A prática de exercícios
físicos e a manutenção de uma dieta saudável - feita com acompanhamento médico
- levam a um estilo de vida saudável, diminuindo inúmeros riscos de saúde,
incluindo câncer.
Para perder peso, a
recomendação é manter uma alimentação balanceada e praticar exercícios físicos
diariamente, seja uma corrida no parque ou ir à academia. No entanto, para
algumas pessoas, se exercitar traz efeitos opostos, ou seja, eles ganham peso
ao invés de perder. E por que isso acontece? A ciência ainda está tentando
desvendar todos os mecanismos envolvidos neste fenômeno, mas há explicações que
podem indicar como e por que esse processo acontece.
Por exemplo, diversos
estudos indicam que pessoas magras acostumadas a fazer exercícios aeróbicos
tendem a comer a quantidade certa para compensar as calorias extras que
queimam. Já indivíduos acima do peso estão mais propensos a comer demais.
Segundo especialistas, isso acontece porque os processos fisiológicos mudam nas
pessoas que se exercitam mais, como hormônios intestinais sendo liberados em
diferentes concentrações durante a ingestão de alimentos, o que poderia ser um
alarme para avisar sobre a real quantidade de comida necessária para fazer essa
compensação. Ainda assim, essa é apenas uma das hipóteses.
Os pesquisadores ainda
acreditam que outros fatores podem influenciar essa balança metabólica, como
características genéticas. A psicologia das pessoas também pode ter papel
importante nesses resultados já que algumas pessoas tendem a usar a comida como
recompensa, ou seja, elas podem se exercitar bastante, mas acabam se “premiando”
com comida por terem feito isso. Outra possível explicação é que os sinais de
apetite de pessoas que perdem ou ganham peso é diferente em relação a quem
mantêm o peso estável. E é claro, o tempo de atividade gasto durante o dia –
seja para se exercitar ou realizar tarefas que gastam energia – também podem
interferir nesses aspectos.
O apetite
Primeiro é preciso
entender que o corpo humano não é capaz de detectar imediatamente as mudanças
no gasto de energia para nos proporcionar a quantidade de apetite necessária
para equilibrar essa equação. Por isso, sentimos fome várias vezes por dia,
independente de termos ficado na cama o dia inteiro ou termos realizado uma
faxina completa na casa. Outro problema é que nossos corpos liberam sinais
biológicos muito mais fortes sobre o nosso apetite quando não comemos o
suficiente do que quando comemos demais.
Por quê? Bem, tudo é
uma questão de evolução. Lá começo da vida humana, não havia tanta comida
disponível, então nossos ancestrais precisavam comer o máximo possível quando
havia alimento, assim o corpo ficaria abastecido para enfrentar os dias de fome
que viriam. Ainda que essa não seja mais a realidade para grande parte das
pessoas, aparentemente, esse mecanismo ainda está presente no organismo humano.
Metabolismo
Agora vem as diferenças
no apetite entre pessoas magras e acima do peso. Estudo de 2013 descobriu que
as pessoas com sobrepeso sentem mais fome e consomem mais calorias do que as
pessoas mais magras. Até aqui parece que não tem grandes novidades já que isso
parece bem óbvio. Mas os pesquisadores ingleses também revelaram o motivo desse
comportamento: tudo passa pelo metabolismo.
De acordo com os
resultados, pessoas com excesso de peso têm taxa metabólica de repouso mais
alta. Essa taxa, também chamada de metabolismo basal, está relacionada a queima
de energia durante períodos de repouso, podendo ser de até 70% da queima de
caloria diária. Por causa disso, a equipe propôs que essa taxa pudesse
influenciar no tamanho das refeições das pessoas. Eles ainda indicaram que a
composição corporal do indivíduo – especificamente sua quantidade de massa
muscular – pode controlar essa taxa metabólica.
Essa correlação gerou a
seguinte justificativa: a taxa metabólica estaria apenas atuando como intermediária,
direcionando as informações sobre a composição corporal para o hipotálamo –
parte do cérebro envolvida em processos metabólicos, incluindo a fome. Isso
significa que o apetite seria determinado pelo tamanho do indivíduo. Mas ainda
há muito a ser descoberto antes de considerar essa explicação como definitiva.
Tamanho importa
Outro estudo, publicado
em janeiro no International Journal of Obesity, revelou que a quantidade de
movimento realizado pelas pessoas influencia no quanto elas comem assim como as
taxas metabólicas de repouso. Essa movimentação não estava relacionada a
prática de exercícios físicos, mas a realização de tarefas diárias. Os
pesquisadores notaram neste cenário que as pessoas com sobrepeso também tendiam
a comer mais.
Portanto, parece que o
tamanho do indivíduo pode influenciar nos resultados do ganho ou perda de peso.
No entanto, pesquisadores concordam que há mais perguntas do que resposta no
momento. O importante é que a prática de exercícios físicos e a manutenção de
uma dieta saudável – feita com acompanhamento médico – levam a um estilo de
vida saudável, diminuindo inúmeros riscos de saúde, incluindo câncer. Então,
movimente-se. E coma adequadamente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário