quinta-feira, 31 de agosto de 2017

O papa Francisco fala sobre as mulheres de sua vida em livro




O pontífice faz uma homenagem especial às suas duas avós, à sua mãe - que "enfrentava os problemas um atrás do outro", incluindo sofrimentos físicos

O papa Francisco revela o seu lado mais íntimo em um novo livro de entrevistas, que será publicado em breve, no qual fala sobre as mulheres com as quais mais contou durante a sua vida.

O livro “Política e Sociedade”, que nasceu a partir de um diálogo entre o pontífice e o pesquisador francês Dominique Wolton, será publicado em setembro, mas a revista Le Figaro Magazine divulgará alguns trechos em sua edição de sexta-feira (1).

Na obra, Francisco fala sobre vários temas delicados para a Igreja, como o casamento entre homossexuais, sacerdotes pedófilos, as relações entre o catolicismo e o islamismo, ou até mesmo a comunhão entre divorciados.

Porém, de forma não habitual, faz algumas confidências sobre as mulheres mais importantes da sua vida. “Agradeço a Deus por ter conhecido mulheres autênticas ao longo de minha vida”, declarou o papa argentino.

O pontífice faz uma homenagem especial às suas duas avós, à sua mãe – que “enfrentava os problemas um atrás do outro”, incluindo sofrimentos físicos -, e às suas irmãs.

“E também tive as amigas da adolescência, as ‘namoradinhas’… Estar sempre em contato com as mulheres foi muito enriquecedor”, ressalta o papa, que diz ter “aprendido (…) que as mulheres veem as coisas de uma maneira diferente da dos homens” e que é “importante escutar ambos”.

O papa conta também que foi muito influenciado por uma militante comunista, Esther Ballestrino de Careaga, assassinada durante a ditadura argentina (1976-1983) após ajudar a fundar o movimento Mães da Praça de Maio.

“Ela me ensinou a pensar a realidade política. (…) Devo muito a essa mulher”, disse Francisco.


O papa conta também que “consultou uma psicanalista judia” quando tinha 42 anos, em um momento de sua vida no qual “sentiu necessidade”. Consultou-se uma vez por semana durante seis meses “para esclarecer algumas coisas”. “Uma pessoa muito boa” que “me ajudou muito”, acrescentou.

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Moda Masculina - Cristão Indie

Hoje vou falar de um estilo não somente musical, mas também de vestuário que eu sou adepto desse estilo de se vestir que caracteriza quem eu sou, na maneira de pensar e ser diariamente, independente que foge das regras de uma sociedade capitalista. 

O estilo de hoje é o Indei  que surgiu entre o cenário de bandas de rock independente na década de 80. Como todo meio social. esse estilo também caiu na graça dos cristãos católicos e protestantes. 

A imagem pode conter: 1 pessoa, em pé, óculos de sol e sapatos

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Estilos envolvem o cotidiano mundial de cada pessoa e acabam sendo conhecidos como rótulos. Do rocker, hippie ao fashionista, cada um tem um modo de se vestir que envolvem muitas vezes uma semiótica de sua tribo. Do mais discreto chegando ao mais extravagante, os estilos variam de acordo com cada pessoa e gosto que ela apresenta em seu meio.

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Adotando um estilo mais largado, o Indie apresenta em seu vestuário o famoso e velho jeans surrado. Sendo rasgado ou desbotado, o material envolve peças do guarda roupa diário como calças, jaquetas, bermudas, saias, calças e shorts. Outro foco ainda fica para a flanela, utilizada em camisas que normalmente trazem a estamparia xadrez, especialmente para o público masculino.

Arquivo para Look da Semana - Página 10 de 49 - MODA MASCULINA - RODRIGO PEREK

Inspiração: Looks para o final de semana

Chainloop Lin -  - 2015.07.16

Armário Masculino | Moda masculina

Shorts Men Summer

Bermuda Masculina, Bermuda Masculina com Barra Dobrada é um dos destaques para 2017. Macho Moda - Blog de Moda Masculina: Bermuda Masculina com Barra Dobrada, pra Inspirar. Moda masculina, Roupa de Homem, Moda para Homens. Camiseta Manga Longa Vinho, Bermuda Azul marinho, All Star Converse ano Alto Vinho, Óculos de Sol espelhado.

Urban style. Bermuda jeans e camiseta preta, combinam muito.

Um dos acessórios mais legais e condizentes ao masculino precisa da sua ajuda, jovem rebelde

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Participando do cenário underground, o estilo Indie pode ser montado muitas vezes com peças retrô, sendo elas de brechó ou ainda de algum guarda-roupa antigo. As peças preferenciais entre as mulheres estão entre as que possuem modelagem com cós alto ou ainda com estamparia diversificada. Já para os homens, os modelos favoritos estão entre os mais discretos e justos ao corpo, desde camisas como calças."


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Desde quando os homens deixaram de se vestir com ternos, chapéus e sapatos, ele se faz presente. Como o próprio nome diz, ele vem de Independente e hoje está cada vez mais atrelado aos músicos das bandas Indie. O estilo indie masculino que falamos hoje, é sim uma moda que vem da música.

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terça-feira, 29 de agosto de 2017

Depois de 77 anos separadas, mãe reencontra filha concebida em estupro




Ela destinou a criança para adoção, manteve tudo em segredo durante quase 80 anos, mas não perdeu as esperanças de reencontrar a filha

Minka Disbrow tinha apenas 16 anos quando, em 1928, passou pelo pior momento de sua vida. Ela e uma amiga foram atacadas por três homens e estupradas. Grávida, Minka venceu as dificuldades, destinou a criança para adoção, casou-se e teve outros filhos – e guardou o segredo por 77 anos. Foi só aos 94 anos que ela contou a história aos filhos e netos e pôde reencontrar e abraçar a sua primeira filha.

Minka vivia em uma fazenda no estado de Dakota do Sul, nos Estados Unidos. Ela escondeu de sua mãe o que havia acontecido, até que percebeu algumas mudanças no seu corpo. Foi então que a mãe teve que lhe explicar como os bebês nasciam, o que a moça ainda não sabia. Além disso, Minka foi enviada para uma residência luterana para adolescentes grávidas até dar à luz, a fim de esconder a gravidez de sua irmã. Ela teve uma menina, chamou-a de Betty Jane e destinou-a à adoção.

A vida continuou, Minka casou-se, teve dois filhos e manter o segredo sobre o estupro e a filha se tornou um hábito. Ela teve diversos empregos e viveu em várias cidades até se estabelecer em San Clemente, na Califórnia.

No decorrer dos anos, Minka escreveu secretamente dezenas de cartas à agência de adoção da Casa de Misericórdia à qual ela tinha entregue Betty. Ela chegou a ter algumas informações sobre a filha até que a direção da agência mudou e elas perderam qualquer forma de contato.

Foi só em 2006, quase oitenta anos depois do ocorrido, que ela contou aos seus filhos e netos o que havia acontecido. Ela mostrou aos parentes uma fotografia em preto-e-branco da criança, que ela manteve escondida durante todos esses anos. “Ficamos completamente chocados”, disse Cathy LaGrow, neta de Minka, ao site TheBlaze. “Nunca imaginaríamos que algo assim teria acontecido com a nossa avó”.

“Uma cascata de amor”

“Foi a sua fé que lhe permitiu manter a esperança por todos esses anos de que Betty Jane estava tendo uma vida feliz e tinha uma família unida”, disse Cathy. De fato, Betty – que agora se chama Ruth Lee – havia se casado e tido filhos, sem nunca ter conhecimento sobre a situação na qual foi concebida. Minka, porém, não sabia de nada disso.

Mas Ruth, que mora em Wisconsin, também estava atrás de informações sobre o seu passado. Diagnosticada com problemas no coração e na vesícula biliar em 2006, ela tinha poucas informações a dar aos médicos sobre os seus antecedentes médicos familiares. Ela então foi atrás de informações e encontrou os arquivos de sua adoção – recheados de cartas de Minka, que passou décadas perguntando sobre sua filha, sem obter resposta.

“O amor que jorrou dessas cartas foi como uma cascata de amor”, disse Ruth sobre o momento em que descobriu o arquivo. Foi só nesse momento que ela soube que tinha sido concebida em um estupro – Ruth pensava que seus pais tinham sido simplesmente um casal jovem, sem recursos para criar a filha.

“Eu pensei: ‘Meu Deus do céu, naquele tempo já havia estupros?’ Eu mal podia acreditar. Sentia muita raiva pelo que foi feito com ela”, contou Ruth. “Com tudo que lhe aconteceu, você percebe que ela poderia ter se tornado muito amarga. Mas isso só a fez mais forte e com mais fé – e isso é maravilhoso”.

Minka Disbrow, Ruth Lee e Cathy LaGrow (foto: divulgação).

Minka Disbrow, Ruth Lee e Cathy LaGrow (foto: divulgação).
Minka Disbrow, Ruth Lee e Cathy LaGrow (foto: divulgação)

O reencontro

Com a ajuda do filho, Ruth descobriu o telefone e o paradeiro de Minka – e se surpreendeu ao saber que a mãe ainda estava viva. Ela tomou coragem e telefonou para a sua mãe. “Foi muito emocionante. Ela queria saber se eu tinha tido filhos, e respondi: ‘Sim, tenho seis’. Ela queria saber tudo sobre eles”.

Minka ficou maravilhada ao saber que um dos seus netos era astronauta e tinha estado quatro vezes no espaço. As duas então marcaram de se encontrar. “Choramos muito”, contou Ruth. “Ela me deu o dom da vida e o dom da adoção”. As duas mantiveram-se em contato até a morte de Minka, em 2014, aos 102 anos de idade.

“Foi uma experiência tão incrível e surreal que eu ainda penso às vezes que vou acordar e tudo não terá passado de um lindo sonho”, disse Ruth. “Nunca vi minha mãe tão feliz”, afirmou Dianna Huhn, filha de Minka.

A neta, Cathy, escreveu um livro contando a história da família. “The Waiting: The True Story of a Lost Child, a Lifetime of Longing, and a Miracle for a Mother Who Never Gave Up” (“A espera: a história real de uma criança perdida, uma vida inteira de espera e um milagre para uma mãe que nunca desistiu”, em tradução livre) foi publicado apenas um mês antes da morte de Minka.


Veja ao trailer do livro com imagens do reencontro:



Moça é pedida em casamento de surpresa e diante do Papa


ACI Digital


Um gesto bem mais que romântico; abençoado

Um jovem legislador venezuelano surpreendeu a sua namorada e o Papa Francisco ao pedir a mão da jovem em casamento no domingo, 27 de agosto, na Sala Clementina do Vaticano.

O pedido de casamento foi feito durante uma audiência privada do Santo Padre com os 80 delegados de vários países que participavam da reunião anual da International Catholic Legislators Network (ICLN), em Roma.

Em declarações ao National Catholic Register, Darío Ramírez disse que naquele dia, ele e a sua namorada Maryangel Espinal conversaram com o Papa sobre a situação da Venezuela e, em seguida, o jovem lhe mostrou as fotografias do grupo de teatro para adolescentes que apoia no Panamá, onde vive há três anos.

Depois, pediu ao Pontífice que lhe desse uma bênção especial e disse que a sua namorada “não tinha ideia” do que ia acontecer.

“Eu via que Maryangel estava pensando: ‘O que você vai fazer? Pedirá que nós façamos uma selfie?’ Ela ficou surpresa. Expliquei ao Santo Padre que a mulher que estava ao meu lado era a mulher da minha vida. Que eu a conheci em uma igreja, que Deus a colocou na minha vida e que eu queria pedir a sua mão em casamento. Então ajoelhei no chão e lhe perguntei”, contou.

Ele lembra que o Pontífice disse: “Uau, diante do Papa! Ela não está falando. Ele te pediu em casamento, o que você vai responder?”.


“Ela respondeu: ‘É claro que sim!’. E ele nos abençoou”, explicou Darío.




Rodríguez disse que todas as pessoas que estavam presentes os felicitaram e até alguns delegados estrangeiros disseram que queriam ir ao casamento.

O jovem venezuelano indicou que, para fazer o seu pedido de casamento, pediu a permissão do Cardeal Christoph Schönborn, Arcebispo de Viena e promotor da ICLN.

No exílio

Darío Ramírez fugiu há três anos da Venezuela para o Panamá devido à repressão do governo de Nicolás Maduro contra a oposição.

“Perdi tudo. Perdi o meu emprego, tive que deixar a minha casa, há três anos não posso voltar para a Venezuela. Sinto falta dos meus amigos, sinto falta da minha família”, expressou.

Este legislador já havia cumprimentado o Papa Francisco em uma audiência privada concedida ao ICLN em 2015, mas para poder viajar nesta ocasião teve que conseguir um passaporte de refugiado no Panamá, pois se renovasse o seu passaporte venezuelano poderia ser preso.

Conheceu a sua namorada, Maryangel Espinal, há 18 meses em uma igreja no Panamá e há seis meses pensou na possibilidade de casar-se com ela.

“Rezei para ter uma orientação e, quando decidi, pensei em pedir-lhe em casamento da melhor forma possível”, manifestou.

Os seus amigos pagaram a sua viagem a Roma e ele mesmo fez o anel de noivado, depois de frequentar aulas com um joalheiro.

Atualmente, Darío está realizando campanha a fim de que outros venezuelanos possam conseguir o passaporte de refugiado. “Muitas pessoas precisam disso. Eu realmente quero ajudá-las”.

“Estou muito feliz de poder ajudar a Deus como posso e também estou tentando ajudar a Venezuela estando do lado de fora. Um bom amigo me disse: ‘Quando você coloca seus talentos a serviço de Deus, o impossível pode acontecer’”, destacou.


“Nem sequer nos meus sonhos mais loucos pensei que isso aconteceria”, afirmou.

A estranha geração dos adultos mimados


Ruth Manus, via Soma de todos os afetos


O fato de termos sido criados com cuidado e afeto pelos nossos pais, começou a confundir-se com uma espécie de sensação de que todos devem nos tratar como eles nos trataram.

Tudo começou com uma colega minha de estágio, há mais de 10 anos, que pediu demissão por acreditar que “não foi criada para ficar carregando papel”. Sim, carregar papel fazia parte das nossas tarefas, enquanto ajudávamos o juiz e os demais servidores públicos com os processos do Tribunal. Acompanhávamos audiências, ajudávamos com os despachos e, sim, carregávamos papéis entre o segundo e o quarto andar do edifício.

Os pais da menina convenceram-na de que ela era boa demais para aquilo. Não importava que nós fôssemos meninas de 19 anos, no segundo ano da faculdade, sem qualquer experiência, buscando aprender alguma coisa e ganhar uns poucos reais para comer hamburguer nos finais de semana. Ela, que tinha a certeza de ser uma joia rara, foi embora, deixando sua vaga vazia no meio do semestre e sobrecarregando todos os demais, inclusive eu, sem nem se constranger com isso.

O tempo passou e, quando eu já era advogada, tive um estagiário de vinte e poucos anos que, três meses depois de ser contratado, solicitou dois meses de férias. Eu nem sequer entendi o pedido. Perguntei se ele estava doente ou se havia algum outro problema grave. Ele me respondeu que não, que simplesmente tinha decidido ir para a Califórnia passar dezembro e janeiro, pois a irmã estava morando lá e ele tinha casa de graça. Eu mal podia acreditar no que estava ouvindo. Deixei ele ir e pedi que não voltasse mais.

Alguns anos depois, ouvi um grande amigo me dizer que iria divorciar-se. Ele havia casado fazia menos de um ano, com direito a uma imensa festa, custeada pelos pais dos noivos. Mais uma vez perguntei se algo de grave tinha ocorrido. Ele me respondeu que “não estava dando certo”, discorrendo sobre problemas como “brigamos por causa da louça na pia”, “não tenho mais tempo para sair com meus amigos” e “acho que ainda tenho muito para curtir”. Me segurei para não dar um safanão na cabeça dele. Aos 34 anos ele falava como um garoto mimado de 16. Tentava explicar isso para ele, mas era como conversar com a parede.

Agora foi a vez de uma amiga minha, com seus quase 30 anos, que me disse que iria pedir demissão pois fora muito desrespeitada no trabalho. Como sou advogada trabalhista, logo me assustei, imaginando uma situação de assédio moral ou sexual. Foi quando ela explicou: meu chefe fez um comentário extremamente grosseiro no meu facebook. Suspirei e perguntei o que era, exatamente. Ela disse que postou uma foto na praia, num fim de tarde de quarta-feira, depois do expediente, e o chefe comentou “Espero que não esqueça que tem um prazo para me entregar amanhã cedo”. E isso foi suficiente para ela se sentir mal a ponto de querer pedir demissão de um bom emprego.

Eu não sei bem o que acontece com a minha geração. O fato de termos sido criados com cuidado e afeto pelos nossos pais, começou a confundir-se com uma espécie de sensação de que todos devem nos tratar como eles nos trataram. O chefe, o colega, o marido, a mulher, os amigos, ninguém pode nos tratar de igual para igual e muito menos numa hierarquia descendente. Se não for tratado a pão de ló, este jovem adulto surta, se julga injustiçado e vai embora.

Acho que o mundo evoluiu e as situações nas quais se tratava alguém com desrespeito são cada vez menos toleráveis, o que é ótimo. Também é ótimo o fato de sermos uma geração que busca felicidade e não apenas estabilidade financeira. É bom termos a coragem de mudar de carreira, de recomeçar, de priorizar as viagens e não a casa própria.


Mas nada disso justifica que a minha geração tenha comportamentos tão egoístas, agindo como verdadeiras crianças mimadas. E o grande perigo é que essas crianças mimadas têm belos diplomas e começam a ocupar cargos importantes nas empresas e no setor público. Vamos nos tornar um perigoso jardim de infância, no qual quem manda não pode ser contrariado e quem obedece também não. Isso não será uma tarefa fácil.

sábado, 26 de agosto de 2017

Os cátaros – realidade ou lenda?

Miriam Diez Bosch


Sua doutrina, resumida em 10 pontos

Corria o século XII e na Europa surgiram alguns clérigos que pregavam por conta própria. Chamavam-se “bons cristãos”. Eles renunciaram à Igreja. Este movimento, o catarismo, enraizou-se em algumas partes do velho continente até o século XIV. França, Renânia, Itália, Bélgica, Inglaterra, Catalunha e a Coroa de Castela são os pontos no mapa onde eles estavam presentes. Que eram? Por que eles se revoltaram? O que defendiam?

Sergi Grau Torras é doutor em Filosofia e licenciado em História. Especialista em catarismo, é autor do livro La invención de los cátaros (Angle Editorial, 2016). Ele assegura que foi construída uma imagem em torno dos cátaros que tem convencido, mas “tem pouco a ver com a realidade”. Seu objetivo é contar a história real a partir de tudo o que permanece documentado.

Cátaro vem do grego puro, limpo

“Os cátaros foram cristãos que renunciaram à liturgia, à hierarquia e à Igreja e que se apresentavam como uma alternativa”, explica. Sergi Grau destaca 10 características que nos permitem esclarecer as ideias sobre o catarismo e distinguir a realidade da ficção:

Renegam o batismo. Eles acreditavam que é necessário ter a consciência de se tornar parte da Igreja. Seu ritual era uma espécie de batismo espiritual que consistia na imposição das mãos, momento a partir do qual se convertiam em “bons cristãos” e deviam cumprir fielmente o Evangelho. Segundo eles, a Igreja havia perdido este valor.

Pregam em pares. Cumprir o Evangelho significa também pregá-lo. Eles faziam isso em pares e de forma itinerante. Os cátaros não estavam sempre em um lugar físico particular, pois acreditavam que Deus estava onde eles estavam.

Acreditam na reencarnação. Entendem que “a alma não morre, mas passa de corpo a corpo”.

Apresentam outra visão da origem do mal no mundo. Trata-se de um novo caminho para a salvação da alma e uma nova reflexão. Defendem que o mal vem de outro Deus que não tem nada a ver com cristianismo, mas surge a partir de uma criação demoníaca.

A mulher tem um papel importante e pode pregar. De acordo com Sergi Grau, “as mulheres viram os cátaros como um grupo onde podiam desenvolver a religião como faziam os homens”.

Contam com uma sólida formação. Vale destacar que eles traduziram a Bíblia ao catalão, ao castelhano e ao francês.

Seu tesouro: o Santo Graal. Diz a lenda que esta igreja guardava o Santo Graal no Mosteiro de Montsegur, na Catalunha (Espanha).

Cinco documentos são preservados, dos quais três se referem a cerimônias: A Ceia Secreta, O livro dos dois princípios, O ritual occitano de Lyon, O anônimo e Summa Catharis.

Sua herança: a pregação. Apesar de serem considerados hereges, o catolicismo partilha com eles a importância da pregação – e sua arma principal para neutralizar os cátaros era, precisamente, a pregação, como mostra a vida de São Vicente Ferrer.

Um cátaro contemporâneo é Juan de San Grial. Trata-se do russo Johann Bereslavskiy, fundador da nova escola cátara, e está em constante contato com líderes das diferentes religiões cátaras em todo o mundo, bem como personagens intelectuais proeminentes, como mestres do sufismo e do budismo zen. Em 2001, este místico recebeu o Prêmio da Paz Albert

Missão do catequista é fundamental para a Igreja, diz bispo


Fotos do retiro da crisma 2017 com jovens e adultos da Paróquia São Pedro e São Paulo Apóstolos
Belo Jardim no CEDEC - Terra da Misericórdia - Arcoverde


"Neste domingo, 27, a Igreja no Brasil comemora o Dia do Catequista, celebrado anualmente no último domingo de agosto junto com o dia dedicado ao leigo, no contexto do mês vocacional.

Em entrevista ao Portal da CNBB, o bispo de Goiás, Dom Eugênio Rixen, comentou a importância da catequese como ensinamento essencial da fé. Dom Rixen foi presidente da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB por dois mandatos é autor de vários livros sobre iniciação à vida cristã.


“De fato, o catequista está a serviço da iniciação à vida cristã de crianças, adolescentes, jovens e adultos. Por isso, ele recebe uma missão da sua comunidade (…) Hoje, mais do que nunca, o catequista precisa ser uma testemunha dos valores do Evangelho, pois se atrai mais pelo exemplo de vida do que por muitas palavras não vividas”, enfatizou o bispo.

Dom Rixen explicou que o primeiro objetivo da catequese é ajudar os catequizandos e crismandos a fazer uma verdadeira experiência de Deus através do anúncio do Querigma, o anúncio inicial sobre o amor de Deus. “Após este primeiro anúncio, começa a catequese propriamente dita que aprofunda o conteúdo da fé, faz entrar na vida dos sacramentos, estuda a moral cristã e leva a uma profunda vida de oração”.


A catequese já é uma praxe na Igreja e remonta à época apostólica. Segundo Dom Rixen, nos séculos III e IV elaborou-se o catecumenato que dava formação sistemática e celebrativa aos que queriam se tornar discípulos de Jesus. Mais tarde, na Idade Média, a fé cristã se encarnou na religiosidade popular; na época moderna, acentuou-se o conhecimento doutrinal da formação religiosa. E desde o século XX, principalmente após o Concílio Vaticano II, fortaleceu-se uma catequese mais bíblica e celebrativa. Nesse sentido, Dom Rixen afirmou que ser catequista é dar continuidade ao ministério da Palavra iniciado por Jesus e transmitida aos apóstolos.


E por ocasião do Dia do Catequista, a Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB lançou uma mensagem a todos os catequistas. O texto é assinado pelo arcebispo de Curitiba e presidente da Comissão, Dom José Antônio Peruzzo. Unindo-se à voz da CNBB, Dom Rixen parabenizou esses evangelizadores que com entusiasmo iniciam crianças, jovens e adultos no caminho de Jesus.



“É uma missão fundamental para a Igreja. Gostaria, no entanto, que os padres e os bispos valorizassem ainda mais a missão daqueles que exercem este serviço eclesial, apoiando-os através da oração e acompanhando-os nos encontros, valorizando-os nas celebrações e ajudando-os fornecendo materiais de qualidade. Estou em comunhão de oração com os catequistas que se dedicam de corpo e alma à catequese”, finalizou o bispo de Goiás."

Por Canção Nova, com CNBB

Fé: uma luz que deve incidir sobre todas as relações sociais



A sociedade há de encontrar na fé a nota indispensável e insubstituível da sua sinfonia perdida. Pensam muitos que para se conquistar essa harmonia basta a correção no âmbito da política partidária. Trata-se de aspecto importante, mas que não é suficiente. Há um longo caminho de reconstrução das cidadanias para vencer mediocridades. É preciso reagir, com investimentos urgentes e indispensáveis, na educação, em reformas, no cultivo da sensibilidade social, da consciência de que se pertence a um povo. De modo especial, é importante investir na fé, tesouro que
alicerça a vida, ilumina a razão, inspira e equilibra a conduta humana.

A Palavra de Deus, na Carta aos Hebreus, capítulo 11, bem define esse tesouro: “A fé é a certeza daquilo que ainda se espera, a demonstração de realidades que não se veem”. Cultivá-la provoca transformações profundas que são capazes de devolver, a cada pessoa, o brilho sagrado que reside no coração humano. Por isso mesmo, não é permitida a nenhuma confissão religiosa contemporizar com as manipulações a respeito dos entendimentos sobre Deus e a fé n’Ele professada, para alcançar certos objetivos questionáveis.

Cultura e sociedade

Os líderes religiosos têm grande responsabilidade e não podem retardar a reação diante dessas manipulações que ocorrem a partir de meios de comunicação bem estruturados, de certas práticas alicerçadas na irracionalidade que, por isso mesmo, são incapazes de gerar transformações necessárias na cultura e na sociedade. Situações diversas que impedem o surgimento de novos horizontes, só alcançados pela fé, por sua vivência, a partir da coragem profética e mística de seu testemunho.

Compreende-se a fé não como prática piedosa, no sentido de se reservá-la a sacristias, ou como força a ser buscada simplesmente pelo viés milagreiro, conduta que muitas vezes apenas alimenta cofres, justifica nomes e deixa, em segundo plano, o que é essencial e urgente no que se refere a respostas cidadãs. A fé é uma luz que deve incidir sobre todas as relações sociais, desdobrando-se em gestos de solidariedade.

Toda autêntica manifestação da fé é experiência de fraternidade, sustentada pelo reconhecimento da paternidade de Deus. No centro dessa experiência está o amor do Pai, que não deixa obscurecer a preciosidade singular da vida humana. Assim, a fé leva o homem a preservar o seu lugar no universo, sem que se extravie da sua natureza. Quem cultiva a fé torna-se cada vez mais consciente da própria responsabilidade moral, demove-se da pretensão de ser árbitro absoluto de tudo e não corre o risco oneroso e destruidor de achar que tem o direito de manipular outras pessoas.

Justiça

É verdade que a justa ordem da sociedade e do estado é dever da política e, como afirma Santo Agostinho, “um estado que não se rege segundo a justiça, se reduz a uma grande banda de ladrões, porque a justiça é o objetivo e a medida intrínseca de toda política”. Na busca pela realização da justiça, a política necessita da fé, que tem propriedades para iluminar a razão a partir da experiência do encontro com o Deus. Essa experiência ultrapassa a dimensão simplesmente racional. Nesse sentido, a fé possibilita à razão realizar melhor a sua tarefa de configurar a cidadania nos parâmetros necessários para a construção de uma sociedade melhor.

Por tudo isso, é possível reconhecer a importância de cultivar e sempre ter apreço pelo patrimônio da fé enraizado na cultura de um povo. Um dom que exige atenção redobrada no seu cuidado. Eis um compromisso de todos, de governos também, para que a genuinidade da fé fecunde cidadanias e reconduza a sociedade aos caminhos da
justiça, do bem, às veredas da verdade e da fraternidade.


Por Dom Walmor Oliveira de Azevedo – Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte

Veja possíveis causas dos transtornos que afetam a mente



Quando se trata de saúde, não se deve pensar apenas na estrutura física do corpo, mas também na mente. O corpo humano necessita de uma relação equilibrada do ponto de vista fisiológico e mental. Sem isto, manter-se emocionalmente estável e saudável pode se tornar um problema.

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que há 322 milhões de pessoas atualmente sofrendo algum tipo de transtorno mental. O Brasil ocupa o quinto lugar neste ranking quando se trata especificamente de depressão.

Os transtornos mentais implicam alterações no comportamento, na emoção e no sistema cognitivo do indivíduo, na maneira que a pessoa tem de perceber e conhecer a realidade que a cerca. Existem mais de 200 tipos de transtorno mentais, que foram classificados em 17 categorias, divididos em quatro grupos: Transtornos Psicóticos (alucinações), Transtornos Neuróticos (a pessoa permanece consciente, mas sofre disfunções como a fobia, por exemplo), Transtornos Orgânicos (doenças orgânicas e alterações cerebrais podem causar os transtornos mentais) e, por fim, os Transtornos Funcionais (aqueles em que não se consegue identificar a causa).

“O número de transtornos mentais tem aumentado por conta de dois motivos: a medicina evoluiu e passou a incluir novas manifestações das doenças. Além disso, temos situações no mundo atual que têm levado a um maior adoecimento das pessoas. Ou seja, são vários fatores que, juntos, aumentam este número de distúrbios mentais”, explica o médico sanitarista e epidemiologista Ado Pechelli.

O transtorno de ansiedade já é considerado um problema de saúde pública. Sua origem, bem como a dos demais transtornos mentais, pode acontecer das mais diversas maneiras. “Existe todo um somatório de fatores e diferenças individuais que podem fazer surgir esses transtornos”, disse Pechelli.

Uma das principais razões para o surgimento de distúrbios mentais é o uso de drogas ilícitas, sobretudo aquelas conhecidas como drogas adrenérgicas, que imitam a ação da adrenalina ou da noradrenalina. Cocaína e craque estão entre essas substâncias, que estimulam o sistema nervoso central. “O uso contínuo delas pode, sim, levar ao desenvolvimento de transtornos mentais”, esclarece o médico. “Todos que usam drogas desenvolverão distúrbios? Não, mas o uso destas drogas é um gatilho importante para isto”, reitera.

A hereditariedade também pode despertar distúrbios mentais. Não é, porém, um fator definitivo para o surgimento dessas disfunções. “Você pode ter um pai e uma mãe com transtorno mental e não necessariamente desenvolver isto, mas filhos de pais assim têm um risco maior para desenvolver isto”, afirma Pechelli.

O uso excessivo de aparelhos celulares, os conhecidos smartphones, além das redes sociais, tem gerado preocupação no que diz respeito ao comportamento das pessoas. Mas não podem ser apontados como causas definitivas para o surgimento de doenças mentais. “O abuso é ruim para qualquer coisa, até de água o abuso é ruim, por isso temos que ter comedimento”, avalia o médico sanitarista.

O exagero na ingestão de medicamentos cujo princípio ativo seja a benzodiazepina — ansiolítico muito utilizado para diversas situações — também pode ser determinante para o surgimento de transtornos mentais.

Cuidados

Para o médico, evitar situações que gerem muito estresse ou que sejam de certa maneira difíceis de lidar são essenciais para que estes distúrbios não surjam. “Se você tiver uma predisposição genética, elas podem desencadear essas doenças”, revela o médico.

Levar uma vida saudável, trabalhar em um ambiente com boas condições e evitar situações que gerem estresse, segundo Pichelli, são fundamentais à saúde mental. “Não existe uma forma mágica para não se ter essas doenças, mas existem condições que você pode criar para que elas não apareçam”, finaliza.


Por Canção Nova