Redação da Aleteia
“No começo, ela não
entendia por que o irmãozinho que era tão travesso e brincalhão agora dormia o
tempo todo, não podia andar sozinho ou estava quase sempre faltando à escola. O
mundo deles desmoronou”.
Crianças com câncer são
uma realidade chocante, dolorosa e dilacerante. A mãe de família Kaitlin Burge,
do Texas, compartilhou sem filtros a sua perspectiva pungente da doença e do
impacto sobre a família, mediante fotografias pungentes do filho Beckett, de 4
anos.
As imagens têm
provocado uma onda de comoção e de solidariedade, em especial entre outros pais
de crianças doentes. “O câncer de uma criança é um desafio para toda a
família“, confessa a mãe.
São fotos que
preferiríamos não ver. No entanto, elas são paradoxalmente necessárias para
conscientizar sobre o quanto a vida de uma família pode ser impactada pela
doença de uma criança. Kaitlin Burge tirou essas fotos em janeiro, mas elas
ainda representam um “dia comum” na vida do filho, diagnosticado com leucemia
linfoblástica aguda há mais de um ano. O pequeno Beckett toma toda noite uma
pílula quimioterapêutica e faz visitas mensais à clínica onde recebe as suas
sessões de quimioterapia. O tratamento provoca vômitos que determinam o ritmo
do dia-a-dia. Um cotidiano pesado de carregar para a criança, mas também para
seus irmãos e para toda a família.
“Ficar do lado do seu
irmãozinho, segurá-lo pela mão e afagar as suas costas. Passar de treze quilos
para nove. Isso é o câncer infantil“, comenta a mãe no Facebook, em uma das
fotos. Nela vemos Beckett acompanhado pela irmãzinha enquanto passa por mais um
dos seus momentos de tanto desconforto.
Em reportagem veiculada
pela CNN, Kaitlin declarou:
“A nossa família está
dividida. Minha bebê de 23 meses teve que ir para casa da vovó. Estamos todos
muito cansados. Perdemos muitos amigos e outros relacionamentos estão sendo
postos à prova. Não conseguimos mais viver como antes”.
Para a mãe, focar na saúde
de Beckett implica ter menos tempo para as duas filhas, Aubrey, de 5 anos, e a
bebê de 23 meses.
“Nós temos que vencer a
luta contra o câncer, mas não podemos esquecer os outros filhos. Porque eles
acabam sendo frequentemente esquecidos. Só que eles mesmos fazem muitos
sacrifícios que as pessoas ao redor deles nem percebem”.
Sacrifícios como os de
Aubrey, a irmãzinha que ficou com a mãe e com o irmão, tanto no hospital quanto
em casa.
“No começo, ela não
entendia por que o irmãozinho que era tão travesso e brincalhão agora dormia o
tempo todo, não podia andar sozinho ou estava quase sempre faltando à escola. O
mundo deles desmoronou”.
Beckett continuará em
tratamento em agosto de 2021. É toda uma eternidade para a família.
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