domingo, 4 de novembro de 2018

Ela tem 6 anos, foi abandonada pela mãe e cuida todos os dias do pai inválido


Por: Paola Belletti / Redação da Aleteia

JIA JIA

Uma história que seria inacreditável se não tivesse sido documentada está acontecendo na China e comovendo o mundo inteiro

Mais uma história surpreendente tem girado o mundo via internet e tocado em corações de todo o planeta: a de uma filha que cuida do pai paralisado por um acidente. Detalhe: a filha tem 6 anos de idade.

O homem se chama Tian Haicheng, tem 40 anos e mora na província de Ningxia com a pequena-grande Jia Jia. A menina de 6 anos cuida do pai desde que tinha 4!

Tudo começou quando a mulher de Tian foi embora e levou consigo o filhinho maior, o irmão muito amado por Jia Jia e de quem a pequena sente tanta falta. Da mãe, no entanto, a menina diz que não sente falta alguma. O motivo é logo explicado pela própria Jia Jia:

“A mamãe não se importa mais com o papai”.

De fato, apenas dois meses depois que o marido sofreu um grave acidente de carro e ficou paralisado do peito para baixo, a mulher pegou a mala e o filho mais velho e partiu. Disse que ia passar um tempo na casa da própria mãe, mas, de acordo com o marido, desapareceu e nunca mais deu notícias.

Desde então, a jornada de Jia Jia começa às 6 da manhã com os exercícios que ela ajuda o pai a fazer, além das massagens, do banho e de quase todas as suas demais necessidades de enfermo. Em seguida, ela corre para a escola. Na volta, ajuda o pai a jantar e a fazer mais alguns exercícios. Os avós, durante o dia, tomam conta do homem, aliviando um pouco a vida de uma criança que foi obrigada a se tornar adulta aos 4 anos de idade.

Ao jornal Yangtzi Evening News, Jia Jia declarou:

“Eu nunca me canso de cuidar do meu papai”.

Ela aprendeu a barbeá-lo sem o machucar – e está orgulhosa disso, conforme contou à edição britânica do jornal Metro:

“No começo eu não sabia fazer a barba do papai e o machucava, mas agora fiquei boa nessa tarefa”.

A China milenar e moderna, tão monitorada ontem e hoje por um Estado centralizador e controlador, parece sempre distante, geográfica e culturalmente, de nós e do nosso modo de pensar. Mesmo lá, porém, é a família, em última instância, a única a quem se pode recorrer; ainda que seja só uma parte da família, a parte que restou depois que a outra ruiu; a parte fiel, personificada nos avós e na filhinha de 6 anos de idade; a família fiel que nenhum Estado jamais poderá substituir, seja livre ou totalitário, seja qual for o seu discurso, ideologia ou máscara de welfare.

E, tanto lá quanto aqui, os grandes espíritos podem viver em poucos centímetros de altura, tornando gigante uma criança de 6 anos, enquanto adultos se tornam minúsculos perante as adversidades transformadas em desculpas covardes para fugir. No fim das contas, somos todos humanos seja qual for o canto do mundo – e a liberdade de escolher o tipo de humanos que somos está sempre e exclusivamente em nossas mãos.



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