terça-feira, 10 de outubro de 2017

HISTÓRIAS REAIS QUE INSPIRAM - A fé católica ajudou esta mulher a vencer o trauma de ser tachada de “mais feia do mundo”


Calah Alexander


Ela descobriu esse "apelido" ao ver a própria face num vídeo do YouTube. Mas o apelido não é só cruel: é essencialmente falso.

O que você faria se estivesse navegando na internet e achasse um vídeo chamado “A mulher mais feia do mundo”, com 4 milhões de visualizações, e percebesse que o rosto exibido nele é o seu próprio?

Você choraria? Eu choraria.

Você leria todos e cada um dos milhares de comentários execráveis, alguns dos quais recomendando que você se matasse para fazer um favor ao mundo? Eu leria.

Você se deixaria abalar dolorosamente e cairia em desespero? Eu, provavelmente, sim.

Ou será que você escolheria um caminho diferente e mais corajoso?

Será que você transformaria esse momento traumático no impulso para levantar a voz incansavelmente contra o assédio covarde, para questionar os nossos frívolos padrões de beleza e para testemunhar o que significa ser essencialmente uma pessoa bela?

Lizzie Velasquez escolheu este outro caminho.

Ela nasceu quatro semanas antes do previsto e os médicos ficaram tão impactados com a sua aparência que primeiro levaram uma fotografia Polaroid aos seus pais a fim de prepará-los para verem a própria filha. Mas os pais não quiseram a foto: eles queriam a sua bebê e exigiram que os médicos a levassem imediatamente até eles.

O diagnóstico de Lizzie é de síndrome progeroide neonatal, um transtorno genético que lhe dificulta ganhar peso e que a deixou cega do olho direito e com visão limitada no esquerdo. Lizzie cresceu no Texas sabendo que o seu aspecto era diferente do das outras crianças, mas também consciente de que o profundo amor dos pais e das irmãs por ela lhe assentava os alicerces da confiança e da segurança pessoal.

Foi essa confiança alicerçada no amor de seus pais o que a salvou naquele dia em que ela encontrou a própria imagem no vídeo do YouTube chamado “A mulher mais feia do mundo”, quando tinha 17 anos.

Depois de ler todos os comentários, procurando desesperadamente uma pessoa que a defendesse, foi buscar a mãe na sala de estar.

“Se aquele vídeo tinha me machucado tanto, eu não conseguia imaginar o quanto ele iria machucar a minha mãe. E acredito que, naquele momento, se acendeu para mim uma luz: eu não estava disposta a ficar ali sentada e deixar que aquelas palavras fossem a definição de quem eu sou”.


Um ano mais tarde, o diretor da sua escola pediu a Lizzie para fazer um discurso aos alunos do instituto. O diretor lhe garantiu com antecedência que haveria professores por perto para acalmar os estudantes se eles se alvoroçassem. Não precisou: na metade do discurso, quando Lizzie levantou o olhar para o auditório, seus companheiros estavam todos em absoluto silêncio e totalmente concentrados nela. Alguns até começaram a chorar. Naquele momento, Lizzie sentiu que a “barreira de ser diferente” desaparecia e que todos eram apenas “um grupo de pessoas”.




A experiência foi um ponto de virada para ela, que, desde então, se tornou conferencista motivacional e uma ardente defensora do respeito a todos e do fim do assédio. Foi palestrante no Tedx Talks, escreveu livros e tem seu próprio canal no YouTube. Durante toda a vida, Lizzie confiou na sua fé católica para superar os momentos mais escuros.

“Foi a minha rocha esse tempo todo. Basta dedicar um tempo sozinha a rezar e falar com Deus para saber que Ele está aqui para mim”.
Demonstrando que a verdadeira beleza só pode ser vista pelos olhos da alma, Lizzie também declarou: 

“Deus me abençoou com a maior bênção da minha vida, que é a minha síndrome”.

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