O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, reforçou nesta quinta-feira sua avaliação de que o choque de preços de alimentos é temporário e que a instituição tem trabalhado para garantir que esse episódio se circunscreva ao curto prazo. Segundo ele, o IPCA de março veio alto, mas não surpreendeu o BC.
Tombini disse ainda o país viveu em março e vive um pouco em abril esse choque. A expectativa, porém, é que haverá um recuo da inflação de alimentos e da inflação mensal ao consumidor nos próximos meses.
Em rápida conversa com jornalistas após participar de um evento no centro de estudos Brookings Institution, em Washington, Tombini citou que os alimentos têm peso de 25% no IPCA e mais de 40% do número de itens do indicador são do setor de alimentos. “Quando a inflação de alimentos sobe, sobe o índice de difusão. Quando ela cai, a tendência é que caia o índice de difusão”, afirmou. “São fenômenos semelhantes e nós próximos meses haverá um recuo da inflação de alimentos e da inflação cheia mensal.”
Tombini comentou ainda que o IPCA de março veio alto, mostrando inflação de 0,92%. Mas acrescentou que alimentos e passagens aéreas compuseram mais de 70% do número. “Nesse aspecto, não surpreendeu. O número é alto, é 0,92%, mas temos trabalhado para que esses choques sejam de fato temporários.”
Segundo ele, o país encerrará o ano com inflação compatível “com o regime de metas”. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta tem centro em 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.
A autoridade monetária comentou ainda que a inflação de serviços tem recuado gradualmente no país, “em parte em função desse segmento que apresenta dinamismo maior do que outros segmentos da economia”. Ele observou que a inflação de serviços costuma ser mais alta que a inflação cheia em todos os países.
Questionado sobre o que esperar do Comitê de Política Monetária (Copom) daqui para frente, Tombini disse que, a cada momento, o BC vai levar em conta “todos os aspectos, as condições macroeconômicas, a evolução recente dos preços para tomar as melhores decisões”.
Ele participou no seminário “Política monetária global: uma visão dos mercados emergentes”. Ele está em Washington, onde se realiza nesta semana o encontro de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial. Hoje, Tombini se reúne à tarde com investidores e à noite vai participar da reunião de presidentes dos BCs e ministros da Fazenda do G-20.
Valor Economico
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