Por: Jaime José de Arruda Martins
O aborto, além de
ceifar a vida da criança, traz inúmeras consequências negativas à saúde da mãe
Sabemos, há décadas,
das muitas consequências trágicas da interrupção forçada da gravidez, apesar
disso, grupos ideológico-partidários pregam tal prática maligna,
aproveitando-se da fragilidade comum às mulheres no período em que carregam uma
nova vida em seu ventre.
Tentando mostrar os
graves danos à saúde das mulheres causado pela prática do abortamento, estudo
americano publicado no ano de 2002 observou entre os anos de 1980 e 1992 uma
maior propensão à depressão clínica, ao suicídio e ao abuso no uso de drogas em
mulheres que interromperam a gravidez comparada às que não a interromperam. O
estudo concluiu que o risco, mesmo após 8 anos do evento, era 132% maior de
depressão nesse grupo. Outro importante estudo americano publicado em 2003 –
talvez o que mostre mais fortemente essa associação positiva entre depressão
pós-interrupção forçada da gestação – mostrou um risco 65% maior de depressão
pós-abortamento.
A fim de eliminar o
viés socioeconômico em tal avaliação, que é um dos principais fatores de
confusão nesse tipo de análise, e sempre questionado pelos defensores dessa
prática homicida, outro estudo do ano de 2002, a partir do registro médico de
mais de 17000 mulheres de baixos estratos sociais e que não haviam passado por
qualquer avaliação psicológica anteriormente à gestação, observou chances 63%
maior de mulheres necessitarem de atendimento psicológico 90 dias após
interromperem a gestação com a prática do aborto. Essa mesma equipe ainda
concluiu um risco 2,6 vezes maior de necessidade de internação para tratamentos
psiquiátricos em mulheres que o praticaram. O aborto está, portanto, fortemente
ligado à depressão, à psicose depressiva e à desordem bipolar.
Também é profundamente
conhecida a associação entre abortamento induzido e infertilidade materna. As
complicações do abortamento provocado incluem perfuração do útero, retenção de
restos de placenta seguida de infecção, peritonite, tétano, e septicemia. As
sequelas ginecológicas podem trazer ainda a esterilidade e também inflamações
das trompas e sinéquias uterinas. O risco e a gravidade das complicações
crescem com o avanço da gestação. Tietze & Henshaw (1986) afirmaram que a
incidência das complicações do aborto está relacionada com a forma como ele é
realizado.
Entretanto, existe
pouca informação concreta que mostre a redução das complicações quando o aborto
é legalizado, ou, em contrário, o aumento das mesmas, quando é ilegal, um dos
principais argumentos daqueles que o defendem. Estudo brasileiro de 1992 mostra
que o aborto quando realizado em clínicas e com métodos cirúrgicos mais
modernos reduziu o número de complicações fisiológicas, mas mesmo assim,
continuaram apresentando cifras bem elevadas. Tal estudo ainda apresenta a
crítica de um pequeno número de pacientes estudados não descrever as complicações
ocorridas.
Outro dado muito
questionado, usado pelos defensores da prática, é o de que, realizando-os,
clandestinamente, temos uma alta taxa de mortalidade. Observando, porém, dados
oficiais, facilmente acessados pelo portal do DATASUS, vemos que no ano de 2016
em todo o Brasil morreram apenas 44 mulheres, e não milhares como se alardeia.
Isso somando os CID por falha na tentativa de aborto (CID O.07), aborto NE (CID
O.06), outros tipos de aborto (O.05), de um total de 67.147, correspondendo a menos
de 0,1%, contrapondo-se, portanto, a dados inverídicos transmitidos por parte
da imprensa, como é o caso da matéria publicada, em 2017, no jornal O Estado de
São Paulo, a afirmar que 4 mulheres morrem por dia por complicações referentes
ao aborto, correspondendo a 3,3% das causas de morte materna.
Temos, assim, dados
científicos, a partir de estudos sérios, mostrando que o aborto (e não a sua
proibição, como alegam aqueles que querem a legalização dessa prática), além de
ceifar a vida da criança, traz inúmeras consequências negativas à saúde da mãe.
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