Por: Paola Belletti /
Redação da Aleteia
Uma história que seria
inacreditável se não tivesse sido documentada está acontecendo na China e
comovendo o mundo inteiro
Mais uma história
surpreendente tem girado o mundo via internet e tocado em corações de todo o
planeta: a de uma filha que cuida do pai paralisado por um acidente. Detalhe: a
filha tem 6 anos de idade.
O homem se chama Tian
Haicheng, tem 40 anos e mora na província de Ningxia com a pequena-grande Jia
Jia. A menina de 6 anos cuida do pai desde que tinha 4!
Tudo começou quando a
mulher de Tian foi embora e levou consigo o filhinho maior, o irmão muito amado
por Jia Jia e de quem a pequena sente tanta falta. Da mãe, no entanto, a menina
diz que não sente falta alguma. O motivo é logo explicado pela própria Jia Jia:
“A mamãe não se importa
mais com o papai”.
De fato, apenas dois
meses depois que o marido sofreu um grave acidente de carro e ficou paralisado
do peito para baixo, a mulher pegou a mala e o filho mais velho e partiu. Disse
que ia passar um tempo na casa da própria mãe, mas, de acordo com o marido,
desapareceu e nunca mais deu notícias.
Desde então, a jornada
de Jia Jia começa às 6 da manhã com os exercícios que ela ajuda o pai a fazer,
além das massagens, do banho e de quase todas as suas demais necessidades de
enfermo. Em seguida, ela corre para a escola. Na volta, ajuda o pai a jantar e
a fazer mais alguns exercícios. Os avós, durante o dia, tomam conta do homem,
aliviando um pouco a vida de uma criança que foi obrigada a se tornar adulta
aos 4 anos de idade.
Ao jornal Yangtzi
Evening News, Jia Jia declarou:
“Eu nunca me canso de
cuidar do meu papai”.
Ela aprendeu a
barbeá-lo sem o machucar – e está orgulhosa disso, conforme contou à edição
britânica do jornal Metro:
“No começo eu não sabia
fazer a barba do papai e o machucava, mas agora fiquei boa nessa tarefa”.
A China milenar e
moderna, tão monitorada ontem e hoje por um Estado centralizador e controlador,
parece sempre distante, geográfica e culturalmente, de nós e do nosso modo de
pensar. Mesmo lá, porém, é a família, em última instância, a única a quem se
pode recorrer; ainda que seja só uma parte da família, a parte que restou
depois que a outra ruiu; a parte fiel, personificada nos avós e na filhinha de
6 anos de idade; a família fiel que nenhum Estado jamais poderá substituir,
seja livre ou totalitário, seja qual for o seu discurso, ideologia ou máscara
de welfare.
E, tanto lá quanto
aqui, os grandes espíritos podem viver em poucos centímetros de altura,
tornando gigante uma criança de 6 anos, enquanto adultos se tornam minúsculos
perante as adversidades transformadas em desculpas covardes para fugir. No fim
das contas, somos todos humanos seja qual for o canto do mundo – e a liberdade
de escolher o tipo de humanos que somos está sempre e exclusivamente em nossas
mãos.
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