Caros amigos,
transcorridos os primeiros dias do ano, que traz consigo a esperança de
progresso e felicidade, não podemos nos esquecer da urgência de nossa missão. O
tempo nesta terra é um presente maravilhoso do Criador que nos dá, por amor,
uma vida plena. De fato, o mundo precisa de homens e mulheres que desejem viver
com Deus, irradiá-lo, não pelo gosto da fama, mas pela superabundância de vida
interior.
Deste modo, precisamos
de um plano. Vejo constantemente os que olham para o ano de 2018 e falam de
“planos de cursos”, “planos de orçamentos”, “planos de viagens”, “planos de
investimentos”, “planos de previdência”, “planos para os filhos”… talvez seja o
momento de ousarmos um verdadeiro “plano de vida”.
Se a vida é a preciosa
e a única existência que teremos nesta terra, em um determinado momento
precisamos parar e pensar o que estamos fazendo com ela. Qual o valor que dou
ao meu tempo? Como o estou gastando? Que garantias tenho da boa aplicação deste
investimento?
Passam os dias e as
horas cada vez mais depressa, por causa do ritmo frenético destes tempos
modernos. Caminhamos, andamos rápido, corremos o tempo todo. Mas não deixaremos
um rastro fecundo atrás de nós se não nos decidirmos, de uma vez por todas, por
Deus: Precisamos dizer sim a Deus!
Entretanto, este sim
não é uma obra qualquer. Exige cálculo, passos, pequenas e grandes mudanças:
exige um plano. Por exemplo: seria ingenuidade pensar que praticaremos o
Evangelho de Jesus Cristo hoje, se não tomamos nem cinco minutos para lê-lo e
nos custa recordar uma parábola que seja; ou ainda, não podemos dizer que somos
íntimos de Deus se não falamos com Ele, se não experimentamos um momento
reconfortante de oração diária, acompanhado daquele silêncio que tantos e
tantas fazem diante do televisor e celulares; também nunca expulsaremos as
trevas do pecado de nossos corações sem procurar o sacramento da reconciliação
ou sem o alimento da Eucaristia.
Ainda falta, para que
nosso plano seja verdadeiramente cristão, uma peça fundamental: o amor e o
cuidado pelos necessitados, a fraternidade nascida do Espírito de Jesus Cristo.
Completo esta ideia com palavras de nosso amado Papa Francisco: “Escreve São
Pedro Fabro no seu Memorial que o primeiro movimento do coração deve ser o de
‘desejar o que é essencial e originário, ou seja, que o primeiro lugar seja
deixado à solicitude perfeita de encontrar Deus nosso Senhor’ (Memorial, 63)
(…). Só estando centrados em Deus é possível caminhar rumo às periferias do
mundo!” (03/01/2014).
Por Dom Edney Gouvêa
Mattoso – Bispo de Nova Friburgo (RJ)
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