Por: Jaime Septién / Redação da Aleteia
O que há em comum entre
a recordista mundial Kirstin Holum e a Irmã Catherine é que elas são a mesma
pessoa
Kirstin Holum disputou
os Jogos Olímpicos de Inverno de Nagano, Japão, em 1998, como patinadora de
velocidade pela equipe norte-americana – e estabeleceu um novo recorde mundial
júnior na patinação de velocidade feminina de 5.000 metros.
Já a Irmã Catherine é
uma serena freira da Ordem das Clarissas, que vive, trabalha e ora no Convento
de Santa Clara em Leeds, no interior da Inglaterra.
O que há em comum entre
a recordista mundial Kirstin Holum e a Irmã Catherine é que elas são a mesma
pessoa.
Uma decisão radical
A decisão “radical” e
“contracultural” que levou a atleta a largar uma carreira promissora para se
tornar freira e viver num convento sem conexão com a internet e sem televisão
soa absurda para muita gente – mas é menos gente do que se poderia imaginar.
A Inglaterra é, sim, um
dos lugares menos religiosos do mundo, mas é também o cenário de um dos mais
surpreendentes aumentos do número de freiras católicas ao longo dos últimos 15
anos. Mesmo entre os leigos, aliás, há indícios de renascimento espiritual: 1
em cada 4 católicos britânicos de 25 a 34 anos vai à igreja semanalmente, em
comparação com 1 em cada 5 no caso dos que têm de 45 a 64 anos.
Voltando ao tema da
ausência de internet e televisão, a Irmã Catherine declarou, em entrevista à
NBC News:
“Nós temos nada dessas
distrações. Você fica cara a cara com as suas próprias fraquezas. Eu me sinto
agradecida por não termos essas ‘válvulas de escape’. Assim nós podemos
realmente ser mais livres, amar e ser quem temos que ser”.
A fé da ex-atleta que
se consagrou a Deus vem da mãe, também era patinadora e treinadora de
patinação. Quando Kirstin fez 16 anos, sua mãe a incentivou a fazer uma
peregrinação a Fátima junto com uma prima. Foi lá que tudo mudou para a jovem:
Kirstin continuou competindo, mas agora ainda mais próxima do “Campeão dos
Campeões”.
Ela tinha 17 anos
quando disputou as Olimpíadas de Inverno de Nagano. Sua curta carreira, no
entanto, já era invejável: Kirstin havia estabelecido oito recordes de
patinação de velocidade nos Estados Unidos e seis recordes mundiais menores.
Não é de admirar que
ela tenha deixado os amigos e até os desconhecidos de queixo caído quando
resolveu “pendurar os patins” e virar postulante nas Irmãs Franciscanas da
Renovação (Franciscan Sisters of the Renewal), no Bronx, em Nova Iorque, logo
depois de terminar seus estudos universitários.
Seis anos mais tarde,
já como Irmã Catherine, ela fez parte do grupo de franciscanas enviadas à
Inglaterra com a missão de abrir um novo convento a convite do bispo de Leeds.
Em vez de treinar
quatro horas por dia, ela agora dedica essas mesmas horas, ou mais tempo ainda,
à oração. Hoje com 38 anos de idade, ela prossegue nas suas declarações à NBC:
“A emoção de competir e
se destacar, dando o melhor de você mesma, é uma grande alegria, mas é sempre
uma alegria passageira. Eu acho que, no fundo, todas as pessoas querem ser
grandes e fazer algo grandioso. Mas só quando você realmente entra em contato
com o plano de Deus para a sua vida é que você realmente encontra a paz para
fazer o seu melhor, seja o que for”.
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