O
que leva uma pessoa no pequeno dia a dia das grandes e pequenas cidades, erguer
muros e grades a sua volta, pensando que assim está se protegendo do seu
próprio mal, se isolando do seu contexto social. O que se passa na cabeça dessa
pessoa? Será que é a violência dos grandes centros urbanos, ou será que é todo
um contexto desse mundo capitalista, onde tudo se pode.
Mas não estou aqui falando
só de um fator, quero fazer uma retrospectiva de todo esse isolamento social,
que se divide entre outras partículas que sempre gera o mesmo tema. Isolamento
social não é algo que surgiu hoje, se observarmos o contexto Histórico, o
isolamento social é uma herança das sociedades antepassadas. Na idade media por
exemplo: diversos membros da Igreja procuravam a elevação de sua condição espiritual
buscando uma vida reclusa no interior dos mosteiros. Já na Grécia Antiga, os
instrumentos da democracia ateniense poderiam condenar um cidadão ao
ostracismo, espécie de degredo onde as pessoas que ameaçavam a ordem política
ficavam exiladas por dez anos.
Também podemos vê que Durante o processo de
colonização da África do Sul, por exemplo, as autoridades inglesas adotaram uma
política de isolamento socialmente conhecida pelo nome de “apartheid”. O
apartheid previa uma série de leis que visavam impedir que os indivíduos
considerados negros tivessem algum tipo de contato com qualquer pessoa de
descendência européia.
Analisando os vários fatores explicativos e as
implicações dos diferentes processos de isolamento social podem ter
características completamente diversas. No entanto, não deixa de ser intrigante
perceber esse tipo de situação ocorrendo no mundo atual em que vivemos em um
“mundo globalizado” marcado pelos ditames da chamada “era da informação”. Dessa
forma, podemos buscar uma outra visão sobre o tempo em que vivemos.
Voltando ao
ponto que comecei este texto, onde uma pessoa ergue muros e grades para se
proteger do seu próprio mal que leva a pessoa, se isolar de tudo e de todos. Atualmente,
a questão do isolamento social pode ser percebida nos projetos de ocupação e
desenvolvimento dos espaços urbanos de diversas cidades.
A população menos
favorecida é forçada, principalmente mediante os fenômenos de especulação
imobiliária, a morar em regiões onde o acesso e a infraestrutura são bastante precários.
Em contrapartida, regiões nobres da cidade são dotadas de toda uma gama de
facilidades e benefícios provenientes da própria administração pública.
Já no
individualismo, o fenômeno do isolamento pode acontecer por razões de ordem
estrutural e psicológica. A falta de tempo e a expansão dos meios de
comunicação são elementos que impelem o homem a restringir significativamente o
contato direto com outras pessoas. Em outros casos, traumas pessoais e/ou a
imposição de rígidos padrões de comportamento fazem com que muitos se isolem
por conta da frustrante sensação de não se conformarem aos paradigmas da
sociedade a qual pertencem. As manifestações de isolamento social podem ter
consequências nos mais diferenciados âmbitos.
A exclusão individual pode fazer
com que alguém se sinta acuado a ponto de atentar contra a própria vida ou
realizar manifestações de violência gratuita com outras pessoas.
Como já vimos
estampadas nas paginas de jornais ou presenciamos fenômenos desse tipo. Se você
que está lendo este texto, vive num desse parâmetros, fora ou dentro de um tipo
de isolamento social. Só posso te dizer que você não está vivendo. É apenas um
fantoche do seu próprio mundo, ou uma virgula que muda a cada contexto de uma
sociedade louca.
Nenhum comentário:
Postar um comentário