quinta-feira, 13 de setembro de 2018

O milagre da menina que nasceu com o coração de fora


Por: Silvia Lucchetti / Redação da Aleteia 

VANNELOPPE BABY

Os pais recusaram o aborto, apesar da opinião dos médicos. Um ano depois, a bebê está bem e finalmente voltou para casa

“Ela não tem chances“. Esta foi a frase que Dean Wilkins, de 44 anos, e Naomi Findlay, de 32, ouviram ecoar na sua cabeça desde aquele ultrassom em que os médicos diagnosticaram que a sua bebê nasceria com uma condição rara: a ectopia cordis, ou seja, a ausência da caixa torácica e, por consequência, a presença do coração do lado de fora do corpo.

A coragem dos pais e o não ao aborto

Apesar da firme decisão dos pais de não abortar, hipótese repetidamente proposta pelos médicos, sabe Deus quantas outras vezes eles ainda teriam que ouvir aquelas palavras malditas, duras como pedra: “Ela não tem chances“.

Em 22 de novembro de 2017, porém, a pequena Vanellope Hope nasceu, e, como acontece com toda mãe e com todo pai, o coração do casal explodiu de alegria e daquele misto indescritível de medo e esperança, de paz e de alerta.

Hope, aliás, significa Esperança, em inglês. Não é à toa.

Uma intervenção complexa

Como pode um corpo assim tão frágil sobreviver? A pergunta vem dos médicos, dos parentes, dos amigos. Mas a menininha se agarra à vida, combativa e corajosa como os pais, e, ridicularizando a própria sentença de morte e as tais das estatísticas, enfrenta uma delicada e complexa operação, apenas uma hora depois de ter chegado à luz deste mundo.

“Ela não tem chances“, diziam. Mas, mesmo “sem chances“, Vanellope sobreviveu. Pouquíssimos bebês no mundo, verdade seja dita, sobreviveram nessas mesmas condições. As chances existiam, sim. E, talvez, muitas vezes, só seja preciso dar uma chance às mínimas chances.

O coração de volta ao corpo

Durante a cirurgia, o coração foi recolocado no corpo e começou finalmente a bater em segurança. Uma equipe de 50 profissionais participou da operação no Hospital Glenfield, em Leicester, no Reino Unido. Mas o desafio não tinha terminado. Vanellope teve de lutar contra uma infecção, sofreu outras operações delicadas, foi submetida a pesadíssimas terapias durante meses, viveu num hospital afastada do calor de um lar, das carícias dos irmãos, mas sempre amparada pelo amor e pela tenacidade dos pais.

Após a árdua subida, chega-se ao cume e contempla-se o horizonte. Depois de quase um ano morro acima, a pequena Vanellope Hope está finalmente no aconchego de casa, bem acolhida pela agitação eufórica dos irmãozinhos Caleb, de 9 anos, e Jacob, de 5.

O amor da família

A notícia é maravilhosa, mas tão maravilhoso quanto é o testemunho desses pais, que protegeram a vida da filhinha desde a concepção, sem caírem na ilusão do aborto, lutando por ela com decidida coragem e acreditando que a sua vida era preciosa, não importavam quais fossem as circunstâncias.

Quando Vanellope crescer e conhecer a sua história, sentirá orgulho da mãe e do pai que viram nela um dom inestimável e irrepetível.

Naomi, a mãe bravíssima, declara:

“Dentro ou fora do corpo, o coração da minha filha estava batendo. Eu não podia pará-lo”.

Cresça segura e livre, Vanellope Hope! Seu coração jamais bateu em vão!

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