sexta-feira, 7 de julho de 2017

México: o país mais perigoso para os padres

Jaime Septién / Aleteia Brasil 

Nos últimos quatro anos, 18 sacerdotes foram assassinados no país 

O padre Luis López Villa, de 71 anos, foi assassinado no interior da paróquia de San Isidro Labrador, localizada na no município de Reyes La Paz, Estado do México. O crime aconteceu no dia 06 de julho de 2017.

Segundo a polícia, vários homens invadiram a igreja e roubaram objetos de valor do templo onde o padre Luis trabalhava. O corpo foi encontrado no quarto da vítima e apresentava lesões no pescoço e no peito, feitas por objeto cortante. Além disso, o padre estava amarrado e com fita adesiva nas mãos e na boca.

Padre Luis foi pároco por mais de uma década nesta localidade, que fica em uma região muito pobre e marcada pela criminalidade.

“O que posso dizer diante de tudo o que está acontecendo, diante da impotência que alguns sentem, é que é muito baixo atentar contra a vida de uma pessoa assim. Não tenho palavras para dizer o que sinto; é uma grande dor, uma grande perda”, disse uma vizinha da paróquia ao jornal “Excelsior”.

Para os fiéis que frequentavam a igreja, o padre Luis “era uma excelente pessoa, um ser humano maravilhoso, uma pessoa com muita luz, uma pessoa que sempre davas bons conselhos”.

Na manhã anterior ao crime, os fiéis levaram flores ao padre, que há dois anos ia ser transferido de igreja, mas eles não permitiram. Embora a polícia diga o contrário, os vizinhos garantem que os criminosos não roubaram nada do templo, nem do pequeno quarto do sacerdote.

Já a Conferência do Episcopado Mexicano, dirigida pelo cardeal de Guadalajara, José Francisco Roble, destacou: “Nestes momentos de sofrimento, nós, cristãos, vemos Cristo ressuscitado. Estamos certos que o mal não vencerá, que a morte não é o fim da mensagem de amor e esperança que nosso Senhor Jesus Cristo trouxe e que o padre Luis viveu ao longo de sua vida sacerdotal.”

A morte brutal do padre Luis expõe a onda de violência contra religiosos no país. O número de padres assassinados no México cresce vertiginosamente. Segundo o Centro Católico Multimeios (CCM), nos últimos quatro anos, e sem contar esse último assassinato, foram denunciadas 520 ameaças a padres, 17 assassinatos e 25 atentados contra seminaristas. O relatório ainda aponta que dois padres estão desaparecidos e dois foram vítimas de sequestros frustrados.


De acordo com Centro, pelo nono ano consecutivo, o México é considerado o país mais perigoso para exercer o sacerdócio. Ainda segundo o CCM, essa onda de violência é marcada pela falta de investimentos na segurança pública. O texto do órgão ligado à Igreja diz que “os agentes pastorais no México são cada vez mais vulneráveis à crescente onda de agressões, assassinatos e sequestros, posto que as autoridades lhe entregam pouca ou nenhuma proteção contra atentados, sobretudo em zonas de alto risco onde prolifera a insegurança e operam grupos do crime organizado”.

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