sábado, 8 de julho de 2017

Será possível comungar mal?


Aleteia Brasil


A reposta pode te surpreender…

Discípulo – Padre, uma vez que admiravelmente me explicou o modo para bem me confessar e tão maravilhosamente me falou da excelência da confissão bem feita, explique-me também como devo comungar, a fim de evitar o perigo de comungar mal.

Mestre – Com todo prazer o farei, pois que, se é importante bem confessar-se, mais importante ainda é comungar bem, por se tratar do mais augusto e nobre dos Sacramentos.

D – Antes de tudo, Padre, diga-me: será que existem cristãos que comungam mal?

M – Infelizmente sim… E é coisa tão certa e que nos faz derramar tantas lágrimas o fato de que alguns – por falta de fé, de amor, temor de Deus ou até por indiferença e maldade – comungam mal, cometendo assim verdadeiros sacrilégios.

D – Será possível, Padre? Custa-me crê-lo.

M – Pode acreditar, porque se trata de uma triste realidade. Sim, há entre os cristãos quem se atreve a isso, levados pela indiferença e pela má fé. Pobres almas desgraçadas que assim espezinham a Jesus Cristo em seu Corpo, em sua Alma e em sua divindade.

D – E quem são estes cristãos?

M – Todos aqueles que se aproximam da mesa eucarística cientes de que se acham em pecado mortal. E nisto não há desculpa que valha. Nenhuma conciliação, nenhuma tolerância, nada há que possa diminuir a malícia do horrível sacrilégio que é perpetrado.
Ninguém é obrigado a comungar; por conseguinte, quem não quiser crer, quem não quiser abandonar o pecado, não comungue. Por que tratar tão mal a Jesus e martirizá-lo com tanta crueldade? Nos atos dos Mártires lê-se de certos imperadores tão cruéis que, a fim de causar maiores tormentos aos cristãos e induzi-los a renegar a fé, encarceravam-nos em sacos de couro repletos de serpentes, escorpiões e víboras, para que, assim, morressem vítimas das mordeduras desses repelentes animais. Conta-se também de outros, mais cruéis ainda, que atavam os cristãos a cadáveres em putrefação, rosto com rosto, braços com braços, peito com peito e os deixavam assim até morrerem ao contato com tais cadáveres em decomposição, plenos de vermes nauseabundos.
Pois bem, aquele que comunga sacrilegamente faz o mesmo com Jesus Cristo, obrigando-O a habitar em seu coração junto com o demônio, obrigando-O a sentir o cheiro de uma alma morta à graça divina.

D — Essas coisas, Padre, me fazem estremecer, e nem sequer as teria imaginado.

M — Pois bem, pense seriamente nelas agora, e faça um sincero propósito de nunca – e por nenhum motivo – aproximar-se indignamente da mesa sagrada da Comunhão.
O imperador Carlos Magno, vendo um dia avizinhar-se para saudá-lo um general que se achava em estado de embriaguez, repeliu-o com estas palavras de indignação: “Retire-te daqui, pois me causas nojo”. O general sentiu tanto esta repulsa que jurou nunca mais se embriagar e cumpriu, de fato, a palavra.
Assim também poderia dizer Jesus Cristo aos que se apresentam para receber indignamente a Sagrada Comunhão. E, se não o diz com os lábios, contudo o faz sentir no fundo do coração desses infelizes que não se convertem porque já estão acostumados a comungar mal ou porque já perderam completamente a fé.


Fonte: Livro “Comungai bem” do Rev. Pe. Luiz Chiavarino. Com adaptações da publicação de AASCJ

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