desde todos os séculos: "Alegre-se, cheia de graça! O
Senhor está com você!" (Lc 1,28).
Perturbada, Maria talvez intua. De fato, por qual motivo um
anjo apareceria a uma menina? E o anjo confirma: "Não tenha medo, Maria,
você será a mãe da Emanuel" (cf. Lc 1,30-31). Maria compreende, e sabe que
deve estar juntos para sofrer muito: a mãe sofreria a mesma dor do Filho.
Maria responde
Neste momento,
podemos vislumbrar todo o drama de uma tal decisão e todo o amor de Maria. Ela,
criatura humana, sabe que, aceitando, a sua vida mudará totalmente, mas se não
disser o seu sim o que acontecerá com todos os seus irmãos, do mundo inteiro? O
amor de Deus não poderá se manifestar, o Paraíso permanecerá fechado...
Maria não quer isso. Ela ama a humanidade. E então renuncia
à sua paz, à sua vontade, aos seus programas. Responde "Fiat" e se
torna Mãe de Deus, a fim de ser depois a mãe dos homens, presentes e futuros.
Para ser o sinal do Amor."
Texto: Padre Luigi Maria Faccenda
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