quarta-feira, 17 de maio de 2017

Maria, a serva do Senhor


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A Mãe de Jesus, invocada com os mais variados títulos em todo o mundo, é lembrada, especialmente no mês de maio, como a Senhora de Fátima.

Neste Ano Mariano, além dos 300 anos de Aparecida, também celebramos o primeiro centenário das aparições de Nossa Senhora em Fátima, Portugal. Aí, manifestando-se a três crianças pobres, Lúcia, Francisco e Jacinta, que cuidavam de um pequeno rebanho de ovelhas, a Mãe de Jesus, com muita simplicidade, fazia-lhes constantes e maternais apelos à conversão, à penitência e à oração perseverante pela conversão dos pecadores, especialmente a oração do santo Rosário. Eis aí, o núcleo da mensagem de Fátima que nada mais é do que o centro do Evangelho de Nosso Senhor: conversão, penitência, oração e missão.

Maria é um autêntico modelo para quem busca ardentemente se identificar com Jesus e viver os valores do Evangelho. Ela não só escutou atenta e calorosamente a Palavra de Deus e a pôs em prática, como também concebeu em seu ventre virginal o Verbo de Deus que se fez homem e se tornou o nosso eterno Redentor. A Palavra do Senhor encontrou acolhida no coração de Maria e em seu ventre puríssimo se encarnou e veio fazer morada entre nós. Assim se expressou o Papa Leão XIII em 1897: “Deus a escolheu desde a eternidade para vir a ser Mãe do Verbo, que se encarnaria; e, por este motivo, entre todas as criaturas mais belas na ordem da natureza, da graça e da glória, o Senhor a distinguiu com privilégios tais, que a Igreja com razão aplica a ela aquelas palavras das Santas Escrituras: “Saí da boca do Altíssimo, primogênita antes de toda criatura” (Eclo 24, 5).

Nos Evangelhos percebe-se com nitidez como Maria foi importante a Deus Pai e à Trindade Santíssima, primeiramente, e, em seguida, foi igualmente importante para Jesus e à sua Igreja. Sim, a Igreja também, de certa forma, foi gerada no ventre puríssimo de Nossa Senhora. Por fim, Maria é admiravelmente muito significativa para todos nós que seguimos Jesus como seus discípulos missionários. Assim como apresentou Jesus no templo, ela também, hoje, apresenta-nos a Jesus no santuário celeste para que sejamos nós também agraciados com sua bondade e misericórdia, com sua paz e salvação. Assim como acompanhou seu filho em sua missão até à cruz no calvário, assim também acompanha a Igreja desde Pentecostes até os dias de hoje, onde vivemos uma realidade marcada por tantos sofrimentos físicos, espirituais e morais. Diante disso, os apelos da Senhora de Fátima são sempre atuais: conversão, penitência, oração perseverante e missão. Quem acolhe estes apelos marianos, jamais vai se excluir de um sério e responsável engajamento na ação evangelizadora da Igreja.

Celebrando com sinceridade este Ano Mariano, continuemos firmes em nosso caminho, sempre mais revigorados em nossa ação missionária, para que a força do Evangelho transforme, desde as bases, as estruturas da sociedade para que todos nós, à semelhança da “serva do Senhor” sejamos verdadeiros servidores de Deus e do seu povo, especialmente cuidando dos mais desprovidos. Assim, “pela graça do Espírito Santo, à semelhança de Maria, conservemos a integridade de nossa fé, uma sólida esperança e sincera caridade” (Cf. LG 64), onde nossa vida, sempre mais perfeitamente, possa se transformar em serviço. Como nos ensina o papa Francisco, olhemos para Maria e “voltemos a acreditar na força revolucionária da ternura e do afeto”.


Por Dom Celso Antônio Marchiori – Bispo de Apucarana

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