quarta-feira, 10 de junho de 2015

Nossa Senhora das Neves



Os séculos de vida da humanidade esconde muitas histórias importantes e muitas delas até bastante curiosas, mas que infelizmente, por uma infinidade de motivos, algumas não conseguiram guardar as suas origens, isto é, os testemunhos das ocorrências, os quais se perderam na imensidão dos fatos e dos acontecimentos quotidianos, embora os relatos das histórias, chegaram até a nossa época. Assim, destas histórias, somente permaneceram as notícias dos acontecimentos, que naturalmente foram transmitidos por narrativas pessoais ao longo dos séculos, sem qualquer meio de comprovação.


E por isso mesmo, são histórias que hoje se tornam difíceis de serem comprovadas, mas que na realidade, são absolutamente aceitas e acolhidas com o maior respeito e o melhor sentimento afetuoso por todos, principalmente se considerando que para DEUS nada é impossível. A magnânima Vontade Divina “providencia as coincidências e realiza os acontecimentos, segundo o Seu Poder e a Sua Santíssima e Incomensurável Vontade”.

É assim que existe uma lenda muito antiga sobre o nascimento do nome e da devoção a NOSSA SENHORA DAS NEVES, que muito embora, mesmo não se conseguindo apurar há séculos, a sua autenticidade histórica, é perfeitamente aceita e acolhida com simpatia, em todos os ambientes cristãos.

A lenda nasceu e criou raízes no pontificado do Papa Libério (352-366), e descreve que o senhor Giovanni, um fidalgo e fervoroso patrício romano junto com sua esposa, católicos conscientes e praticantes, já com a idade avançada e sem filhos, pensavam na possibilidade de doar a fortuna objetivando ajudar as obras da Igreja. Certo dia o casal sonhou que a VIRGEM MARIA com o MENINO JESUS ao colo lhes apareceu e pediu que eles construíssem uma Igreja dedicada a VIRGEM MARIA, no Monte Esquilino, e para facilitar, Ela marcaria o local de modo inconfundível, pois desejava ser venerada naquele lugar. Na noite do dia 4 para o dia 5 de Agosto do ano 352, em pleno verão italiano, nevou consideravelmente naquela região da cidade de Roma, ficando o local no Monte Esquilino, escolhido por NOSSA SENHORA, totalmente coberto de neve. Era o “sinal” prometido pela MÃE DE DEUS.


No dia seguinte, logo cedo, o casal se apressou em ir ao encontro do Papa para lhe comunicar o acontecimento. O Papa Libério ficou admirado, pois ele também havia tido aquele mesmo sonho, em que a VIRGEM MARIA manifestava o seu desejo, de que fosse construída uma Igreja no Monte Esquilino!

Por uma razão muito natural, o Papa quis conhecer o local escolhido por NOSSA SENHORA, e para lá se dirigiu, acompanhado de seu secretário pessoal.

A notícia se propagou rapidamente e quando Sua Santidade chegou ao lugar, já se encontrava diversas pessoas, que curiosas e cheias de admiração, contemplavam o local no Monte Esquilino, completamente coberto de neve.

Na Antiguidade, consta do registro histórico, que utilizavam as Colinas do Esquilino para depósito do lixo da cidade romana, e na sequência dos anos, o lugar foi transformado em cemitério de escravos. Porém na época do Império Romano, o cemitério que já havia sido desativado e destruído, investiram no local preparando-o convenientemente, o qual passou a ser uma opção muito procurada, ou seja, o lugar preferido para construções luxuosas. Os nobres romanos escolheram aquele local para a construção de suas ricas mansões, as quais denominavam de “vilas”. E por isso mesmo, o povo passou a não gostar daquele lugar.

Mas, a intervenção Divina mudou a história daquele detestável recanto, providenciando a caída de uma impressionante nevada em pleno verão italiano. O Papa Libério marcou a área riscando a neve com o seu báculo e agilizou iniciativas, contratando os técnicos e especialistas para elaborarem o projeto da obra e começar a construção do templo. Desse modo, com a ajuda financeira do fidalgo Giovanni, construiu uma bela Igreja que recebeu o nome de “Basílica Liberiana” ou “Basílica Liberii”, a qual, possuía uma magnífica imagem da VIRGEM MARIA no altar central. Com a conclusão da obra, a região foi renovada e ganhou vida, pois as pessoas passaram a frequentar com assiduidade o novo templo cristão, dedicando uma veneração especial a NOSSA SENHORA, MÃE DE DEUS.

Entretanto, o material empregado não resistiu a ação do tempo e a partir do ano 430, o estado da Basílica era tão deplorável, que necessitava de ser totalmente restaurada.


No ano 431, no encerramento do Concílio de Éfeso quando foi declarado o dogma de MARIA, MÃE DE DEUS, com a proclamação da "Maternidade Divina da VIRGEM MARIA", os cristãos do mundo inteiro exultaram com o acontecimento e todos, ficaram repletos de júbilo, realizando homenagens e festejos em face da auspiciosa decisão do Concílio, que aliás, já era almejada por toda cristandade. Então, o Papa Xisto III (432-440), também para comemorar essa verdade de fé quis construir uma grande Igreja, bem "maior" que as outras existentes em Roma. 


Decidiu que o local escolhido, seria o mesmo indicado pela MÃE DE DEUS ao Papa Libério. Por isso, a velha Igreja, que necessitava de uma grande reforma, deu lugar a um grande monumento, a uma notável Basílica, que passou a ser conhecida pelo nome “Basílica de Santa Maria” ou simplesmente “Mariae Majoris”. A denominação que acrescentou "Sanctae Mariae Dedicatio ad Nives" (ou seja, das NEVES), teve origem alguns anos mais tarde, porque o povo acostumou a denominar carinhosamente a bela imagem da VIRGEM MARIA, que existe no templo, de “das Neves”, fazendo nascer a Devoção a NOSSA SENHORA DAS NEVES.

E como sempre, a VIRGEM MARIA agradeceu repleta de alegria pelo carinho e a devoção do povo, derramando muitas e preciosas bênçãos, alcançando de DEUS uma quantidade impressionante de graças em benefício de todos, especialmente para aqueles que buscavam e suplicavam fervorosamente a sua tão preciosa e eficaz intercessão.

Então, adquiriu-se o hábito de realizar procissões mensalmente, proporcionando a imagem da VIRGEM MARIA percorrer todas as ruas do bairro, passando diante das residências de todos os fieis, convidando-os ao amor a DEUS, derramando de seu olhar compassivo uma luz de esperança a todos os corações, principalmente aqueles que sofriam dificuldades e que atravessavam uma penosa e árida estrada no caminho existencial.

O movimento cristão era intenso, todos queriam rezar diante da imagem de NOSSA SENHORA DAS NEVES. E assim, o templo começou a ficar pequeno para atender a todos os fieis.
Na sequência dos anos, a Basílica foi sendo aumentada e provida de uma quantidade admirável de ornamentos, imagens, pisos de granito e mármore, que a embelezaram de modo marcante e universal, sendo hoje uma das mais belas e preciosas Basílicas Marianas em todo o mundo, passando o novo templo a ser denominado de BASÍLICA DE SANTA MARIA MAGGIORE (Santa Maria, a Maior), referindo-se a grandeza das virtudes e o imenso poder de intercessão da VIRGEM MARIA junto a DEUS.


Assim, o titulo de NOSSA SENHORA DAS NEVES, ou A VIRGEM BRANCA, ou SANTA MARIA A MAIOR, está ligado diretamente a BASILICA DE SANTA MARIA MAGGIORE, em Roma, onde a MÃE DE DEUS é fervorosamente venerada nos seus diversos títulos, e primordialmente, de NOSSA SENHORA DAS NEVES ou de SANTA MARIA, A MAIOR.

NOSSA SENHORA DAS NEVES

Ó MARIA SANTÍSSIMA, MÃE DE DEUS e nossa Mãe, por aquela sublime lição que nos destes, conservando a Vossa Alma mais cândida que a mais pura neve, desde o feliz momento de Vossa Conceição Imaculada, querendo edificar em nosso coração um templo místico consagrado ao Vosso tão querido culto, Vos pedimos, ó grande VIRGEM MARIA, que nos conceda de DEUS, a graça sublime de bem cuidar de nossa perfeição interior e principalmente de conservar ilibada a santa virtude da pureza.

Ó excelsa VIRGEM DAS NEVES, protegei o Brasil, que é Vosso desde o dia abençoado do descobrimento, durante a colonização, no império e na república, e vosso será em todos os tempos, porque assim desejam os vossos filhos que Vos ama com ternura e afeição, e desejam viver à sombra augusta da Cruz, sob a Vossa maternal e acolhedora proteção. Assim seja.
Abençoe-nos o DEUS Todo Poderoso, o PAI, o FILHO e o ESPÍRITO SANTO. Amém

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