O pontífice faz uma
homenagem especial às suas duas avós, à sua mãe - que "enfrentava os
problemas um atrás do outro", incluindo sofrimentos físicos
O papa Francisco revela
o seu lado mais íntimo em um novo livro de entrevistas, que será publicado em
breve, no qual fala sobre as mulheres com as quais mais contou durante a sua
vida.
O livro “Política e
Sociedade”, que nasceu a partir de um diálogo entre o pontífice e o pesquisador
francês Dominique Wolton, será publicado em setembro, mas a revista Le Figaro
Magazine divulgará alguns trechos em sua edição de sexta-feira (1).
Na obra, Francisco fala
sobre vários temas delicados para a Igreja, como o casamento entre
homossexuais, sacerdotes pedófilos, as relações entre o catolicismo e o
islamismo, ou até mesmo a comunhão entre divorciados.
Porém, de forma não
habitual, faz algumas confidências sobre as mulheres mais importantes da sua
vida. “Agradeço a Deus por ter conhecido mulheres autênticas ao longo de minha
vida”, declarou o papa argentino.
O pontífice faz uma
homenagem especial às suas duas avós, à sua mãe – que “enfrentava os problemas
um atrás do outro”, incluindo sofrimentos físicos -, e às suas irmãs.
“E também tive as
amigas da adolescência, as ‘namoradinhas’… Estar sempre em contato com as
mulheres foi muito enriquecedor”, ressalta o papa, que diz ter “aprendido (…)
que as mulheres veem as coisas de uma maneira diferente da dos homens” e que é
“importante escutar ambos”.
O papa conta também que
foi muito influenciado por uma militante comunista, Esther Ballestrino de
Careaga, assassinada durante a ditadura argentina (1976-1983) após ajudar a
fundar o movimento Mães da Praça de Maio.
“Ela me ensinou a
pensar a realidade política. (…) Devo muito a essa mulher”, disse Francisco.
O papa conta também que
“consultou uma psicanalista judia” quando tinha 42 anos, em um momento de sua
vida no qual “sentiu necessidade”. Consultou-se uma vez por semana durante seis
meses “para esclarecer algumas coisas”. “Uma pessoa muito boa” que “me ajudou
muito”, acrescentou.
Hoje vou falar de um estilo
não somente musical, mas também de vestuário que eu sou adepto desse estilo de
se vestir que caracteriza quem eu sou, na maneira de pensar e ser diariamente,
independente que foge das regras de uma sociedade capitalista.
O estilo de hoje é o
Indei que surgiu entre o cenário de
bandas de rock independente na década de 80. Como todo meio social. esse estilo
também caiu na graça dos cristãos católicos e protestantes.
Estilos envolvem o
cotidiano mundial de cada pessoa e acabam sendo conhecidos como rótulos. Do
rocker, hippie ao fashionista, cada um tem um modo de se vestir que envolvem
muitas vezes uma semiótica de sua tribo. Do mais discreto chegando ao mais
extravagante, os estilos variam de acordo com cada pessoa e gosto que ela
apresenta em seu meio.
Adotando um estilo mais
largado, o Indie apresenta em seu vestuário o famoso e velho jeans surrado.
Sendo rasgado ou desbotado, o material envolve peças do guarda roupa diário
como calças, jaquetas, bermudas, saias, calças e shorts. Outro foco ainda fica
para a flanela, utilizada em camisas que normalmente trazem a estamparia
xadrez, especialmente para o público masculino.
Participando do cenário
underground, o estilo Indie pode ser montado muitas vezes com peças retrô,
sendo elas de brechó ou ainda de algum guarda-roupa antigo. As peças
preferenciais entre as mulheres estão entre as que possuem modelagem com cós
alto ou ainda com estamparia diversificada. Já para os homens, os modelos
favoritos estão entre os mais discretos e justos ao corpo, desde camisas como
calças."
Desde quando os homens
deixaram de se vestir com ternos, chapéus e sapatos, ele se faz presente. Como
o próprio nome diz, ele vem de Independente e hoje está cada vez mais atrelado
aos músicos das bandas Indie. O estilo indie masculino que falamos hoje, é sim
uma moda que vem da música.
Ela destinou a criança
para adoção, manteve tudo em segredo durante quase 80 anos, mas não perdeu as
esperanças de reencontrar a filha
Minka Disbrow tinha
apenas 16 anos quando, em 1928, passou pelo pior momento de sua vida. Ela e uma
amiga foram atacadas por três homens e estupradas. Grávida, Minka venceu as
dificuldades, destinou a criança para adoção, casou-se e teve outros filhos – e
guardou o segredo por 77 anos. Foi só aos 94 anos que ela contou a história aos
filhos e netos e pôde reencontrar e abraçar a sua primeira filha.
Minka vivia em uma fazenda
no estado de Dakota do Sul, nos Estados Unidos. Ela escondeu de sua mãe o que
havia acontecido, até que percebeu algumas mudanças no seu corpo. Foi então que
a mãe teve que lhe explicar como os bebês nasciam, o que a moça ainda não
sabia. Além disso, Minka foi enviada para uma residência luterana para
adolescentes grávidas até dar à luz, a fim de esconder a gravidez de sua irmã.
Ela teve uma menina, chamou-a de Betty Jane e destinou-a à adoção.
A vida continuou, Minka
casou-se, teve dois filhos e manter o segredo sobre o estupro e a filha se
tornou um hábito. Ela teve diversos empregos e viveu em várias cidades até se
estabelecer em San Clemente, na Califórnia.
No decorrer dos anos,
Minka escreveu secretamente dezenas de cartas à agência de adoção da Casa de
Misericórdia à qual ela tinha entregue Betty. Ela chegou a ter algumas
informações sobre a filha até que a direção da agência mudou e elas perderam
qualquer forma de contato.
Foi só em 2006, quase
oitenta anos depois do ocorrido, que ela contou aos seus filhos e netos o que
havia acontecido. Ela mostrou aos parentes uma fotografia em preto-e-branco da
criança, que ela manteve escondida durante todos esses anos. “Ficamos completamente
chocados”, disse Cathy LaGrow, neta de Minka, ao site TheBlaze. “Nunca
imaginaríamos que algo assim teria acontecido com a nossa avó”.
“Uma cascata de amor”
“Foi a sua fé que lhe
permitiu manter a esperança por todos esses anos de que Betty Jane estava tendo
uma vida feliz e tinha uma família unida”, disse Cathy. De fato, Betty – que
agora se chama Ruth Lee – havia se casado e tido filhos, sem nunca ter
conhecimento sobre a situação na qual foi concebida. Minka, porém, não sabia de
nada disso.
Mas Ruth, que mora em
Wisconsin, também estava atrás de informações sobre o seu passado.
Diagnosticada com problemas no coração e na vesícula biliar em 2006, ela tinha
poucas informações a dar aos médicos sobre os seus antecedentes médicos
familiares. Ela então foi atrás de informações e encontrou os arquivos de sua
adoção – recheados de cartas de Minka, que passou décadas perguntando sobre sua
filha, sem obter resposta.
“O amor que jorrou
dessas cartas foi como uma cascata de amor”, disse Ruth sobre o momento em que
descobriu o arquivo. Foi só nesse momento que ela soube que tinha sido
concebida em um estupro – Ruth pensava que seus pais tinham sido simplesmente
um casal jovem, sem recursos para criar a filha.
“Eu pensei: ‘Meu Deus
do céu, naquele tempo já havia estupros?’ Eu mal podia acreditar. Sentia muita
raiva pelo que foi feito com ela”, contou Ruth. “Com tudo que lhe aconteceu,
você percebe que ela poderia ter se tornado muito amarga. Mas isso só a fez
mais forte e com mais fé – e isso é maravilhoso”.
Minka Disbrow, Ruth Lee
e Cathy LaGrow (foto: divulgação).
Minka Disbrow, Ruth Lee
e Cathy LaGrow (foto: divulgação)
O reencontro
Com a ajuda do filho,
Ruth descobriu o telefone e o paradeiro de Minka – e se surpreendeu ao saber
que a mãe ainda estava viva. Ela tomou coragem e telefonou para a sua mãe. “Foi
muito emocionante. Ela queria saber se eu tinha tido filhos, e respondi: ‘Sim,
tenho seis’. Ela queria saber tudo sobre eles”.
Minka ficou maravilhada
ao saber que um dos seus netos era astronauta e tinha estado quatro vezes no
espaço. As duas então marcaram de se encontrar. “Choramos muito”, contou Ruth.
“Ela me deu o dom da vida e o dom da adoção”. As duas mantiveram-se em contato
até a morte de Minka, em 2014, aos 102 anos de idade.
“Foi uma experiência
tão incrível e surreal que eu ainda penso às vezes que vou acordar e tudo não
terá passado de um lindo sonho”, disse Ruth. “Nunca vi minha mãe tão feliz”,
afirmou Dianna Huhn, filha de Minka.
A neta, Cathy, escreveu
um livro contando a história da família. “The Waiting: The True Story of a Lost
Child, a Lifetime of Longing, and a Miracle for a Mother Who Never Gave Up” (“A
espera: a história real de uma criança perdida, uma vida inteira de espera e um
milagre para uma mãe que nunca desistiu”, em tradução livre) foi publicado
apenas um mês antes da morte de Minka.
Veja ao trailer do
livro com imagens do reencontro:
Um jovem legislador
venezuelano surpreendeu a sua namorada e o Papa Francisco ao pedir a mão da
jovem em casamento no domingo, 27 de agosto, na Sala Clementina do Vaticano.
O pedido de casamento
foi feito durante uma audiência privada do Santo Padre com os 80 delegados de
vários países que participavam da reunião anual da International Catholic
Legislators Network (ICLN), em Roma.
Em declarações ao
National Catholic Register, Darío Ramírez disse que naquele dia, ele e a sua
namorada Maryangel Espinal conversaram com o Papa sobre a situação da Venezuela
e, em seguida, o jovem lhe mostrou as fotografias do grupo de teatro para
adolescentes que apoia no Panamá, onde vive há três anos.
Depois, pediu ao
Pontífice que lhe desse uma bênção especial e disse que a sua namorada “não
tinha ideia” do que ia acontecer.
“Eu via que Maryangel
estava pensando: ‘O que você vai fazer? Pedirá que nós façamos uma selfie?’ Ela
ficou surpresa. Expliquei ao Santo Padre que a mulher que estava ao meu lado
era a mulher da minha vida. Que eu a conheci em uma igreja, que Deus a colocou
na minha vida e que eu queria pedir a sua mão em casamento. Então ajoelhei no
chão e lhe perguntei”, contou.
Ele lembra que o
Pontífice disse: “Uau, diante do Papa! Ela não está falando. Ele te pediu em
casamento, o que você vai responder?”.
“Ela respondeu: ‘É
claro que sim!’. E ele nos abençoou”, explicou Darío.
Rodríguez disse que
todas as pessoas que estavam presentes os felicitaram e até alguns delegados
estrangeiros disseram que queriam ir ao casamento.
O jovem venezuelano
indicou que, para fazer o seu pedido de casamento, pediu a permissão do Cardeal
Christoph Schönborn, Arcebispo de Viena e promotor da ICLN.
No exílio
Darío Ramírez fugiu há
três anos da Venezuela para o Panamá devido à repressão do governo de Nicolás
Maduro contra a oposição.
“Perdi tudo. Perdi o
meu emprego, tive que deixar a minha casa, há três anos não posso voltar para a
Venezuela. Sinto falta dos meus amigos, sinto falta da minha família”,
expressou.
Este legislador já
havia cumprimentado o Papa Francisco em uma audiência privada concedida ao ICLN
em 2015, mas para poder viajar nesta ocasião teve que conseguir um passaporte
de refugiado no Panamá, pois se renovasse o seu passaporte venezuelano poderia
ser preso.
Conheceu a sua
namorada, Maryangel Espinal, há 18 meses em uma igreja no Panamá e há seis
meses pensou na possibilidade de casar-se com ela.
“Rezei para ter uma
orientação e, quando decidi, pensei em pedir-lhe em casamento da melhor forma
possível”, manifestou.
Os seus amigos pagaram
a sua viagem a Roma e ele mesmo fez o anel de noivado, depois de frequentar
aulas com um joalheiro.
Atualmente, Darío está
realizando campanha a fim de que outros venezuelanos possam conseguir o
passaporte de refugiado. “Muitas pessoas precisam disso. Eu realmente quero
ajudá-las”.
“Estou muito feliz de
poder ajudar a Deus como posso e também estou tentando ajudar a Venezuela
estando do lado de fora. Um bom amigo me disse: ‘Quando você coloca seus
talentos a serviço de Deus, o impossível pode acontecer’”, destacou.
“Nem sequer nos meus
sonhos mais loucos pensei que isso aconteceria”, afirmou.
O fato de termos sido
criados com cuidado e afeto pelos nossos pais, começou a confundir-se com uma
espécie de sensação de que todos devem nos tratar como eles nos trataram.
Tudo começou com uma
colega minha de estágio, há mais de 10 anos, que pediu demissão por acreditar
que “não foi criada para ficar carregando papel”. Sim, carregar papel fazia
parte das nossas tarefas, enquanto ajudávamos o juiz e os demais servidores
públicos com os processos do Tribunal. Acompanhávamos audiências, ajudávamos
com os despachos e, sim, carregávamos papéis entre o segundo e o quarto andar
do edifício.
Os pais da menina
convenceram-na de que ela era boa demais para aquilo. Não importava que nós
fôssemos meninas de 19 anos, no segundo ano da faculdade, sem qualquer
experiência, buscando aprender alguma coisa e ganhar uns poucos reais para
comer hamburguer nos finais de semana. Ela, que tinha a certeza de ser uma joia
rara, foi embora, deixando sua vaga vazia no meio do semestre e sobrecarregando
todos os demais, inclusive eu, sem nem se constranger com isso.
O tempo passou e,
quando eu já era advogada, tive um estagiário de vinte e poucos anos que, três
meses depois de ser contratado, solicitou dois meses de férias. Eu nem sequer
entendi o pedido. Perguntei se ele estava doente ou se havia algum outro
problema grave. Ele me respondeu que não, que simplesmente tinha decidido ir
para a Califórnia passar dezembro e janeiro, pois a irmã estava morando lá e
ele tinha casa de graça. Eu mal podia acreditar no que estava ouvindo. Deixei
ele ir e pedi que não voltasse mais.
Alguns anos depois,
ouvi um grande amigo me dizer que iria divorciar-se. Ele havia casado fazia menos
de um ano, com direito a uma imensa festa, custeada pelos pais dos noivos. Mais
uma vez perguntei se algo de grave tinha ocorrido. Ele me respondeu que “não
estava dando certo”, discorrendo sobre problemas como “brigamos por causa da
louça na pia”, “não tenho mais tempo para sair com meus amigos” e “acho que
ainda tenho muito para curtir”. Me segurei para não dar um safanão na cabeça
dele. Aos 34 anos ele falava como um garoto mimado de 16. Tentava explicar isso
para ele, mas era como conversar com a parede.
Agora foi a vez de uma
amiga minha, com seus quase 30 anos, que me disse que iria pedir demissão pois
fora muito desrespeitada no trabalho. Como sou advogada trabalhista, logo me
assustei, imaginando uma situação de assédio moral ou sexual. Foi quando ela
explicou: meu chefe fez um comentário extremamente grosseiro no meu facebook.
Suspirei e perguntei o que era, exatamente. Ela disse que postou uma foto na
praia, num fim de tarde de quarta-feira, depois do expediente, e o chefe
comentou “Espero que não esqueça que tem um prazo para me entregar amanhã
cedo”. E isso foi suficiente para ela se sentir mal a ponto de querer pedir
demissão de um bom emprego.
Eu não sei bem o que
acontece com a minha geração. O fato de termos sido criados com cuidado e afeto
pelos nossos pais, começou a confundir-se com uma espécie de sensação de que
todos devem nos tratar como eles nos trataram. O chefe, o colega, o marido, a
mulher, os amigos, ninguém pode nos tratar de igual para igual e muito menos
numa hierarquia descendente. Se não for tratado a pão de ló, este jovem adulto
surta, se julga injustiçado e vai embora.
Acho que o mundo
evoluiu e as situações nas quais se tratava alguém com desrespeito são cada vez
menos toleráveis, o que é ótimo. Também é ótimo o fato de sermos uma geração
que busca felicidade e não apenas estabilidade financeira. É bom termos a
coragem de mudar de carreira, de recomeçar, de priorizar as viagens e não a
casa própria.
Mas nada disso
justifica que a minha geração tenha comportamentos tão egoístas, agindo como
verdadeiras crianças mimadas. E o grande perigo é que essas crianças mimadas
têm belos diplomas e começam a ocupar cargos importantes nas empresas e no
setor público. Vamos nos tornar um perigoso jardim de infância, no qual quem
manda não pode ser contrariado e quem obedece também não. Isso não será uma
tarefa fácil.
Corria o século XII e
na Europa surgiram alguns clérigos que pregavam por conta própria. Chamavam-se
“bons cristãos”. Eles renunciaram à Igreja. Este movimento, o catarismo,
enraizou-se em algumas partes do velho continente até o século XIV. França,
Renânia, Itália, Bélgica, Inglaterra, Catalunha e a Coroa de Castela são os
pontos no mapa onde eles estavam presentes. Que eram? Por que eles se
revoltaram? O que defendiam?
Sergi Grau Torras é
doutor em Filosofia e licenciado em História. Especialista em catarismo, é
autor do livro La invención de los cátaros (Angle Editorial, 2016). Ele
assegura que foi construída uma imagem em torno dos cátaros que tem convencido,
mas “tem pouco a ver com a realidade”. Seu objetivo é contar a história real a
partir de tudo o que permanece documentado.
Cátaro vem do grego
puro, limpo
“Os cátaros foram
cristãos que renunciaram à liturgia, à hierarquia e à Igreja e que se
apresentavam como uma alternativa”, explica. Sergi Grau destaca 10
características que nos permitem esclarecer as ideias sobre o catarismo e
distinguir a realidade da ficção:
Renegam o batismo. Eles
acreditavam que é necessário ter a consciência de se tornar parte da Igreja.
Seu ritual era uma espécie de batismo espiritual que consistia na imposição das
mãos, momento a partir do qual se convertiam em “bons cristãos” e deviam
cumprir fielmente o Evangelho. Segundo eles, a Igreja havia perdido este valor.
Pregam em pares.
Cumprir o Evangelho significa também pregá-lo. Eles faziam isso em pares e de
forma itinerante. Os cátaros não estavam sempre em um lugar físico particular,
pois acreditavam que Deus estava onde eles estavam.
Acreditam na
reencarnação. Entendem que “a alma não morre, mas passa de corpo a corpo”.
Apresentam outra visão
da origem do mal no mundo. Trata-se de um novo caminho para a salvação da alma
e uma nova reflexão. Defendem que o mal vem de outro Deus que não tem nada a
ver com cristianismo, mas surge a partir de uma criação demoníaca.
A mulher tem um papel
importante e pode pregar. De acordo com Sergi Grau, “as mulheres viram os
cátaros como um grupo onde podiam desenvolver a religião como faziam os
homens”.
Contam com uma sólida
formação. Vale destacar que eles traduziram a Bíblia ao catalão, ao castelhano
e ao francês.
Seu tesouro: o Santo
Graal. Diz a lenda que esta igreja guardava o Santo Graal no Mosteiro de
Montsegur, na Catalunha (Espanha).
Cinco documentos são
preservados, dos quais três se referem a cerimônias: A Ceia Secreta, O livro
dos dois princípios, O ritual occitano de Lyon, O anônimo e Summa Catharis.
Sua herança: a
pregação. Apesar de serem considerados hereges, o catolicismo partilha com eles
a importância da pregação – e sua arma principal para neutralizar os cátaros
era, precisamente, a pregação, como mostra a vida de São Vicente Ferrer.
Um cátaro
contemporâneo é Juan de San Grial. Trata-se do russo Johann Bereslavskiy,
fundador da nova escola cátara, e está em constante contato com líderes das
diferentes religiões cátaras em todo o mundo, bem como personagens intelectuais
proeminentes, como mestres do sufismo e do budismo zen. Em 2001, este místico
recebeu o Prêmio da Paz Albert
Fotos do retiro da crisma 2017
com jovens e adultos da Paróquia São Pedro e São Paulo Apóstolos Belo Jardim
no CEDEC - Terra da Misericórdia - Arcoverde
"Neste domingo, 27, a
Igreja no Brasil comemora o Dia do Catequista, celebrado anualmente no último
domingo de agosto junto com o dia dedicado ao leigo, no contexto do mês
vocacional.
Em entrevista ao Portal
da CNBB, o bispo de Goiás, Dom Eugênio Rixen, comentou a importância da
catequese como ensinamento essencial da fé. Dom Rixen foi presidente da
Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB por dois mandatos é autor
de vários livros sobre iniciação à vida cristã.
“De fato, o catequista
está a serviço da iniciação à vida cristã de crianças, adolescentes, jovens e
adultos. Por isso, ele recebe uma missão da sua comunidade (…) Hoje, mais do
que nunca, o catequista precisa ser uma testemunha dos valores do Evangelho,
pois se atrai mais pelo exemplo de vida do que por muitas palavras não
vividas”, enfatizou o bispo.
Dom Rixen explicou que
o primeiro objetivo da catequese é ajudar os catequizandos e crismandos a fazer
uma verdadeira experiência de Deus através do anúncio do Querigma, o anúncio
inicial sobre o amor de Deus. “Após este primeiro anúncio, começa a catequese
propriamente dita que aprofunda o conteúdo da fé, faz entrar na vida dos
sacramentos, estuda a moral cristã e leva a uma profunda vida de oração”.
A catequese já é uma
praxe na Igreja e remonta à época apostólica. Segundo Dom Rixen, nos séculos
III e IV elaborou-se o catecumenato que dava formação sistemática e celebrativa
aos que queriam se tornar discípulos de Jesus. Mais tarde, na Idade Média, a fé
cristã se encarnou na religiosidade popular; na época moderna, acentuou-se o
conhecimento doutrinal da formação religiosa. E desde o século XX,
principalmente após o Concílio Vaticano II, fortaleceu-se uma catequese mais
bíblica e celebrativa. Nesse sentido, Dom Rixen afirmou que ser catequista é
dar continuidade ao ministério da Palavra iniciado por Jesus e transmitida aos
apóstolos.
E por ocasião do Dia do
Catequista, a Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB lançou uma
mensagem a todos os catequistas. O texto é assinado pelo arcebispo de Curitiba
e presidente da Comissão, Dom José Antônio Peruzzo. Unindo-se à voz da CNBB,
Dom Rixen parabenizou esses evangelizadores que com entusiasmo iniciam
crianças, jovens e adultos no caminho de Jesus.
“É uma missão
fundamental para a Igreja. Gostaria, no entanto, que os padres e os bispos
valorizassem ainda mais a missão daqueles que exercem este serviço eclesial,
apoiando-os através da oração e acompanhando-os nos encontros, valorizando-os
nas celebrações e ajudando-os fornecendo materiais de qualidade. Estou em
comunhão de oração com os catequistas que se dedicam de corpo e alma à
catequese”, finalizou o bispo de Goiás."
A sociedade há de
encontrar na fé a nota indispensável e insubstituível da sua sinfonia perdida.
Pensam muitos que para se conquistar essa harmonia basta a correção no âmbito
da política partidária. Trata-se de aspecto importante, mas que não é
suficiente. Há um longo caminho de reconstrução das cidadanias para vencer
mediocridades. É preciso reagir, com investimentos urgentes e indispensáveis,
na educação, em reformas, no cultivo da sensibilidade social, da consciência de
que se pertence a um povo. De modo especial, é importante investir na fé,
tesouro que
alicerça a vida,
ilumina a razão, inspira e equilibra a conduta humana.
A Palavra de Deus, na
Carta aos Hebreus, capítulo 11, bem define esse tesouro: “A fé é a certeza daquilo
que ainda se espera, a demonstração de realidades que não se veem”. Cultivá-la
provoca transformações profundas que são capazes de devolver, a cada pessoa, o
brilho sagrado que reside no coração humano. Por isso mesmo, não é permitida a
nenhuma confissão religiosa contemporizar com as manipulações a respeito dos
entendimentos sobre Deus e a fé n’Ele professada, para alcançar certos
objetivos questionáveis.
Cultura e sociedade
Os líderes religiosos
têm grande responsabilidade e não podem retardar a reação diante dessas
manipulações que ocorrem a partir de meios de comunicação bem estruturados, de
certas práticas alicerçadas na irracionalidade que, por isso mesmo, são
incapazes de gerar transformações necessárias na cultura e na sociedade.
Situações diversas que impedem o surgimento de novos horizontes, só alcançados
pela fé, por sua vivência, a partir da coragem profética e mística de seu
testemunho.
Compreende-se a fé não
como prática piedosa, no sentido de se reservá-la a sacristias, ou como força a
ser buscada simplesmente pelo viés milagreiro, conduta que muitas vezes apenas
alimenta cofres, justifica nomes e deixa, em segundo plano, o que é essencial e
urgente no que se refere a respostas cidadãs. A fé é uma luz que deve incidir
sobre todas as relações sociais, desdobrando-se em gestos de solidariedade.
Toda autêntica
manifestação da fé é experiência de fraternidade, sustentada pelo
reconhecimento da paternidade de Deus. No centro dessa experiência está o amor
do Pai, que não deixa obscurecer a preciosidade singular da vida humana. Assim,
a fé leva o homem a preservar o seu lugar no universo, sem que se extravie da
sua natureza. Quem cultiva a fé torna-se cada vez mais consciente da própria
responsabilidade moral, demove-se da pretensão de ser árbitro absoluto de tudo
e não corre o risco oneroso e destruidor de achar que tem o direito de
manipular outras pessoas.
Justiça
É verdade que a justa
ordem da sociedade e do estado é dever da política e, como afirma Santo
Agostinho, “um estado que não se rege segundo a justiça, se reduz a uma grande
banda de ladrões, porque a justiça é o objetivo e a medida intrínseca de toda
política”. Na busca pela realização da justiça, a política necessita da fé, que
tem propriedades para iluminar a razão a partir da experiência do encontro com
o Deus. Essa experiência ultrapassa a dimensão simplesmente racional. Nesse
sentido, a fé possibilita à razão realizar melhor a sua tarefa de configurar a
cidadania nos parâmetros necessários para a construção de uma sociedade melhor.
Por tudo isso, é
possível reconhecer a importância de cultivar e sempre ter apreço pelo
patrimônio da fé enraizado na cultura de um povo. Um dom que exige atenção
redobrada no seu cuidado. Eis um compromisso de todos, de governos também, para
que a genuinidade da fé fecunde cidadanias e reconduza a sociedade aos caminhos
da
justiça, do bem, às
veredas da verdade e da fraternidade.
Por Dom Walmor Oliveira
de Azevedo – Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte
Quando se trata de
saúde, não se deve pensar apenas na estrutura física do corpo, mas também na
mente. O corpo humano necessita de uma relação equilibrada do ponto de vista
fisiológico e mental. Sem isto, manter-se emocionalmente estável e saudável
pode se tornar um problema.
Dados da Organização
Mundial de Saúde (OMS) mostram que há 322 milhões de pessoas atualmente
sofrendo algum tipo de transtorno mental. O Brasil ocupa o quinto lugar neste
ranking quando se trata especificamente de depressão.
Os transtornos mentais
implicam alterações no comportamento, na emoção e no sistema cognitivo do
indivíduo, na maneira que a pessoa tem de perceber e conhecer a realidade que a
cerca. Existem mais de 200 tipos de transtorno mentais, que foram classificados
em 17 categorias, divididos em quatro grupos: Transtornos Psicóticos
(alucinações), Transtornos Neuróticos (a pessoa permanece consciente, mas sofre
disfunções como a fobia, por exemplo), Transtornos Orgânicos (doenças orgânicas
e alterações cerebrais podem causar os transtornos mentais) e, por fim, os
Transtornos Funcionais (aqueles em que não se consegue identificar a causa).
“O número de
transtornos mentais tem aumentado por conta de dois motivos: a medicina evoluiu
e passou a incluir novas manifestações das doenças. Além disso, temos situações
no mundo atual que têm levado a um maior adoecimento das pessoas. Ou seja, são
vários fatores que, juntos, aumentam este número de distúrbios mentais”,
explica o médico sanitarista e epidemiologista Ado Pechelli.
O transtorno de
ansiedade já é considerado um problema de saúde pública. Sua origem, bem como a
dos demais transtornos mentais, pode acontecer das mais diversas maneiras.
“Existe todo um somatório de fatores e diferenças individuais que podem fazer
surgir esses transtornos”, disse Pechelli.
Uma das principais
razões para o surgimento de distúrbios mentais é o uso de drogas ilícitas,
sobretudo aquelas conhecidas como drogas adrenérgicas, que imitam a ação da
adrenalina ou da noradrenalina. Cocaína e craque estão entre essas substâncias,
que estimulam o sistema nervoso central. “O uso contínuo delas pode, sim, levar
ao desenvolvimento de transtornos mentais”, esclarece o médico. “Todos que usam
drogas desenvolverão distúrbios? Não, mas o uso destas drogas é um gatilho
importante para isto”, reitera.
A hereditariedade
também pode despertar distúrbios mentais. Não é, porém, um fator definitivo
para o surgimento dessas disfunções. “Você pode ter um pai e uma mãe com
transtorno mental e não necessariamente desenvolver isto, mas filhos de pais
assim têm um risco maior para desenvolver isto”, afirma Pechelli.
O uso excessivo de
aparelhos celulares, os conhecidos smartphones, além das redes sociais, tem
gerado preocupação no que diz respeito ao comportamento das pessoas. Mas não
podem ser apontados como causas definitivas para o surgimento de doenças
mentais. “O abuso é ruim para qualquer coisa, até de água o abuso é ruim, por
isso temos que ter comedimento”, avalia o médico sanitarista.
O exagero na ingestão
de medicamentos cujo princípio ativo seja a benzodiazepina — ansiolítico muito
utilizado para diversas situações — também pode ser determinante para o
surgimento de transtornos mentais.
Cuidados
Para o médico, evitar
situações que gerem muito estresse ou que sejam de certa maneira difíceis de
lidar são essenciais para que estes distúrbios não surjam. “Se você tiver uma
predisposição genética, elas podem desencadear essas doenças”, revela o médico.
Levar uma vida
saudável, trabalhar em um ambiente com boas condições e evitar situações que
gerem estresse, segundo Pichelli, são fundamentais à saúde mental. “Não existe
uma forma mágica para não se ter essas doenças, mas existem condições que você
pode criar para que elas não apareçam”, finaliza.