sexta-feira, 31 de maio de 2019

Como superar o desemprego e mudar a vida para melhor


Por: Lillian Fallon

TIME

Foram alguns dos meus dias mais difíceis, mas obrigaram-me a fazer algo que nunca tinha feito antes

“Acho que é isso”, pensei em um estacionamento do Walmart. Sentada no carro dos meus pais, encostei-me ao volante e olhei para o letreiro luminoso do Walmart. O estacionamento estava lotado. Carros circulavam como abutres, esperando por um lugar. As pessoas saíam pelas portas deslizantes de calça de moletom e chinelos, segurando recibos e empurrando carrinhos cheios de compras.
Eu estava desempregado havia sete meses. Saí de Nova York depois de quatro anos trabalhando como editora em uma revista no coração de Manhattan. Eu estava de volta à casa dos meus pais na pequena cidade em que cresci. Sentei-me no mesmo carro velho e ofegante que aprendi a dirigir, com as mesmas roupas que usava no ensino médio.

Depois de meses de pedidos de emprego ignorados através do Linkedin, percebi que poderia ser isso mesmo. “Isso” é uma vida mediana. A vida em uma cidade pequena, dirigindo em torno de um estacionamento do Walmart às 22h, uma pizza congelada, o cabelo bagunçado.

Durante anos, imaginara meu futuro com roupas fabulosas como nos filmes, mudando ao ritmo da música animada, enquanto eu cruzava as movimentadas ruas de Nova York a caminho de coquetéis, reuniões de negócios e festas nas coberturas. Por um tempo minha vida foi assim, mas depois tudo desabou.

Enquanto eu estava sentada no estacionamento, um pensamento bateu na minha consciência como um livro caindo em uma sala vazia: “Quando os sonhos não se realizam e não temos mais nada – o que resta?”

Meses de orações não respondidas e o completo desmoronamento do meu orgulho e identidade acabaram me levando a uma encruzilhada. Naquele momento crítico, resolvi que tinha de encontrar um jeito de ser feliz. Eu precisava. Se outras pessoas puderam encontrar a felicidade em uma vida normal, isso significava alguma coisa. Elas não precisaram de um sonho ou grande sucesso para atingir a felicidade.


“Então, se as pessoas podem encontrar a felicidade em uma vida simples, elas devem encontrar alegria em coisas simples, certo?”, pensei comigo enquanto dirigia para casa. Naquela semana, comecei a me concentrar nas pequenas coisas – coisas que desconsiderei no passado como menos importantes do que seguir uma carreira de alto nível.

Um dia eu me encontrei na casa do meu vizinho por horas, apenas rindo e conversando. Eu fui para o café da manhã e acabei passando o dia inteiro, desfrutando o momento. Meus dias começaram a seguir essa fórmula. Comecei a aprender violão, escrever para publicações que amava, investindo em meus relacionamentos e falando com Deus. Todos esses momentos simples, “curtindo o momento”, foram me preenchendo, até um dia percebi que estava feliz. Feliz sem o luxuoso apartamento de Nova York, sem um guarda-roupa caro, sem uma carreira poderosa.

Eu não estava perguntando: “como vou conseguir o que quero?”; mas “o que realmente importa?” Quando eu parei de perseguir obsessivamente o meu sonho, tudo realmente se resumia em uma coisa: ir para o céu. Quando nos despirmos das nossas buscas pelo sucesso terrestre, o que nos resta? Bem, a única coisa que realmente importa.

Sempre que chegamos a um momento de sofrimento na vida, inevitavelmente questionamos o propósito de tudo. Por que isso está acontecendo? Qual o significado? Para mim, o sofrimento do desemprego prolongado me forçou a pensar sobre o quadro geral e sobre o que é realmente a vida. E assim, as prioridades da minha vida se reorganizaram. De repente, eu não queria uma carreira importante em uma cidade em ritmo acelerado, eu não ansiava por sucesso e reconhecimento. Eu só queria encontrar significado no dia-a-dia. Quando reflito sobre isso, acho que sempre fui mais feliz ao apreciar as pequenas coisas.

Todos chegamos a momentos de encruzilhada, que é quando quando devemos decidir entre ver o pior ou o melhor em uma situação difícil. A promessa de Deus é que o bem vencerá o mal, mas nós temos livre arbítrio. Nós devemos escolher seguir o bem.

Embora esse período de desemprego tenha sido provavelmente um dos momentos mais difíceis da minha vida, isso me forçou a encontrar a verdadeira alegria e eu não a trocaria por todo sucesso do mundo.

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