Por: A soma de todos os afetos
Um ensinamento para
aplicar a todos os âmbitos da sua vida
Dia desses acordei
repetindo um trecho de uma das mais poderosas frases do psiquiatra Carl Jung, e
fui procurar a frase completa na internet. Desde então, tenho me reconectado
com seu sentido, tentando absorver sua essência e trazendo seu ensinamento para
todos os setores da minha vida. A frase diz: “Conheça todas as teorias, domine
todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma
humana”.
Como eu disse, o
sentido dessa frase pode ser aplicado a inúmeros setores da minha e da sua vida.
Trabalhando como dentista no SUS, tenho que ter consciência que, além de toda
técnica e conhecimento que tenho, além de toda responsabilidade e cumprimento
de protocolos, além de todo profissionalismo e senso de dever, sou uma alma
humana tocando outra alma humana.
E isso tem que ser
maior que qualquer regra, filosofia, teoria, intenção ou sabedoria. Naquele
momento, alguém cuida de alguém, mas acima de tudo tem que prevalecer a
igualdade e a empatia. A compreensão e a sintonia. A humildade e muita humanidade.
Porém, de vez em quando
estamos do lado oposto. Temos a tendência de imaginar que o outro é bem maior
que nós, bem mais sucedido, bem mais feliz… só porque aparenta ter a vida mais
cheia de filtros no Instagram, mais abarrotada de conhecimento e conquistas,
mais repleta de afetos e possibilidades, mais adequada e notável.
O que ninguém nos conta
é que todos nós estamos nus. Cada um de nós tenta, dia a dia, sobreviver às
próprias batalhas, encontrar sentido, vencer as próprias prisões, superar os
próprios obstáculos, afugentar as dores e tentar viver o presente da melhor
maneira possível. Cada um de nós tenta se vestir, camuflar ou fantasiar da
melhor maneira que pode, sem imaginar que somente se despindo estará mais
próximo do que é de fato, e muito mais perto de Deus.
Você tem que entender
que não é preciso impressionar ninguém. Tem que entender que quando tenta
convencer alguém sobre sua felicidade, seus dons ou qualidades, está se
afastando de quem é de fato. Está dando asas à vaidade, ao ego, e não à sua
felicidade.
É preciso aprender a
ser simples. Aprender que nessa vida não há deuses, nem superpoderosos, nem
donos da verdade e muito menos gente isenta de defeitos. E que se alguém se
apresenta dessa maneira, com arrogância, superioridade e prepotência, não cabe
a você tentar fazer o mesmo para se igualar. Saiba que, assim como você, ele é
“apenas” outra alma humana. Ao desconstruir esse mito, passamos a enxergar
todos, sem exceção, como nossos semelhantes. E assim respiramos aliviados, pois
descobrimos que ninguém é muita areia para o caminhão de ninguém.
Um relacionamento
bem-sucedido requer mais do que beijos e declarações de amor. Requer entrega, e
ao se entregar de verdade, você se torna um pouco vulnerável também. Porque no
fim das contas, você estará nu, não somente por fora, mas (e talvez essa seja a
parte mais difícil) por dentro também.
Para ter um
relacionamento de verdade, você precisará se despir dos medos, inseguranças e
travas internas e assumir os riscos de ser quem é, com tudo de bom e ruim que
existe por trás da sua necessidade de ser aceito e ser amado.
Para ter um
relacionamento de verdade, você precisará se despir da necessidade de comparar
a sua vida com a dos outros, e do constrangimento de não ter todos os seus
ideais alcançados. Precisará assumir que também fica triste, que dá preguiça ir
à ginástica todos os dias, que chora em cerimônias de casamento, que não tem
paciência para discutir a relação, e que se sente sozinho a maior parte do
tempo.
Para ter um
relacionamento de verdade, você precisará se despir dos filtros e se despedir
da necessidade de aprovação a todo custo. Terá que entender que é somente uma
alma humana, e como tal não carrega passaporte, diplomas ou medalhas.
Terá que baixar a
guarda, simplificar a aparência, ampliar o sorriso e abrir o coração. Só assim
atrairá a “pessoa certa”, pois como já foi dito por alguém, “semelhante atrai
semelhante”. E no final, você se sentirá recompensado, não somente pelos
beijos, química e risadas, mas pela possibilidade de estar com alguém que
conhece – e aceita – sua alma nua…
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