Jaime Septién / Aleteia
Brasil
Nos últimos quatro
anos, 18 sacerdotes foram assassinados no país
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O padre Luis López Villa, de 71 anos, foi assassinado no interior da paróquia de San Isidro Labrador, localizada na no município de Reyes La Paz, Estado do México. O crime aconteceu no dia 06 de julho de 2017.
Segundo a polícia,
vários homens invadiram a igreja e roubaram objetos de valor do templo onde o
padre Luis trabalhava. O corpo foi encontrado no quarto da vítima e apresentava
lesões no pescoço e no peito, feitas por objeto cortante. Além disso, o padre
estava amarrado e com fita adesiva nas mãos e na boca.
Padre Luis foi pároco
por mais de uma década nesta localidade, que fica em uma região muito pobre e
marcada pela criminalidade.
“O que posso dizer
diante de tudo o que está acontecendo, diante da impotência que alguns sentem,
é que é muito baixo atentar contra a vida de uma pessoa assim. Não tenho
palavras para dizer o que sinto; é uma grande dor, uma grande perda”, disse uma
vizinha da paróquia ao jornal “Excelsior”.
Para os fiéis que
frequentavam a igreja, o padre Luis “era uma excelente pessoa, um ser humano
maravilhoso, uma pessoa com muita luz, uma pessoa que sempre davas bons
conselhos”.
Na manhã anterior ao
crime, os fiéis levaram flores ao padre, que há dois anos ia ser transferido de
igreja, mas eles não permitiram. Embora a polícia diga o contrário, os vizinhos
garantem que os criminosos não roubaram nada do templo, nem do pequeno quarto
do sacerdote.
Já a Conferência do
Episcopado Mexicano, dirigida pelo cardeal de Guadalajara, José Francisco
Roble, destacou: “Nestes momentos de sofrimento, nós, cristãos, vemos Cristo
ressuscitado. Estamos certos que o mal não vencerá, que a morte não é o fim da
mensagem de amor e esperança que nosso Senhor Jesus Cristo trouxe e que o padre
Luis viveu ao longo de sua vida sacerdotal.”
A morte brutal do padre
Luis expõe a onda de violência contra religiosos no país. O número de padres
assassinados no México cresce vertiginosamente. Segundo o Centro Católico
Multimeios (CCM), nos últimos quatro anos, e sem contar esse último
assassinato, foram denunciadas 520 ameaças a padres, 17 assassinatos e 25
atentados contra seminaristas. O relatório ainda aponta que dois padres estão
desaparecidos e dois foram vítimas de sequestros frustrados.
De acordo com Centro,
pelo nono ano consecutivo, o México é considerado o país mais perigoso para
exercer o sacerdócio. Ainda segundo o CCM, essa onda de violência é marcada
pela falta de investimentos na segurança pública. O texto do órgão ligado à
Igreja diz que “os agentes pastorais no México são cada vez mais vulneráveis à
crescente onda de agressões, assassinatos e sequestros, posto que as
autoridades lhe entregam pouca ou nenhuma proteção contra atentados, sobretudo
em zonas de alto risco onde prolifera a insegurança e operam grupos do crime
organizado”.
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