Depois que os
portugueses chegados ao Brasil começaram a se comunicar com as tribos locais,
no século XVI, ouviram os índios falarem de um homem santo que tinham visto
caminhar sobre as águas do mar e de uma grande Cruz que vinha diante dele. Esse
homem tinha ensinado muitas coisas aos seus ancestrais e era por eles chamado
de “Sumé”.
Alguns relatos
históricos e indícios materiais embasam a teoria que identifica nesse homem
ninguém menos que o Apóstolo São Tomé.
De fato, é tradição
antiga entre os índios que aquele Apóstolo a quem chamavam Sumé tinha vindo ao
Brasil e os ajudara a cultivar a terra. Sumé tinha ensinado os índios
brasileiros a adorarem e servirem a Deus e não ao demônio, a não terem mais de
uma mulher e a não comerem carne humana.
Do Rio Grande do Sul ao
Maranhão, passando por São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Paraíba e Ceará,
encontram-se vestígios, lendas e tradições que falam da suposta passagem de São
Tomé pelo país.
Na Bahia, em uma praia
do extremo sul de Salvador chamada precisamente São Tomé de Paripe, há uma
fonte perene de água doce que brota de um penedo junto a certas pegadas:
segundo a tradição, ali desceu São Tomé.
Perto de Cabo Frio, no
Rio de Janeiro, existe outro penedo que parece ter levado várias bordoadas:
segundo os índios, elas foram impressas pelo bordão de São Tomé numa ocasião em
que eles tinham resistido à doutrina ensinada pelo Apóstolo.
Quem foi São Tomé
Ele pertencia ao grupo
dos Doze Apóstolos de Cristo, chamado pessoalmente por Jesus apesar das suas
fraquezas e até mesmo crises de fé. A ele, Jesus disse uma das frases mais
importantes de todo o Evangelho a respeito de Si mesmo:
“Tomé lhe disse:
‘Senhor, nós nem sabemos para onde vais. Como poderíamos saber o caminho?’.
Jesus lhe disse: ‘Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai
senão por mim’” (Jo 14,6).
Tempos depois, quando
Jesus apareceu aos Apóstolos após a Ressurreição, Tomé não estava presente. Mas
o Mestre voltou a lhes aparecer oito dias depois:
“Os discípulos
encontravam-se reunidos na casa e Tomé estava com eles. Estando as portas
fechadas, Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: ‘A paz esteja convosco’.
Depois disse a Tomé: ‘Põe o teu dedo aqui e olha as minhas mãos. Estende a tua
mão e coloca-a no meu lado e não sejas incrédulo, mas crê!’. Tomé respondeu:
‘Meu Senhor e meu Deus!’” (Jo 20,26-28).
Meditando sobre este
episódio, o Papa São Gregório Magno comenta:
“A incredulidade de
Tomé não foi um acaso; ela foi prevista nos planos de Deus. O discípulo que,
duvidando da Ressurreição do Mestre, pôs as mãos nas Suas chagas curou assim a
ferida da nossa própria incredulidade”.
Segundo a tradição
oriental, São Tomé teria ido, depois do Pentecostes, evangelizar a Índia, onde
morreu, martirizado, testemunhando a fé e o amor cristão.
Por Aleteia Brasil
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