Por Anian Christoph
Wimmer
BERLIM, 05 Fev. 18 /
06:00 pm (ACI).- O Cardeal Reinhard Marx, presidente da Conferência Episcopal
da Alemanha, assegurou que, para ele, os sacerdotes católicos podem realizar
cerimônias de “bêenção” de casais homossexuais.
Em declarações à rádio
alemã ‘Bavarian State Broadcasting’, em 3 de fevereiro, o Cardeal Marx disse
que “não pode haver regras” sobre esse tema. Em vez disso, a decisão de se uma
união homossexual deveria receber a bênção da Igreja deve estar nas mãos de “um
sacerdote ou um responsável pela pastoral” e deve ser realizada de acordo com
cada caso.
A entrevista foi feita
por ocasião do décimo aniversário do Cardeal Marx como Arcebispo de Munique e
Freising, na Alemanha.
Perguntaram ao Cardeal
alemão: “por que a Igreja nem sempre avança quando se trata de exigências de
alguns católicos sobre, por exemplo, a ordenação das diaconisas, a bênção dos
casais homossexuais ou a abolição do celibato (sacerdotal) obrigatório?”.
O Arcebispo de Munique
e Freising indicou que, para ele, a pergunta importante que deve ser realizada
é como “a Igreja pode enfrentar os desafios expostos pelas novas circunstâncias
atuais. Mas também pelas novas perspectivas”, especialmente em relação à pastoral.
Ao descrever esta
situação como uma “orientação fundamental” destacada pelo Papa Francisco, o
Cardeal Marx pediu para que a Igreja se coloque no lugar “e na situação do
indivíduo... da sua história de vida, da sua biografia... das suas relações”
mais seriamente e o acompanhe.
O Arcebispo alemão
pediu recentemente uma abordagem individual da atenção pastoral, a qual, disse,
não está sujeita a regulamentos gerais nem ao relativismo.
Esse “cuidado pastoral
mais próximo” também deve aplicar-se aos homossexuais, disse o Cardeal Marx na
entrevista.
“E também é necessário
encorajar os sacerdotes e agentes pastorais a incentivarem as pessoas em
situações concretas. Eu realmente não vejo nenhum problema nisso”.
A forma litúrgica
específica dessa bênção, ou outra forma de “incentivo”, é um tema bastante
diferente, disse o Cardeal, e requer uma consideração mais cuidadosa.
Perguntado se realmente
está dizendo que “poderia imaginar uma forma de abençoar os casais homossexuais
na Igreja Católica”, o Purpurado respondeu que “sim” e acrescentou que,
entretanto, não poderiam ser “soluções gerais”.
“Trata-se do cuidado
pastoral de casos individuais e isso também se aplica em outras áreas, que não
podemos regular, onde não temos um conjunto de regras”, assinalou.
Para o presidente da
Conferência Episcopal da Alemanha, a decisão sobre a bênção dos casais
homossexuais deve ser tomada pelo “pastor no campo e o indivíduo sob o cuidado
pastoral”.
O Cardeal também
reiterou que, em sua opinião, “há coisas que não podem ser reguladas”.
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