Os séculos de vida da humanidade esconde muitas histórias
importantes e muitas delas até bastante curiosas, mas que infelizmente, por uma
infinidade de motivos, algumas não conseguiram guardar as suas origens, isto é,
os testemunhos das ocorrências, os quais se perderam na imensidão dos fatos e
dos acontecimentos quotidianos, embora os relatos das histórias, chegaram até a
nossa época. Assim, destas histórias, somente permaneceram as notícias dos
acontecimentos, que naturalmente foram transmitidos por narrativas pessoais ao
longo dos séculos, sem qualquer meio de comprovação.
E por isso mesmo, são histórias que hoje se tornam difíceis
de serem comprovadas, mas que na realidade, são absolutamente aceitas e
acolhidas com o maior respeito e o melhor sentimento afetuoso por todos,
principalmente se considerando que para DEUS nada é impossível. A magnânima
Vontade Divina “providencia as coincidências e realiza os acontecimentos,
segundo o Seu Poder e a Sua Santíssima e Incomensurável Vontade”.
É assim que existe uma lenda muito antiga sobre o nascimento
do nome e da devoção a NOSSA SENHORA DAS NEVES, que muito embora, mesmo não se
conseguindo apurar há séculos, a sua autenticidade histórica, é perfeitamente
aceita e acolhida com simpatia, em todos os ambientes cristãos.
A lenda nasceu e criou raízes no pontificado do Papa Libério
(352-366), e descreve que o senhor Giovanni, um fidalgo e fervoroso patrício
romano junto com sua esposa, católicos conscientes e praticantes, já com a
idade avançada e sem filhos, pensavam na possibilidade de doar a fortuna
objetivando ajudar as obras da Igreja. Certo dia o casal sonhou que a VIRGEM
MARIA com o MENINO JESUS ao colo lhes apareceu e pediu que eles construíssem
uma Igreja dedicada a VIRGEM MARIA, no Monte Esquilino, e para facilitar, Ela
marcaria o local de modo inconfundível, pois desejava ser venerada naquele
lugar. Na noite do dia 4 para o dia 5 de Agosto do ano 352, em pleno verão
italiano, nevou consideravelmente naquela região da cidade de Roma, ficando o
local no Monte Esquilino, escolhido por NOSSA SENHORA, totalmente coberto de
neve. Era o “sinal” prometido pela MÃE DE DEUS.
No dia seguinte, logo cedo, o casal se apressou em ir ao
encontro do Papa para lhe comunicar o acontecimento. O Papa Libério ficou
admirado, pois ele também havia tido aquele mesmo sonho, em que a VIRGEM MARIA
manifestava o seu desejo, de que fosse construída uma Igreja no Monte
Esquilino!
Por uma razão muito natural, o Papa quis conhecer o local
escolhido por NOSSA SENHORA, e para lá se dirigiu, acompanhado de seu
secretário pessoal.
A notícia se propagou rapidamente e quando Sua Santidade
chegou ao lugar, já se encontrava diversas pessoas, que curiosas e cheias de
admiração, contemplavam o local no Monte Esquilino, completamente coberto de
neve.
Na Antiguidade, consta do registro histórico, que utilizavam
as Colinas do Esquilino para depósito do lixo da cidade romana, e na sequência
dos anos, o lugar foi transformado em cemitério de escravos. Porém na época do
Império Romano, o cemitério que já havia sido desativado e destruído,
investiram no local preparando-o convenientemente, o qual passou a ser uma
opção muito procurada, ou seja, o lugar preferido para construções luxuosas. Os
nobres romanos escolheram aquele local para a construção de suas ricas mansões,
as quais denominavam de “vilas”. E por isso mesmo, o povo passou a não gostar
daquele lugar.
Mas, a intervenção Divina mudou a história daquele
detestável recanto, providenciando a caída de uma impressionante nevada em
pleno verão italiano. O Papa Libério marcou a área riscando a neve com o seu
báculo e agilizou iniciativas, contratando os técnicos e especialistas para
elaborarem o projeto da obra e começar a construção do templo. Desse modo, com
a ajuda financeira do fidalgo Giovanni, construiu uma bela Igreja que recebeu o
nome de “Basílica Liberiana” ou “Basílica Liberii”, a qual, possuía uma magnífica
imagem da VIRGEM MARIA no altar central. Com a conclusão da obra, a região foi
renovada e ganhou vida, pois as pessoas passaram a frequentar com assiduidade o
novo templo cristão, dedicando uma veneração especial a NOSSA SENHORA, MÃE DE
DEUS.
Entretanto, o material empregado não resistiu a ação do
tempo e a partir do ano 430, o estado da Basílica era tão deplorável, que
necessitava de ser totalmente restaurada.
No ano 431, no encerramento do Concílio de Éfeso quando foi
declarado o dogma de MARIA, MÃE DE DEUS, com a proclamação da "Maternidade
Divina da VIRGEM MARIA", os cristãos do mundo inteiro exultaram com o
acontecimento e todos, ficaram repletos de júbilo, realizando homenagens e
festejos em face da auspiciosa decisão do Concílio, que aliás, já era almejada
por toda cristandade. Então, o Papa Xisto III (432-440), também para comemorar
essa verdade de fé quis construir uma grande Igreja, bem "maior" que
as outras existentes em Roma.
Decidiu que o local escolhido, seria o mesmo
indicado pela MÃE DE DEUS ao Papa Libério. Por isso, a velha Igreja, que
necessitava de uma grande reforma, deu lugar a um grande monumento, a uma
notável Basílica, que passou a ser conhecida pelo nome “Basílica de Santa
Maria” ou simplesmente “Mariae Majoris”. A denominação que acrescentou
"Sanctae Mariae Dedicatio ad Nives" (ou seja, das NEVES), teve origem
alguns anos mais tarde, porque o povo acostumou a denominar carinhosamente a
bela imagem da VIRGEM MARIA, que existe no templo, de “das Neves”, fazendo nascer
a Devoção a NOSSA SENHORA DAS NEVES.
E como sempre, a VIRGEM MARIA agradeceu repleta de alegria
pelo carinho e a devoção do povo, derramando muitas e preciosas bênçãos,
alcançando de DEUS uma quantidade impressionante de graças em benefício de
todos, especialmente para aqueles que buscavam e suplicavam fervorosamente a
sua tão preciosa e eficaz intercessão.
Então, adquiriu-se o hábito de realizar procissões
mensalmente, proporcionando a imagem da VIRGEM MARIA percorrer todas as ruas do
bairro, passando diante das residências de todos os fieis, convidando-os ao
amor a DEUS, derramando de seu olhar compassivo uma luz de esperança a todos os
corações, principalmente aqueles que sofriam dificuldades e que atravessavam
uma penosa e árida estrada no caminho existencial.
O movimento cristão era intenso, todos queriam rezar diante
da imagem de NOSSA SENHORA DAS NEVES. E assim, o templo começou a ficar pequeno
para atender a todos os fieis.
Na sequência dos anos, a Basílica foi sendo aumentada e
provida de uma quantidade admirável de ornamentos, imagens, pisos de granito e
mármore, que a embelezaram de modo marcante e universal, sendo hoje uma das
mais belas e preciosas Basílicas Marianas em todo o mundo, passando o novo
templo a ser denominado de BASÍLICA DE SANTA MARIA MAGGIORE (Santa Maria, a
Maior), referindo-se a grandeza das virtudes e o imenso poder de intercessão da
VIRGEM MARIA junto a DEUS.
Assim, o titulo de NOSSA SENHORA DAS NEVES, ou A VIRGEM
BRANCA, ou SANTA MARIA A MAIOR, está ligado diretamente a BASILICA DE SANTA
MARIA MAGGIORE, em Roma, onde a MÃE DE DEUS é fervorosamente venerada nos seus
diversos títulos, e primordialmente, de NOSSA SENHORA DAS NEVES ou de SANTA
MARIA, A MAIOR.
NOSSA SENHORA DAS NEVES
Ó MARIA SANTÍSSIMA, MÃE DE DEUS e nossa Mãe, por aquela
sublime lição que nos destes, conservando a Vossa Alma mais cândida que a mais
pura neve, desde o feliz momento de Vossa Conceição Imaculada, querendo
edificar em nosso coração um templo místico consagrado ao Vosso tão querido
culto, Vos pedimos, ó grande VIRGEM MARIA, que nos conceda de DEUS, a graça
sublime de bem cuidar de nossa perfeição interior e principalmente de conservar
ilibada a santa virtude da pureza.
Ó excelsa VIRGEM DAS NEVES, protegei o Brasil, que é Vosso
desde o dia abençoado do descobrimento, durante a colonização, no império e na
república, e vosso será em todos os tempos, porque assim desejam os vossos
filhos que Vos ama com ternura e afeição, e desejam viver à sombra augusta da Cruz,
sob a Vossa maternal e acolhedora proteção. Assim seja.
Abençoe-nos o DEUS Todo Poderoso, o PAI, o FILHO e o
ESPÍRITO SANTO. Amém
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