Por: Silvia Lucchetti /
Redação da Aleteia
Os pais recusaram o
aborto, apesar da opinião dos médicos. Um ano depois, a bebê está bem e
finalmente voltou para casa
“Ela não tem chances“.
Esta foi a frase que Dean Wilkins, de 44 anos, e Naomi Findlay, de 32, ouviram
ecoar na sua cabeça desde aquele ultrassom em que os médicos diagnosticaram que
a sua bebê nasceria com uma condição rara: a ectopia cordis, ou seja, a ausência
da caixa torácica e, por consequência, a presença do coração do lado de fora do
corpo.
A coragem dos pais e o
não ao aborto
Apesar da firme decisão
dos pais de não abortar, hipótese repetidamente proposta pelos médicos, sabe
Deus quantas outras vezes eles ainda teriam que ouvir aquelas palavras
malditas, duras como pedra: “Ela não tem chances“.
Em 22 de novembro de
2017, porém, a pequena Vanellope Hope nasceu, e, como acontece com toda mãe e
com todo pai, o coração do casal explodiu de alegria e daquele misto
indescritível de medo e esperança, de paz e de alerta.
Hope, aliás, significa
Esperança, em inglês. Não é à toa.
Uma intervenção
complexa
Como pode um corpo
assim tão frágil sobreviver? A pergunta vem dos médicos, dos parentes, dos
amigos. Mas a menininha se agarra à vida, combativa e corajosa como os pais, e,
ridicularizando a própria sentença de morte e as tais das estatísticas,
enfrenta uma delicada e complexa operação, apenas uma hora depois de ter
chegado à luz deste mundo.
“Ela não tem chances“,
diziam. Mas, mesmo “sem chances“, Vanellope sobreviveu. Pouquíssimos bebês no
mundo, verdade seja dita, sobreviveram nessas mesmas condições. As chances
existiam, sim. E, talvez, muitas vezes, só seja preciso dar uma chance às
mínimas chances.
O coração de volta ao
corpo
Durante a cirurgia, o
coração foi recolocado no corpo e começou finalmente a bater em segurança. Uma
equipe de 50 profissionais participou da operação no Hospital Glenfield, em
Leicester, no Reino Unido. Mas o desafio não tinha terminado. Vanellope teve de
lutar contra uma infecção, sofreu outras operações delicadas, foi submetida a
pesadíssimas terapias durante meses, viveu num hospital afastada do calor de um
lar, das carícias dos irmãos, mas sempre amparada pelo amor e pela tenacidade
dos pais.
Após a árdua subida,
chega-se ao cume e contempla-se o horizonte. Depois de quase um ano morro
acima, a pequena Vanellope Hope está finalmente no aconchego de casa, bem
acolhida pela agitação eufórica dos irmãozinhos Caleb, de 9 anos, e Jacob, de
5.
O amor da família
A notícia é
maravilhosa, mas tão maravilhoso quanto é o testemunho desses pais, que
protegeram a vida da filhinha desde a concepção, sem caírem na ilusão do
aborto, lutando por ela com decidida coragem e acreditando que a sua vida era
preciosa, não importavam quais fossem as circunstâncias.
Quando Vanellope
crescer e conhecer a sua história, sentirá orgulho da mãe e do pai que viram
nela um dom inestimável e irrepetível.
Naomi, a mãe
bravíssima, declara:
“Dentro ou fora do
corpo, o coração da minha filha estava batendo. Eu não podia pará-lo”.
Cresça segura e livre,
Vanellope Hope! Seu coração jamais bateu em vão!
Nenhum comentário:
Postar um comentário