Novo estudo revela que
os insetos são fontes de antioxidante, substância que combate os radicais
livres e previne o surgimento de tumores cancerígenos
Gafanhotos e grilos,
por exemplo, contêm cinco vezes mais poder antioxidante do que o suco de
laranja natural — considerado uma das principais fontes de vitamina C (um tipo
de antioxidante)
Novo estudo indica que
comer insetos, como cigarras e bicho da seda, pode ajudar na prevenção do
câncer. A pesquisa, publicada na revista Fontiers in Nutrition, revela que os
insetos são excelentes fontes de antioxidante, substância que combate os
radicais livres e protege o DNA contra danos que podem desencadear o surgimento
de tumores cancerígenos.
De acordo com os
pesquisadores, gafanhotos e grilos, por exemplo, contêm cinco vezes mais poder
antioxidante do que o suco de laranja natural — considerado uma das principais
fontes de vitamina C (um tipo de antioxidante). “Os insetos que podem ser
ingeridos por pessoas e animais são uma excelente fonte de proteína, ácidos
graxos poli-insaturados, minerais, vitaminas e fibras”, disse Mauro Serafini,
principal autor do estudo, ao Daily Mail.
Os cientistas ainda
ressaltaram que pelo menos dois bilhões de pessoas têm como parte da dieta o
consumo regular de insetos — o que pode estar garantindo proteção contra o
câncer, além de assegurar melhor saúde geral. As populações que mais rejeitam a
ideia de adicioná-los a dieta são os ocidentais.
Estudo
Para chegar a essa
conclusão, a equipe da Universidade de Teramo, na Itália, analisou 12 tipos de
insetos diferentes e dois tipos de invertebrados que podem ser consumidos na
alimentação. Entre os insetos estavam: larva da farinha, vermes de búfalo,
cigarras, formigas pretas, lagartas africanas, bichos da seda, gafanhotos,
grilos, mini grilos, insetos gigantes da água, centopeias gigantes da Amazônia,
tarântulas zebra tailandesas e escorpiões negros.
Antes de moer os
bichos, os pesquisadores removeram partes do corpo que não podem ser consumidas
(asas ou ferrões); em seguida, o conteúdo moído foi separado de acordo com o
tipo: solúvel em gordura ou em água. A partir daí, a equipe analisou todos os
insetos para verificar a quantidade de antioxidantes disponível.
A análise mostrou que
as melhores fontes da substância são grilos, gafanhotos e bichos da seda. Outra
boa fonte são cigarras noturnas e lagartas africanas, que contêm o dobro de
antioxidantes encontrados no azeite de oliva. A equipe descobriu também que
gafanhotos, formigas pretas e larvas da farinha são as melhores fontes de
polifenóis — substância com propriedades anticâncer, anti-inflamatórias e
antioxidantes.
Já insetos carnívoros —
que se alimentam de outros insetos ou animais mortos — não oferecem a mesma
quantidade de antioxidante. Entre eles estão: formigas pretas, tarântulas zebra
tailandesas, escorpiões negros e insetos gigantes da água.
“No futuro, poderemos
adaptar os regimes alimentares para a criação de insetos, a fim de aumentar seu
conteúdo antioxidante para consumo animal ou humano”, disse Serafini. O
pesquisador destacou que o consumo de insetos também é uma forma de proteger o
meio ambiente.
A equipe ressaltou que,
apesar dos resultados, são necessárias mais pesquisas para confirmar se o
consumo de insetos fornece realmente está alta quantidade de antioxidantes ou
se o potencial é perdido durante a digestão.
Poder antioxidante
Os antioxidantes são
substâncias que evitam o oxidação de moléculas. Uma das funções mais
importantes dos antioxidantes é reduzir o número de radicais livres — moléculas
que podem surgir com a oxidação. Elas fazem parte do organismo, mas quando
produzidas em altos níveis, podem danificar o DNA e outras partes da célula, o
que pode desencadear doenças, incluindo o câncer. Entre os fatores que podem
contribuir para o aumento dos radicais livres estão a radiação e toxinas do
ambiente.
Portanto, uma
alimentação rica em antioxidantes traz inúmeros benefícios para a saúde. Entre
os alimentos ricos em antioxidantes estão: laranja e morango (vitamina C);
cenoura e damasco (betacaroteno); milho e amendoim (vitamina E); feijão e
cereais integrais (zinco); tomate e melancia (licopeno); e frutas vermelhas e
nozes (ácido elágico).
Agora, os cientistas
indicam que insetos comestíveis podem ser ainda mais poderosos do que muitos
alimentos convencionais.
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