sábado, 10 de fevereiro de 2018

A verdadeira alegria do carnaval





Nosso povo precisa ser alegre, mas não dominado por vícios e por um cenário de autodestruição

Em meio à vibração do desfile e dos enredos, nossas raízes se tornam evidentes, revelando – em uma miscelânea de cores, contos e olhares – realidades que expressam as particularidades de nossa construção cultural enquanto povo e nação. Nesse evento, percebe-se, como que em um mosaico, o rosto de índios, escravos, brancos e caboclos em uma belíssima mistura que dá ao brasileiro o tom e a alegria que o faz “brilhar” no cenário dos povos. O carnaval é a celebração ápice de nossa cultura – mesmo não sendo genuinamente nossa –, é a festa que nos acrescenta visibilidade diante de todo o mundo!

A história tem revelado que um povo sem o hábito de celebrar sua cultura perde sua identidade. Contudo, em meio à beleza dos sons, confetes e serpentinas, que fazem parte dessa celebração, todo indivíduo tem a sincera missão de resgatar continuamente o real sentido e essência do que celebra.

Verdadeiros elementos do carnaval

Em uma sociedade que procura, a todo custo, fabricar motivos para alcançar novos lucros, faz-se necessário questionar quais são os verdadeiros elementos que, de fato, são integrantes da história do que festejamos. É claro que tal raciocínio poderá não agradar aos donos de cervejarias e aos distribuidores de “pedras mágicas” e entorpecentes, mas poderá muito nos acrescentar em vida e saúde, educando-nos para um sóbrio exercício de nossa alegria.

Nosso carnaval deveria ser expressão de festividade e alegria. No entanto, as estatísticas revelam não só uma celebração, mas também números exorbitantes de acidentes e tragédias, na maioria das vezes, impulsionados pelo efeito do álcool e das drogas.

Não existe conexão entre alegria e destruição

A melhor forma de “extravasar-se” diante das dificuldades e tensões não é tornar a vida mais caótica. Nossas festividades precisam se tornar um palco no qual a vida apresente belíssimos espetáculos de arte e sensibilidade, e não, em histórias de sofrimento e tragédia (muitas vezes orquestradas pelo excesso de álcool e pelo uso de drogas), com isso aumentando as estatísticas de irresponsabilidade e destruição. Nosso povo precisa ser alegre sim, mas nada dominado por vícios e por um cenário de autodestruição; o que não combina com uma verdadeira alegria.

Vivamos, pois, bem e com uma verdadeira alegria esse momento “tão nosso”. No trânsito, nos relacionamentos e na avenida, pulemos manifestando nossa verdadeira identidade e espontaneidade, mostrando que somos apaixonados pela vida e sabemos encarar a dureza dos dias – como em um “belo drible” – com a sinceridade e a leveza de sermos eternos aprendizes.

Um bom e feliz carnaval a todos!

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