quinta-feira, 14 de novembro de 2019

É correto usar a mão esquerda para fazer o sinal da cruz? Por quê?


Pe. Henry Vargas Holguín

Resultado de imagem para porque nao se faz o sinal da cruz com a mão esquerda

Depois de descobrir o significado deste gesto, você terá muito orgulho de fazer o sinal da cruz
Pergunta

É correto usar a mão esquerda para fazer o sinal da cruz? Sou canhota e às vezes o faço com a esquerda. Quando eu era criança, minha mãe me ensinou que só se faz com a mão direita. É verdade ou mito? 

Resposta

“O cristão começa o seu dia, as suas orações, as suas atividades, pelo sinal da cruz ‘em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém’. O batizado consagra o dia à glória de Deus e apela para a graça do Salvador, que lhe permite agir no Espírito, como filho do Pai. O sinal da cruz fortalece-nos nas tentações e nas dificuldades” (Catecismo da Igreja Católica, 2157).

A primeira pessoa a fazer o sinal da cruz foi o próprio Jesus, que estendeu seus braços na cruz. E seus braços estendidos entre o céu e a terra traçaram o sinal indelével da Aliança.

Nos primeiros séculos, era costume fazer o sinal da cruz sobre a testa. Pouco a pouco, o costume se transformou no que conhecemos hoje: fazer uma grande cruz sobre nós mesmos, da testa ao peito e do ombro esquerdo ao direito.

E por que os padres abençoam com a mão direita?

Porque os antigos ícones mostram Cristo ou os hierarcas da Igreja abençoando com a mão direita.

A direita nos recorda a alegria dos que foram salvos, dos que fazem a vontade de Deus, já que o Filho colocará as ovelhas fiéis à sua direita (Mt 25, 31).

Esta forma de fazer o sinal da cruz também tem um significado teológico profundo.

O sinal da cruz começa com a mão direita da cabeça até o peito, aceitando que nosso Senhor Jesus Cristo desceu do alto (isto é, do Pai) à terra pela sua santa Encarnação.

O sinal da cruz continua, partindo do lado esquerdo, onde está o coração, lugar no qual se guarda com amor o mistério pascal de Jesus (sua dolorosa Paixão e Morte), a dirigindo-se depois ao lado direito, recordando que Jesus está sentado à direita do Pai pela sua gloriosa Ascensão. Ou seja, a cruz termina na glória celestial.

A Igreja sempre considerou o lado direito como preponderante. É por isso que, para traçar o sinal da cruz, usa-se também a mão direita.

Ao incensar o altar, também se começa sempre pelo lado direito.

Nosso Senhor nos diz que, entre outras coisas, a caridade também se faz com a mão direita: “Quando você der esmola, que sua mão esquerda não saiba o que fez a direita” (Mt 6, 3).

Mas é importante fazer o sinal da cruz de maneira especial?

Sim. Nós não temos nenhuma autoridade para mudar, negar ou criticar, segundo nossa maneira de pensar, a tradição cristã que é observada hoje e que começou há muitos séculos.

Precisamos levar em consideração que, no âmbito da vida social, há protocolos que têm de ser respeitados, mesmo quando ainda não conhecemos sua origem ou significado. Quando se cumprimenta alguém, dá-se a mão direita, não a esquerda, por exemplo.

As regras de boas maneiras na sociedade não são meras formalidades, mas expressam respeito e cordialidade. Quando, em nome da espontaneidade, as pessoas deixam de lado as boas maneiras, podem acabar se tornando até brutas, ásperas, toscas.

Na vida de piedade acontece a mesma coisa. A mão direita é considerada mais “digna” e por isso a usamos.

Assim, por exemplo, o padre dá a comunhão com a mão direita, ainda que seja canhoto. Não é proibido nem pecado que se dê a comunhão com a esquerda, mas é uma questão de boa educação litúrgica, bem como um detalhe de amor a Jesus.

De qualquer maneira, é bom conservar detalhes que têm um significado e, se fazemos por amor, valem ainda mais. Não se trata de formalismos vazios. Nossa fé dá sentido a estes gestos.

Utilizar a mão direita para as ações litúrgicas e/ou religiosas nunca pode ser ofensivo para os canhotos. De fato, os bispos e sacerdotes canhotos também fazem o sinal da cruz e dão bênçãos com a mão direita.

Evidentemente, utilizar a direita, mais que uma questão de fé, é uma convenção, que busca expressar uma maior dignidade no que se faz – daí que signifique um maior respeito e, portanto, mais amor também.

Na liturgia, a elegância também é uma virtude e, se os gestos são feitos com amor, seu significado e mérito serão maiores.

Valorizar a cruz

Quando entendemos o que a cruz implicou para Jesus a favor nosso, quando recordamos que na cruz Jesus nos amou até o extremo, e se nosso pequeno gesto do sinal da cruz é consciente, estaremos continuamente reorientando nossa vida em boa direção, pois carregar a cruz é o que Jesus pede para segui-lo.

Todo gesto simbólico pode nos ajudar a entrar em comunhão com aquilo que o gesto significa, e isso é o mais importante.

quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Receita que dá água na boca - Torta de Sardinha da Mamãe


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"De vez em quando vemos notícias, que nos entristecem, de mulheres que dão à luz e em seguida abandonam seus bebês… no hospital, na rua, em sacolas, nas portas de casas, até no lixo…

Se você é como eu, presumo que também fica se questionando: “Por que isso ocorre?”, ou “Qual a real razão que leva uma mulher a não sentir compaixão por seu bebê?”

Cheguei a uma conclusão, ainda que não definitiva: Todo bebê precisa ser adotado no coração de sua mãe. Se esse “clique” não acontece, a mulher apenas gera… e assim, a missão dela acaba sendo a de proporcionar a uma outra mulher a dádiva de ser mãe. Repare que até mesmo um filho adotivo não será acolhido verdadeiramente se for só adotado judicialmente. O papel sozinho, as palavras impressas num documento, não vão acionar o “clique”. Repito: todo filho, biológico ou não, precisa ser adotado no coração da mãe. Esperamos que esse “clique”, vindo de Deus, aconteça naturalmente. A sociedade espera por isso. Talvez até a própria mulher tenha essa expectativa. Mas por motivos diversos, que não cabem a mim julgar, pode ocorrer que esse clique não funcione.

Dentro desse tema, comecei a refletir “ Por que será que, lá no íntimo, eu tenho essa convicção de que sou uma filha adotada no coração da minha mãe?”

Não é porque ela me alimentou, vestiu, penteou, lavou minhas roupas, ensinou, financiou meus gostos e cuidou de mim quando adoeci.

Nem é porque os melhores anos da sua juventude ela doou de bom grado a mim.

Tampouco é porque herdei o timbre da sua voz, o formato de seus olhos, sua morenice e seus quadris.

Não é porque ela me livrou das vezes em que eu me trancava no banheiro e não sabia sair.

Nem é porque me socorreu quando fui atropelada.

Não, não é porque a sua generosidade transcende todo o meu entendimento.

Também não, não é porque adotou meu marido como um filho e a minha filha como uma caçula extra.

Tudo isso foi importante e bem feito por ela, porém, não vamos apenas riscar o verniz. Existe mais debaixo da superfície. Muito mais.

Eis alguns motivos inegáveis pelos quais eu sei que sou sua filha não só de carne, mas também do coração:

É porque me surpreendo repetindo à minha filha as mesmas frases que minha mãe me dizia na minha infância.

É porque me encontro na urgência de ensinar à minha filha tudo o que sei. E muito do que sei, óbvio, veio da minha mãe: minha primeira professora.

É porque eu sinto que os cabelos brancos que coroam a cabeça dela — e começam a faiscar na minha — são uma chamada do ciclo da vida à responsabilidade sublime de tentar cuidar dela tão bem como ela cuidou de mim (e sei, com certo pesar, que jamais poderei retribuir todo esse cuidado na mesma medida).

É porque sua fé e muitos dos seus pontos de vista sobre a vida se fixaram em mim como um legado que atravessará gerações.

É porque sei que posso contar com ela, mesmo estando longe. Se eu a chamar, ela dará um jeito de se fazer presente.

É porque ela me olha com os olhos de misericórdia, que sabem que eu não sou flor que se cheire, mas me aceita mesmo assim.

É porque eu penso que, se eu conseguir ser para minha filha apenas metade do que minha mãe foi e tem sido pra mim, isso já fará de mim uma mãe maravilhosa.

“Mami”, obrigada por não ter se contentado só em me dar à luz, mas por ter me adotado em seu coração! Te amo!

A cozinha era onde ela passava boa parte do dia, nos anos 80, na Terra da Garoa. Em cima do seu fogão esmaltado vermelho sempre havia reluzentes panelas areadas com esmero, contendo a refeição para nutrir a família. Nessa cozinha paulistana, minha mãe me ensinou a comer de tudo, a ler cadernos de receitas escritos com sua letra arredondada, a lavar louça e a fazer a lição de casa.

Era indício certo de um gostoso final de semana quando a famosa torta de sardinha da mamãe nascia perfumada do forno dela. Essa torta sempre cresceu linda, com cara de pizza caseira. Veio da minha avó carioca o hábito de fazê-la aos sábados. A tradição passou para a minha mãe, que fazia em São Paulo , hoje eu faço em Curitiba e ensino a você a receita que minha filha também fará — sabe-se lá em qual cidade…

A sardinha, por ser barata, é considerada a “prima pobre” dos peixes. Que injustiça! Ela tem bastante ômega-3, uma gordura boa para o coração e para o cérebro. Combate o colesterol ruim, contribui para reduzir a pressão arterial e é rica em vitamina B12, mantendo o bom funcionamento do sistema nervoso.


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Torta de Sardinha da mamãe

- 10 colheres de sopa de farinha de trigo (usei integral, mas minha mãe sempre usa a tradicional)

- 2 colheres de sopa de maizena

- 2 colheres de sopa de fermento

- 3 ovos

- 1 xíc. de óleo

- 2 xíc. de leite

Todas as colheres de sopa devem ser com medidas “de mãe” — “fazendo morro“.

Bata os ingredientes no liquidificador, coloque a massa em fôrma untada e enfarinhada. Faça um molho a seu gosto com sardinhas, molho de tomate, cebola, pimentão, cheiro verde, queijo, milho, orégano ou o que preferir. Cubra a massa com esse molho e leve ao forno até a massa dourar nas bordas."


SAÚDE - Obesidade Infantil


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"Hipertensão arterial, alteração de gorduras no corpo, diabetes mellitus, resistência à insulina, dificuldade de locomoção, dificuldades na respiração, problemas na socialização…

Ao ler isso, nós automaticamente pensamos nos adultos obesos, comendo batatas fritas ou maionese; mas não se engane: todas as complicações acima são problemas que cada vez mais encontramos em crianças. E se os problemas nos adultos vão evoluindo com problemas no coração, rins e outros órgãos, imagine esses problemas evoluindo desde a infância! É triste ver gente ainda na juventude, mas com problemas de pessoas idosas…

A princípio, podemos pensar que, ao termos uma criança com problemas de sobrepeso, o problema deve ser hormonal. Nem sempre. Os problemas hormonais contabilizam uma pequeníssima parcela de culpa nesses quadros, e normalmente são crianças com obesidade grave.

Então de quem é a culpa da obesidade infantil?

Toda nossa! Dos pais ou responsáveis! Com certeza!
Acabamos com nossos bons hábitos de vida, mudando a alimentação do dia a dia, infelizmente para pior. Observe esses casos:

1-     A criança não gostou da comida oferecida no almoço, então não come e espera que a mãe faça algo mais apetitoso que ela goste de comer. Ou pior: existem crianças que passam quase o dia todo em jejum para à noite serem recompensadas com alguma guloseima, “pois afinal, não comeu nada o dia inteiro…”

2-     Em um restaurante ou mercado, o pai ou a mãe são vítimas de um surto com gritos, choros e pernas batendo por um certo alimento que o adulto acaba “tendo que comprar” para acabar com o surto.

3-     Na casa de familiares, os pais acabam levando um lanche para o filho porque ele não come as comidas oferecidas e os adultos acabam passando vergonha com a situação criada.

Isso tudo começa com a criança pequena, desde os 6 meses, quando introduzimos os alimentos para os bebês, os pais já devem cuidar dos hábitos alimentares. Somente sendo vigilantes e persistentes, esses adultos conseguirão que seu filho tenha um hábito alimentar saudável e não ganhe peso em excesso.

Mas e se isso já aconteceu? Não se desespere, pois existem três soluções…

A primeira é a reeducação alimentar. Isso vem de casa, e de todos. Não esperem que seus filhos sejam felizes comendo o que vocês, pais, não comem. A mudança é para todos. Isso também quer dizer não comprar guloseimas. Não estamos querendo que sua família faça uma dieta radical. Porém, sabemos que, se tem em casa, ele vai comer. Então, não compre…

A segunda: exercício físico é fundamental. Infelizmente, só alterando a alimentação, não teremos uma resposta total. Então coloque as crianças para brincar… Nada de computador e outros estímulos ao sedentarismo; isso só piora.

A terceira: reeducação sobre o horário e a maneira de comer. Sempre sentados à mesa; nada de comer na frente da TV ou computador; se possível, faça as refeições em horários específicos. Também não ofereça uma grande refeição à noite ou pouco antes da criança dormir.

As atitudes para prevenir ou tratar a obesidade infantil vêm primeiro de casa. Então vamos começar a mudança e pôr as mãos na massa. Nesse caso, as mãos na salada!"

Mães donas de casa


dona de casa

Como valorizar o trabalho e elevar a autoestima

Porque é fácil ser enganado e pensar que os resultados mais importantes são apenas os imediatos

Uma das coisas mais frustrantes sobre ser uma mãe que fica em casa é que você está inevitavelmente exausta no final do dia, mas de alguma forma, nada do que você fez parece explicar isso. Você trocou um monte de fraldas, você cozinhou e lavou roupa. Você ajudou com o dever de casa, levou as crianças ao parque… isso pode não parecer tão extraordinário assim.

Se todo esse trabalho diário doméstico parasse de repente, você pode apostar que as pessoas notariam. (Você já ficou gripada e ficou olhando alarmada quando a casa inteira ficou um caos?). O trabalho de uma mãe, quando é feito todos os dias, torna-se rapidamente invisível, às vezes até para a própria mãe. É difícil lembrar que isso conta.

Mesmo quando outras pessoas apreciam o que eu faço, raramente tenho o mesmo reconhecimento para mim mesma. Meu marido chegará em casa depois de um longo dia na fábrica, e me agradecerá pelo meu trabalho árduo, mas me sinto boba aceitando a gratidão – especialmente quando não tenho nada para mostrar, além de que todas as crianças estão vivas e relativamente secas. À noite, quando sou só eu e meus pensamentos, digo a mim mesma que não mereço estar tão exausta. Afinal, o que eu fiz mesmo?

Quando comecei a queixar de mim mesma, descobri que a melhor cura é me forçar a ser específica com minhas queixas. “Ok, então, vamos testar essa teoria”, eu penso. “O que exatamente eu fiz hoje?”

“…Humm” (é difícil começar a lembrar)… “Eu fiz o café da manhã das crianças, isso conta?”. Então eu me forço a recordar o dia e anotar tudo o que seria notado se não fosse feito. Jantamos na mesa como uma família? Alimentei meus filhos e dei à minha família um tempo especial para se conectarem uns com os outros. Jantares em família são importantes. Eu finalmente fui à consulta médica? Então eu estou fazendo o que é necessário para manter o corpo saudável e para proteger o resto da comunidade da potencial disseminação da doença. Eu li algum livro para meu filho enquanto o jantar estava no forno? Então mostrei que ele é importante para mim e que ele vale o meu tempo.

Só porque o seu trabalho não é visível, não significa que não seja valioso. Fazer minhas listas de tarefas está me ajudando a lembrar disso. Em vez de me lembrar de todas as coisas que preciso fazer amanhã, levo um minuto para me lembrar de todas as coisas que fiz hoje. Qualquer coisa que só é notado quando deixamos de cuidar – não importa quão pequena ou mais simples que seja – pertence a essa lista. A ideia é forçar você mesma a reconhecer todo o trabalho muito real que você fez, tanto mental quanto físico, para se recusar a aceitar que apenas um trabalho estimulante conta como trabalho.

Lembrar esta verdade pode fazer uma diferença real para a sua autoestima. A autoestima, afinal de contas, não é narcisismo. Você não deveria ter estima pelo que é genuinamente valioso? Bem, você é valiosa. Seu trabalho é valioso. E você deve a você mesma reconhecer isso.

Fonte: Aleteia